Conselheiros do Vasco exigem transparência no processo da SAF

Mesmo sem colocar empecilhos, o Conselho Deliberativo do Vasco da Gama pede transparência no processo da SAF,

Carlos Fonseca na Sede Náutica da Lagoa
Carlos Fonseca na Sede Náutica da Lagoa

O Conselho Deliberativo do Vasco deu ontem (10) mais um prosseguimento ao processo de constituição da Sociedade Anônima de Futebol do clube. Após aprovar, na semana passada, o empréstimo-ponte de R$ 70 milhões da empresa postulante 777 Partners, o órgão deu, nesta quinta-feira, sinal positivo para o rito a ser seguido na formatação da SAF. No entanto, houve exigências para que se tenha mais transparência na condução do negócio.

Tal pedido foi feito tanto por parte de opositores ao projeto quanto dos simpatizantes. Há uma solicitação para que os conselheiros tenham acesso aos detalhes do contrato da possível proposta vinculante da 777 Partners. Atualmente só há um memorando de entendimento entre as partes.

Durante a sessão no Conselho, pediram a palavra, principalmente, integrantes do grupo “Sempre Vasco” e simpatizantes do ex-presidente do clube Eurico Miranda.

Conselheiro que mais foi ao púlpito se manifestar, Sérgio Frias é contra qualquer tipo de cláusula de confidencialidade, algo que, por exemplo, já existe no memorando de entendimento.

“Discordo de qualquer cláusula de confidencialidade”, disse Frias na sede Náutica do clube, no bairro da Lagoa (zona sul do Rio).

Em seu discurso, Julio Brant — ex-candidato à presidência e líder do grupo que tem 30 cadeiras entre os conselheiros eleitos — fez cobranças também à diretoria quanto ao desempenho do futebol, ressaltando que resultados ruins, como a eliminação na Copa do Brasil para a Juazeirense no dia anterior, podem interferir politicamente no processo da SAF.

Após a sessão, Brant utilizou sua conta no Twitter para explicitar suas exigências: “Mais um passo dado, mas queremos que o futebol tenha atenção já pela diretoria e não apenas após a SAF; e que se coloque ao sócio com clareza, quando da votação na AGE, as bases da operação”.

SAF só será vendida à 777 após mais quatro etapas

Na reunião de ontem ficou definido que todo o processo poderá ter o total de até quatro etapas. Na primeira, o Deliberativo voltará a se reunir para votar sobre a alteração no estatuto que permite a criação da SAF. Caso a proposta seja aprovada, uma Assembleia Geral será convocada para que os sócios chancelem ou não a decisão dos conselheiros.

Uma vez com os associados dando o sinal positivo, o Conselho se reúne para uma votação final. Desta vez para decidir sobre a criação da SAF em si e a venda dela para a 777 Partners. Se a maioria aprovar, os sócios voltarão às urnas para concordar ou não com a decisão.

Na semana passada, os conselheiros já haviam aprovado o chamado “empréstimo-ponte” de R$ 70 milhões da 777. Esta foi uma forma dos empresários sinalizarem o interesse em gerir o futebol vascaíno. Com o valor, o clube regularizou todos salários, pendências com fornecedores e dívidas nos acordos com o governo federal.

Internamente há o otimismo de que todas as etapas serão cumpridas e, em breve, a 777 irá tocar os rumos do futebol vascaíno. Caso isso ocorra, de imediato ocorrerá novo aporte, desta vez de R$ 120 milhões. A expectativa é a de que parte desta quantia já seja utilizada para reforçar o elenco para a disputa da Série B do Brasileiro.

A promessa é a de um investimento total de R$ 700 milhões nos próximos três anos, além dos norte-americanos se comprometerem a assumir a dívida do clube, hoje avaliada também em R$ 700 milhões.

Embora não esteja em contrato, há um interesse por parte da 777 Partners de reformar e modernizar o estádio de São Januário, assim como os centros de treinamento do profissional e das categorias de base.

Os executivos da empresa são aguardados no Rio de Janeiro na próxima semana e já estão à par das movimentações da diretoria, em um processo classificados pelos envolvidos como um “comitê de transição”.

Fonte: Uol

1 comentário
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    A questão não é ser contra ou favor da SAF, mas ser contra ou a favor de vender o futebol do clube sem uma discussão mais aprofundada sobre a real situação da associação, sem tentar ou mesmo discutir outras formas de salvar o time; sem saber o real valor desse time (que envolve muito mais do que cifras), num momento ruim até para se valorar monetariamente esse futebol, pois se usa o pior momento do clube para se negociar; sem saber o que se esconde detrás das confidencialidades desse contrato, uma vez que já se conhecem as partes, já se sabe o valor envolvido, bem como o percentual da compra (ou venda) do negócio, o patrimônio que vai ser transferido ou não para o novo dono, etc. Será que esse segredo gira em torno de percentuais de comissão aos vendedores e intermediadores do negócio? Jogar no colo do sócio a responsabilidade pela venda, sem a devida discussão e esclarecimentos sobre o que representa e envolve esse negócio, usando a emoção deste, para depois, caso dê errado, lavar as mãos feito Pilatos e colocar a culpa no próprio sócio não é coisa de gente séria, mas de picareta.

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