Vasco tem retrospecto favorável em mata-matas contra bolivianos

O Vasco da Gama já encontrou dificuldades, mas tem retrospecto favorável e nunca caiu em mata-matas contra bolivianos.

O Vasco joga a vida na Sul-Americana, nesta quarta-feira, contra o Oriente Petrolero, em Santa Cruz de La Sierra. Após vencer em São Januário por 1 a 0, o time precisa de um empate para avançar à segunda fase. Jogar na Bolívia, porém, não tem sido fácil.

Apesar do retrospecto favorável, o histórico recente aponta dificuldades e derrotas nas últimas passagens pelo país. A boa notícia é que, apesar dos obstáculos, o clube carioca sempre se deu bem mata-matas contra bolivianos. Os confrontos, em geral, trazem boas lembranças.

Outra notícia animadora em relação às últimas passagens pela Bolívia é que o Vasco jogará em Santa Cruz de La Sierra, que fica aproximadamente a 400 metros acima do nível do mar. Não existe efeito da altitude na cidade. Brasília, por exemplo, fica a 1.100 metros acima do nível do mar.

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É algo a se comemorar, uma vez que a altitude foi a grande vilã nas últimas duas vezes que o Vasco esteve na Bolívia. Em 2011, contra o Aurora, o time perdeu na estreia por 3 a 1, em Cochabamba, a 2.700 metros acima do nível do mar. Há dois anos, foi ainda pior. Em Sucre, a 2.800 metros acima do mar, o Jorge Wilstermann devolveu o placar de 4 a 0. O Vasco avançou nos pênaltis.

Dessa vez, sem altitude, os perigos são outros. Embora não afete diretamente em campo, o Vasco está preocupado com o surto de dengue que atinge Santa Cruz de La Sierra. O clube viajou com carga extra de repelentes. Cerca de 10 mil pessoas foram infectadas na região, incluindo dois jogadores do Oriente Petrolero.

Retrospecto contra bolivianos

14/02/1948- Vasco 2 x 1 Deportivo Litoral (Sul-Americano)

08/07/1967- Combinado de Santa Cruz de la Sierra 1 x 2 Vasco (Amistoso)

09/07/1967 – Blooming 1 x 4 Vasco (Amistoso)

04/02/1968 – Destroyers 0 x 1 Vasco (Amistoso)

07/02/1968 – Aurora 1 x 1 Vasco (Amistoso)

11/02/1968 – Bolívar 1 x 2 Vasco (Amistoso)

13/02/1968 – Jorge Wilstermann 3 x 1 Vasco (Amistoso)

18/02/1968 – The Strongest 2 x 2 Vasco (Amistoso)

05/10/2011 – Aurora 3 x 1 Vasco (Sul-Americana)

26/10/2011 – Vasco 8 x 3 Aurora (Sul-Americana)

14/02/2018 – Vasco 4 x 0 Jorge Wilstermann (Libertadores)

21/02/2018 – Jorge Wilstermann 4 x 0 Vasco (nos pênaltis, Vasco 3 x 2) (Libertadores)

Pontapé para glória

O primeiro encontro com bolivianos faz parte de uma campanha histórica do Vasco. Em 1948, na conquista do Sul-Americano, a caminhada começou com vitória por 2 a 1 sobre o Deportivo Litoral, campeão da Bolívia no ano anterior.

O jogo, no Estádio Nacional, em Santiago, no Chile, não foi fácil. O Vasco, com um timaço que ficou conhecido como “Expresso da Vitória” e formou a base da seleção brasileira na Copa de 1950, venceu por 2 a 1, com dois gols de Lelé. Depois enfileirou adversários até o empate por 0 a 0 na decisão contra o River Plate. Esse foi um dos grandes times da história do clube.

Daquele time, o goleiro Barbosa, o zagueiro Augusto, os meias Eli e Danilo e os atacantes Alfredo, Maneca, Ademir e Chico, além do técnico Flavio Costa, estiveram com a seleção brasileira na Copa de 1950, dois anos depois do título Sul-Americano.

Vitórias, briga e problema em excursão

Entre 1967 e 1968, o Vasco fez duas excursões pela Bolívia. O saldo foi positivo. Em sete jogos, foram quatro vitórias, dois empates e uma derrota. Mais do que os números, no entanto, ficam as histórias.

Em 18 de julho de 1968, o empate por 2 a 2 com o The Strongest terminou em briga generalizada. O Vasco vencia por 2 a 0, com gols de Nilton e Alcir. Os bolivianos reagiram, empataram, e o clima esquentou.

Segundo relatos de “O Globo”, na época, , o vascaíno Ananias acertou um chute em Salinas, que fez a dentadura do boliviano cair. Por conta da confusão em campo, a organização reteve o pagamento e impediu que os jogadores retornassem ao Brasil. A delegação só foi liberada após longa negociação.

Ritmo de Carnaval

Após mais de 40 anos, o Vasco voltou a enfrentar uma equipe boliviana. Foi na primeira fase da Sul-Americana de 2011, contra o Aurora. Na briga pelo título brasileiro, o técnico Cristóvão Borges levou uma equipe mista, com apenas três titulares: Fernardo Prass, Fagner e Nilton.

O Vasco até saiu na frente, com Bernardo, mas sucumbiu na altitude de 2.700 metros de Cochabamba, sofreu a virada e perdeu por 3 a 1.

Com a volta dos titulares, no jogo de volta, em São Januário, o Vasco não tomou conhecimento do Aurora. Comandado por Alecsandro e Bernardo, com dois gols cada, o time goleou por 8 a 3 e avançou. Juninho Pernambucano, Douglas, Alan e Leandro completaram o placar. No fim, em êxtase, a torcida cantou a tradicional marchinha “Aurora”, e classificação terminou em ritmo de Carnaval.

O Vasco fez sua melhor campanha na Sul-Americana em 2011, mas caiu para a Universidad de Chile, na semifinal.

De tirar o fôlego

Inacreditável é um bom adjetivo para descrever o último confronto entre Vasco e uma equipe boliviana. Em 2018, pela Pré-Libertadores, o time carioca cruzou com o Jorge Wilstermann, na segunda fase. Em São Januário, vitória tranquila por 4 a 0, com gols de Pikachu, Paulinho, Paulão e Rildo. Vaga garantida? Nada disso.

Na volta, em Sucre, a 2.800 metros acima do mar, foi um sufoco. Com apenas 16 minutos de jogo, os bolivianos já venciam por 3 a 0. Sem fôlego e sem futebol, o Vasco, sob o comando de Zé Ricardo, se viu encurralado, mas conseguiu controlar o ímpeto do adversário. No entanto, ainda sofreu mais um gol no segundo tempo, e a vaga na fase de grupos foi decidida nos pênaltis.

Coube a Martín Silva garantir a classificação. Com três defesas de pênaltis, assegurou a vitória por 3 a 2. Na fase de grupos, no entanto, o Vasco foi eliminado na primeira fase, em uma chave que ainda contava com Cruzeiro, Racing e Universidad de Chile.

Globo Esporte

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