Zé Ricardo analisa atuação do Vasco contra o Brusque; veja a entrevista coletiva

O técnico Zé Ricardo se mostrou bastante satisfeito com a atuação do Vasco da Gama diante do Brusque, em São Januário.

Zé Ricardo durante jogo contra o Brusque em São Januário
Zé Ricardo durante jogo contra o Brusque em São Januário (Foto: Daniel Ramalho/Vasco)

Depois de vencer o Brusque por 2 a 0 na noite desta quinta-feira, resultado que coloca o Vasco ao menos por enquanto na vice-liderança da Série B do Brasileirão, Zé Ricardo se disse bastante satisfeito com a atuação da equipe em São Januário. O treinador, tão criticado até pouco tempo, enxerga “uma química muito legal” entre os jogadores.

Zé destacou a importância do resultado principalmente por causa da sequência do Vasco, que enfrenta Grêmio, Náutico e Cruzeiro nos próximos três jogos na competição.

– Vitória é fundamental pra gente. Fazendo uma análise em blocos de três em três jogos, temos uma sequência bem dura. Grêmio e Cruzeiro em casa e o Náutico fora. Sabia que fazer os três pontos e casa era fundamental para partir para a sequência. O grupo tem demonstrado tudo aquilo que sabemos, uma química muito legal. Isso é um ponto de partida do nosso trabalho – disse o comandante cruz-maltino.

– Acho que tivemos um primeiro tempo onde algumas coisas que imaginávamos não aconteceram. Equipe do Brusque veio de uma forma bem corajosa, apostando nas bolas longas e atraindo nossos dois meias. Até os 30, 35 minutos, o jogo estava num nível mais equilibrado. Já no segundo tempo fomos mais consistentes, principalmente depois das trocas. Acho que a vitória foi merecida – acrescentou.

Depois de tanta expectativa, Palacios finalmente fez sua estreia como titular, mas não brilhou. Diferente das vezes em que entrou no segundo tempo, o chileno atuou na ponta nesta quinta. Zé Ricardo explicou o que pensava:

– Já comentamos em coletivas anteriores que havia a possibilidade deles (Nenê e Palacios) jogarem juntos, mas dependia de treinos, de jogos e de repetição. A nossa ideia era fazer o Palacios partir de fora para dentro, a gente tinha a entrada do Weverton no lugar do Gabriel Dias, que dá mais profundidade. Fazendo uma cobertura com o Yuri ou com o Andrey, e fazer o Palacios se aproximar do Nenê, junto com o Raniel, ter um triângulo com uma capacidade técnica boa. O nosso problema foi que não conseguimos ter tempo para fazer isso – detalhou o treinador.

“A gente foi um pouco ansioso, talvez pela energia que colocamos no início da partida, sabíamos que era um jogo importante, mas, nas poucas vezes que esse desenho aconteceu, tivemos boas oportunidades. Vi um desenho positivo, mas foi só a primeira vez dos dois juntos”, completou.

– Tem a questão física também, né. O Raniel, essa semana, ficou de fora de algumas sessões de trabalho. O Nenê também já é um jogador de 40 anos, com toda a sua capacidade que decidiu para gente, e o Palacios que está se recuperando. Isso acabou fazendo com que as coisas não saíssem como a gente desenhou. No segundo tempo, a gente conseguiu dar uma equilibrada com a entrada do Figueiredo e Getúlio, uma pena o Getúlio ter se sentido mal durante a partida. O John Sánchez também fez um bom trabalho. É importante a gente mostrar a força do grupo. Não temos 11 titulares, apenas aqueles que entram representam todo nosso grupo – concluiu.

Veja mais da coletiva de Zé Ricardo

Nenê

– O Nenê é um jogador que, quando tem espaço, tempo para pensar, mesmo com toda sua bagagem, sua idade, ele tem possibilidades de decidir uma partida. Com uma bola parada, com a bola rolando, ele tem muita percepção, conhece bem os espaços para jogar. Acho que hoje ele foi perfeito. Enquanto deu ajudou o Raniel a marcar a saída de bola. Enquanto tinha a bola, conseguia ocupar os espaços, o Quintero conseguiu boas ligações com ele. Foi decisivo porque tem essa capacidade.

– Legal ele poder jogar uma partida inteira, legal ele poder fazer dois gols. Isso dá mais confiança ainda para ele, é uma coisa que ele nunca perdeu, ele acredita muito no grupo, no trabalho e em si próprio. Um jogador importante para se ter, no momento do primeiro gol decidiu o primeiro tempo para a gente. Foi fundamental levar pro intervalo a diferença de 1 a 0. Já no início do segundo tempo a gente já perde uma oportunidade. E no segundo (gol) ele mostra toda sua inteligência, de estar no lugar certo e na hora certa.

Química da equipe

– Olha, a gente vem trabalhando muito em todos os momentos do jogo, né? Lógico que é uma cobrança nossa. A gente não trabalha para ganhar de 1 a 0 sofrido todo jogo, pelo contrário, mas também o que nós empatamos eu preferia ter ganhado de 1 a 0. Assim, a vitória dá três pontos pra gente. Hoje, se tivesse que ser uma vitória de 1 a 0 daria os mesmos três pontos pra gente, era muito importante a gente vencer a partida hoje. O Getúlio vem treinando como sempre, né? O Getúlio é um jogador que trabalha muito, muito silencioso no dia a dia dele, mas ele está sempre disposto a trabalhar e a ajudar.

– Ontem eu ainda estava em dúvida se começava com o Raniel, até pelo critério que eu usei com o próprio Figueiredo, que também perdeu algumas sessões de treinamento. Eu queria observar o Palacios naquela função muito por conta da entrada do Weverton e não o Gabriel Dias, e eu não queria fugir muito do critério. Conversei com o Raniel e ele falou: “Professor, fica à vontade. Se você quiser começar com o Getúlio, eu estou aqui, entro depois, sem problema nenhum. Mas eu tô bem, o que você precisar.” Então assim, mostra toda a maneira como o grupo se trata e o respeito que eles têm, ali entre eles no dia a dia. Ele vibrou muito no vestiário, com o próprio Getúlio. O Getúlio infelizmente teve que sair, mas entrou bem na partida. Forçou um cartão amarelo em cima do Wallace, deu passe/assistência para o segundo gol de uma forma muito inteligente, percebeu a entrada do Raniel e ataca bem as costas do zagueiro. Aí eu falei pra eles: “Como eles estão subindo um pouco a marcação, a gente tenta atacar as costas deles.”

“Enfim, feliz pela vitória, feliz por dar essa vitória para a torcida do Vasco, que fez mais uma linda festa. Essa química é fundamental. A gente sabe que nós chegamos ao G-4, estamos no G-4 hoje e nossa ideia é estar sempre próximo ou dentro do G-4”.

– A gente depende muito da nossa torcida, que empurra a gente o tempo todo, uma demonstração linda dentro de São Januário, fora de São Januário. Então, é um momento muito legal, mas a gente sabe que a Série B é muito longa e terão momentos que a gente vai estar embaixo. A gente tem que estar forte e unido para atravessar todos esses momentos e quando a gente estiver embaixo também ser forte pra gente sair rapidamente desse momento.

Grêmio na próxima rodada

– Respeito muito a equipe do Grêmio, tem um trinador extremamente capacitado, já demonstrou sua condição em outras equipes e também no Grêmio. O Roger vai preparar muito bem sua equipe, tem jogadores com poder de decisão muito grande. Acredito que vai ser um grande jogo. Falei isso antes da competição: tenho certeza que a Série B deste ano vai proporcionar grandes jogos. Sem dúvida alguma são dois campeões brasileiros, continentais. Certamente a torcida vai fazer outra grande festa. Tomara que a gente possa ser competente, fazer um grande jogo e vencê-los.

– Vencer uma equipe do porte do Grêmio nos dá uma condição numérica, de tabela, que pode fazer uma diferença muito grande lá na frente. É um jogo sem previsões, talvez a gente jogando em casa tenha o dever de buscar mais o jogo. Mas acho que o Roger é muito inteligente para saber entender que pode ser um fator contra a gente. De uma forma geral, vamos ter duas grande equipes, com grandes jogadores dos dois lados. Tenho certeza que quem vier a São Januário vai ver uma grande partida.

Construção das jogadas

– Trabalhamos muito. A construção é sempre um pouco mais complicada. Depende muito da fantasia, da técnica do jogador. A defesa tem mecanismos bem claros, isso é muito importante. Todos eles sabem o que fazer em cada momento. Vale destacar que mesmo sem a presença do Gabriel Dias, que defende muito bem, o Weverton fez uma grande partida ao meu ver. Impecável, até porque pegou jogadores importantes, pegou o Alex Ruan que é muito rápido, a própria subida do lateral esquerdo, que sobe bastante, e ele deu conta do recado. Enaltecer todo o grupo, todo o trabalho.

– Precisamos continuar evoluindo e investindo em todas as fases do jogo. Importante a gente não sofrer gol, porque dá confiança. Hoje tivemos próximos de sofrer, principalmente no primeiro tempo, onde a equipe do Brusque criou algumas situações, muito mais pelo desencaixe ali na frente. No intervalo conseguimos melhorar bastante. O jogo teve um placar merecido, talvez um primeiro tempo um placar importante para gente, porque não tivemos tantas oportunidades, mas a competência de chegar próximo do gol e fazer fez toda a diferença.

Visita da 777 Partners

– A gente teve a visita de dois integrantes da empresa ontem no CT. Desejamos boas vindas para eles e eles desejaram boa sorte para a gente. Viram uma boa parte do treinamento, mas até então eu particularmente não sabia da programação deles. Como falei algumas vezes aqui, são negociações que todos já sabem que estão acontecendo, mas a gente não procura se envolver. São muitas preocupações com adversários, com treinamento, já há uma força tarefa para o próximo jogo para entregarmos o máximo possível contra o Grêmio. As questões administrativas eu deixo para quem é de direito, como o Carlos Brazil, o Mello, o presidente Jorge Salgado, que são pessoas capacitadas para resolver o que tem que ser resolvido, enquanto nós vamos tocando o dia a dia, como funcionários que somos, tentando fazer o nosso melhor e entregar o máximo possível para o torcedor e a equipe.

Fonte: Globo Esporte

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