Vasco teme perder jogadores por dívidas salariais

O Vasco da Gama teme perder jogadores com rescisões unilaterais, por estar devendo dois meses de salários ao elenco.

O Vasco está nas mãos de seus jogadores. Não apenas em campo — neste sábado a equipe, com a volta dos titulares, enfrenta o Boavista, às 19h, em Cariacica (ES), pelo Campeonato Estadual. Fora dele, a dívida de dois meses de salários, mais 13º e férias, além dos direitos de imagem, permite a qualquer um do elenco, com exceção do recém-chegado Germán Cano, acionar a Justiça do Trabalho para rescindir unilateralmente e seguir rumo em outro clube.

A Lei Pelé é clara neste sentido. No artigo 31, determina que “a entidade de prática desportiva empregadora que estiver com pagamento de salário ou de contrato de direito de imagem de atleta profissional em atraso, no todo ou em parte, por período igual ou superior a três meses, terá o contrato especial de trabalho desportivo daquele atleta rescindido”. No parágrafo 1º, reforça que “são entendidos como salário, para efeitos do previsto no caput, o abono de férias, o décimo terceiro salário, as gratificações, os prêmios e demais verbas inclusas no contrato de trabalho”.

Gislaine Nunes, advogada conhecida por representar jogadores neste tipo de ação, explica o cenário:

— O jogador pode pedir a saída direta mesmo que sejam dois meses de salários atrasados, uma vez que os outros pagamentos também contam como salários. A lei é taxativa quanto a isso.

Em São Januário, o receio de saídas existe. No caso de alguns jogadores, como Cláudio Winck, Rafael Galhardo e Bruno César, uma rescisão unilateral na Justiça seria até vista com bons olhos pela diretoria, uma vez que estão fora dos planos do clube. Entretanto, sem mercado, eles teriam de abrir mão do que ainda possuem direito a receber do Vasco. Tal fato não deve acontecer.

Para evitar uma debandada, a estratégia da diretoria é manter os jogadores cientes de que o clube está tentando tudo possível para evitar uma debandada. André Mazzuco, diretor de futebol, destacou à Rádio Globo o trabalho que é feito com os jogadores:

– Eles são extremamente profissionais. Estão se doando ao máximo no trabalho, no dia a dia. Muitas coisas não dependem apenas do Vasco. Tem muitos processos, penhoras, que fogem daquilo que o Vasco deseja. Claro que queríamos ter solucionado isso antes. Mas os atletas entendem que o clube não está devendo porque quer.

Outra segurança do Vasco para evitar as debandadas é a manutenção de um bom relacionamento com os agentes dos jogadores. Carlos Leite, com oito atletas no elenco profissional, é um deles.

O Globo Online

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