Vasco pode ser beneficiado pelo Fair Play Financeiro da CBF
Em recuperação judicial desde antes do modelo de Fair play financeiro criado pela CBF, Vasco da Gama está entre os beneficiados.

Nos debates sobre o modelo de Fair Play Financeiro promovido pela CBF, Vasco e Botafogo foram dois dos clubes ouvidos que fizeram algumas sugestões e acabaram, de alguma forma, beneficiados pelo que será adotado.
Explica-se: no caso do Botafogo, há uma preocupação da CBF de incentivar o aporte de investidores. O que era uma preocupação do dono da SAF alvinegra, o americano John Textor.
Diferentemente da Europa, o empresário poderá fazer aportes para gerar o equilíbrio necessário para que o Botafogo se enquadre nas regras a serem aplicadas em relação a dívidas antigas e principalmente gastos com o futebol.
Textor era um crítico declarado do Fair Play Financeiro e atribuía a ele um conceito enganoso, pois não torna a competição justa. A alegação é que clubes grandes continuam podendo ter folhas salariais muito maiores que as dos clubes pequenos, tornando impossível uma disputa equilibrada.
Segundo o entendimento do americano, essa regra serve apenas para proteger os clubes tradicionais e impedir que clubes menores, mesmo com investimentos e boa gestão, possam crescer e competir em igualdade. Por isso, adotar o fair play no Brasil resultaria em um cenário semelhante ao da Premier League, onde apenas poucos clubes disputam títulos de maneira contínua.
Os dirigentes do Botafogo presentes na CBF passaram a Textor a visão da entidade e ficaram satisfeitos e com uma sensação positiva sobre o que será implementado a partir de 2026. Apesar de algumas sugestões, não houve protestos.
Vasco larga na frente
A aplicação das regras para os casos de clubes em recuperação judicial preocupou o Vasco, mas a equipe carioca acabou servindo como modelo para o que será feito em termos de fair play financeiro, e acabará beneficiada.
O Vasco aumentou o custo da folha salarial antes da regra entrar em vigor, e agora não poderá elevar as despesas de maneira desproporcional. Mas isso não vai impactar no seu acordo de recuperação judicial.
A única condição é o Vasco manter um saldo líquido positivo entre as contratações e as vendas do clube, e a manutenção dos pagamentos em dia a partir do ano que vem. Mas o clube não será enquadrado nas medidas de controle, pois fez o acordo judicial antes de abril de 2026. Logo, não entrará na regra de monitoramento, pois está dentro do amparo legal.
Para o sistema que a CBF pretende implementar, o ideal é que todos os clubes fizessem como o Vasco e chegassem a um acordo na Justiça antes do início da data de corte para esse monitoramento. É como se sentiu, por exemplo, o Corinthians.
Fonte: O Globo