Velhos conhecidos, Abel Braga e Léo viram pilares do Vasco para superar má fase

Hoje no cargo de diretor técnico do Vasco da Gama, Abel Braga trabalhou com o zagueiro Léo nos tempos de Fluminense.

Abel Braga é o novo diretor técnico do Vasco
Abel Braga durante passagem como técnico do Vasco em 2020 (Foto: J Ricardo/Estadão Conteúdo)

O Vasco proporcionou o encontro de dois velhos conhecidos em 2023. Depois de viver a primeira temporada como titular na Série A sob o comando do treinador Abel Braga no Fluminense, o zagueiro Léo é hoje orientado de outra forma pelo agora diretor técnico no clube cruzmaltino.

O momento do Vasco no Brasileirão é ruim e são intensas as cobranças em cima do departamento de futebol e do time. Nessa fase conturbada, Léo e Abel são personagens importantes dentro do grupo e dividem a missão de tentar manter o vestiário calmo em busca de melhores resultados.

O primeiro encontro

Léo começou a jogar futebol na base do Fluminense. Em 2013, quando tinha 17 anos, chamou a atenção de Abel Braga, então técnico do time profissional. Foi relacionado para três jogos, mas não chegou a jogar na equipe principal naquele ano. A estreia aconteceu dois anos depois, quando Abel já havia deixado o comando tricolor. Em 2017, os dois se cruzaram de novo.

E Abel Braga tem grande interferência no início da carreira do jogador. Quando deixou o Al Jazira, dos Emirados Árabes, para voltar ao Flu, o técnico pediu que Léo, emprestado ao Londrina em 2016, voltasse ao Rio de Janeiro. Estava nos planos do treinador usá-lo mais. À época, ele ainda atuava como lateral-esquerdo. Só depois, no São Paulo, passou a ser zagueiro.

– Fiquei muito feliz com a notícia do retorno e também do pedido do Abel. É muito importante ser elogiado pelo comandante – declarou Léo na ocasião.

Ali, Léo ganhou mais visibilidade. Os 51 jogos, com três gols e uma assistência, fizeram da temporada 2017 uma das que o jogador mais atuou na carreira. Poderia até ter entrado mais vezes em campo, mas a oscilação e as críticas da torcida fizeram com que Abel o colocasse no banco. No ano seguinte foi emprestado ao Bahia e, posteriormente, vendido ao São Paulo.

Reencontro com dedo do professor

Seis anos depois, em patamares diferentes, Léo e Abel se reencontram no Vasco. E a contratação do zagueiro pela SAF teve dedo do diretor técnico, que fez o primeiro contato e o convenceu do projeto.

Após o fim da última temporada, Abel Braga ligou para Léo durante suas férias e o informou sobre o interesse do Vasco. O zagueiro se empolgou com o que ouviu e não demorou a dizer “sim”. Ouvir Abel do outro lado da linha teve peso grande na decisão do jogador.

Ombro amigo

A confiança de Léo na palavra de Abel Braga vai muito além da relação construída dentro de campo. Chamado de “paizão” pelos jogadores, o ex-treinador apoiou o zagueiro vascaíno em um momento muito difícil, no início da carreira, quando ele ainda recebia um salário baixo para os padrões do futebol e passava dificuldades em casa.

Léo é o caçula de sete irmãos em uma família que até pouco tempo era muito pobre e por várias vezes precisou da ajuda dos outros para ter o que comer em casa, por exemplo.

Ele viveu durante o início de sua vida na comunidade de Tomazinho, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Já disse em outras ocasiões que ele e a família moravam numa casa repleta de goteiras quando chovia e que passou por uma porção de dificuldades até conseguir ser jogador profissional de futebol. Tinha vergonha de compartilhar isso com os colegas, e Abel virou um ombro amigo.

Ali, nos primeiros passos como profissional, Léo criou uma relação forte com Abel, que percebeu que os problemas em casa atrapalhavam o rendimento do jogador e o ajudou.

Líderes no dia a dia

Acostumado a ser protagonista como treinador, Abel Braga assumiu um papel de menor destaque no Vasco em 2023, mas que influencia muito no trabalho de quem comanda o time. Ele tem a missão de “blindar” Maurício Barbieri dos problemas extracampo e é o responsável pela relação com o elenco.

O diretor tem sido um canal de comunicação entre elenco, comissão técnica e diretoria. Assim, vai desafogar também Paulo Bracks. Abel Braga tem perfil de liderança e facilidade em formar bons grupos. É papel do diretor também manter o ambiente saudável.

Apesar do péssimo momento no Campeonato Brasileiro, o ambiente interno continua positivo e há uma confiança muito grande, tanto da diretoria quanto dos jogadores, de que o Vasco vai dar a volta por cima e sair em breve da zona de rebaixamento.

Além de Abel, Léo também tem trabalhado nessa motivação do elenco. Afinal, é o capitão do time de Maurício Barbieri. O zagueiro tem um perfil parecido com o do diretor. Ambos conversam com todos no dia a dia do CT Moacyr Barbosa. Léo, por exemplo, tem o hábito de ter conversas mais profundas e demonstra interesse com o futuro de quem trabalha no clube, em especial os mais jovens.

Mas ambos entendem que o clima só vai melhorar de fato com as vitórias em campo. Por isso, as cobranças também acontecem. Em busca de recuperação, Léo também vai liderar o Vasco no clássico contra o Flamengo, na próxima segunda-feira, às 20h, no Maracanã.

Fonte: Globo Esporte

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