Vandalismo, bombas, tiros e medo: bastidores da confusão em São Januário

Torcedores cruzmaltinos tentaram invadir São Januário e confusão sacramentou a derrota do Vasco da Gama contra o Goiás.

Confusão em São Januário após derrota do Vasco
Confusão em São Januário após derrota do Vasco

Tensão, medo e terror. Essas foram as sensações dos que estiveram em São Januário, seja para torcer, jogar ou trabalhar, na quinta-feira (23), no jogo entre Vasco e Goiás. A tragédia anunciada se tornou realidade após o apito final, que sacramentou a derrota do Cruz-Maltino, a sexta consecutiva no Campeonato Brasileiro, competição que o time não vence há 10 rodadas, pior marca na história do clube no torneio.

Antes da bola rolar, os torcedores já viviam um misto de esperança e insegurança. A maioria imaginava que São Januário poderia virar uma “praça de guerra” caso o resultado não fosse uma vitória do Vasco. Apesar disso, mais de 17 mil vascaínos foram dar apoio ao time e fizeram isso com afinco, principalmente no primeiro tempo.

No segundo tempo, ao passar do tempo, o apoio se transformou em apreensão e o nervosismo do time passou para as arquibancadas. O gol do Goiás, marcado por Morelli, aos 27 minutos, deixou os torcedores desorientados, ao ponto de não conseguirem sequer protestar com gritos de ordem.

O silêncio imperou nas arquibancadas, sendo quebrado às vezes por pequenos grupos que hostilizavam o técnico Maurício Barbieri e o CEO Luiz Mello, mas os cantos não emplacavam. A maioria demonstrava total perplexidade com o resultado, enquanto muitos deixava o estádio temendo pelo pior que estava por vir.

Morteiros, bombas e gás lacrimôgeo

O apito final serviu como tiro de largada para o caos se instaurar em São Januário. Bombas explodiam nas arquibancadas, enquanto morteiros, copos e latas foram arremessados no campo. Alguns torcedores tentaram invadir o gramado, mas a maioria buscavam apenas se proteger.

Infelizmente a Polícia Militar não fez distinção de quem queria confusão e abrigo, e passou a soltar bombas de gás lacrimogêneo nas arquibancadas. Essa atitude aumentou o desespero e acabou incitando ainda mais os torcedores que queriam conflito.

Ameaças e invasão aos camarotes

Alguns jornalistas (dentre eles eu), estavam localizados no camarote 24 e foram xingados por torcedores, por estarem gravando a confusão. Discuti com dois deles, que me ameaçaram. O pior poderia acontecer, já que amigos da imprensa relataram que ambos foram me procurar no local, mas eu já tinha saído.

Para escapar do gás lacrimogêneo, muitos torcedores invadiram os camarotes. Houve também atos de vandalismo, mas vale ressaltar que a maioria buscava abrigo. Muitas crianças e mulheres passaram por esse sofrimento.

Portão arrombado e abrigo para conca

Pouco mais de 20 minutos do fim do jogo, consegui descer dos camarotes e chegar na sala de imprensa, localizada ao lado dos vestiários de Vasco e Goiás. Esse foi o momento mais tenso, já que os torcedores estavam tentando invadir pelos portões da Rua Francisco Palheta, que dá acesso ao ginásio de São Januário.

A ausência de policiais e seguranças naquele momento causou muita apreensão, que aumentava conforme o barulho das pancadas nos portões. Um chegou a ser arrombado, mas o avanço dos vândalos foi contido pela Polícia Militar.

O corre-corre e a gritaria no estacionamento, somados aos barulhos de bombas e tiros davam a sensação de terror. Em meio ao caos, o ex-jogador Conca, com a esposa e um dos filhos que é vascaíno foram abrigados no estúdio da VascoTV, que fica ao lado da sala de imprensa.

Saída pelos fundis, literalmente

Com a notícia divulgada em primeira mão pelo Lance!, de que Maurício Barbieri não é mais técnico do Vasco, a imprensa ficou aguardando a saída do técnico na busca de uma palavra e uma imagem. No entanto, Barbieri deixou o vestiário pelos fundos.

O CEO Luiz Mello, o diretor técnico Abel Braga e o diretor de futebol Paulo Bracks, também não foram vistos na saída do vestiário, que dá acesso ao estacionamento, local onde os familiares aguardam os jogadores.

No escuro e escondido

Por volta das 23h10, os atletas de Vasco e Goiás começaram a ir embora, indicativo de que as coisas estavam mais calmas do lado de fora de São Januário. Essa foi a deixa para que os jornalistas fossem embora.

No deslocamento para o portão 16, que sai na Rua Dom Carlos, pudemos observar o diretor de futebol Paulo Bracks saindo do campo pelo acesso que fica próximo do setor visitante. Na companhia de funcionários do departamento de futebol, o dirigente entrou em um carro e foi embora.

Fonte: Lance!

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1 comentário
  • Responder

    Amigos o maior culpado de tudo que está acontecendo no clube é esse mercenário que é Jorge salgado, um bandido apoiando pela justiça do Rio, onde vem a anos fazendo o torcedor vascaino de idiota, pois eu acho um mau caráter isso se chama formação de quadrilha, esse sujeito mais o mussa anularam uma eleição, pra se aproveitar de influências e hoje ninguém tem coragem de comentar sobre o assunto e se está assim é porque quis ser aquilo que o Eurico Miranda era mas não conseguiu, salgado vc não vai ser igual o Eurico Miranda nunca.

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