Vasco perde chance, decepciona e se vê cada vez mais perto do Z4

O Vasco da Gama foi melhor que o Grêmio, mas recuou no fim e decepcionou com um empate amargo em São Januário.

Vegetti em jogo do Vasco contra o Grêmio
Vegetti em jogo do Vasco contra o Grêmio (Foto: Dhavid Normando)

O Vasco desperdiçou a chance de dar uma resposta ao torcedor no reencontro com São Januário, após a goleada sofrida por 4 a 0 para o Independiente del Valle, na última terça-feira. Contra um Grêmio em crise, o time de Fernando Diniz empilhou chances, jogou boa parte do tempo melhor do que o adversário, mas novamente decepcionou com um empate amargo em casa em 1 a 1 neste sábado.

O cenário antes do apito inicial representava o contexto conturbado e de pressão vivido pelo Vasco. O jogadores entraram no gramado com gritos de “obrigação é ganhar no Caldeirão”. João Victor foi vaiado e recebeu xingamentos antes do jogo e nos primeiros minutos da partida. O zagueiro foi um dos principais alvos das críticas da organizada que foi ao CT na última quinta-feira para conversar com jogadores do Vasco e protestar com membros da diretoria e da comissão técnica.

Havia a expectativa de mudanças na escalação, principalmente no setor defensivo, após os erros coletivos e individuais constantes, que transformaram o Vasco no time da Série A mais vazado na temporada. No entanto, Diniz seguiu uma das características de sua linha de trabalho e manteve praticamente todos os titulares que atuaram contra o Del Valle.

A única mudança foi a entrada de David no lugar de GB, que sentiu um desconforto muscular. O camisa 7 foi a boa notícia do jogo, em sua primeira partida como titular desde a grave lesão no joelho em setembro do ano passado. O jogador teve bom rendimento enquanto esteve em campo, atuando como um segundo atacante e fazendo boas associações com Nuno Moreira pelo lado esquerdo.

A pressão inicial e o clima tenso em São Januário contribuíram para um início nervoso do Vasco. Os primeiros 20 minutos foram de um limitado Grêmio mais presente no campo ofensivo, com boas chances para abrir o placar. Mano Menezes explorou o cenário de tensão e vaias aos dois zagueiros e buscou jogadas em cima dos erros da dupla, que culminaram em pelo menos duas boas oportunidades para Cristian Oliveira e Gustavo Martins marcarem. Léo Jardim – sempre ele – não permitiu.

A segunda parte da etapa inicial foi de um Vasco mais calmo. A torcida cessou as vaias para João Victor e Lucas Freitas, e a dupla se mostrou mais segura e elevou o nível de atuação para não permitir mais o time sofrer com as investidas do clube gaúcho. A partir daí, o controle passou para os donos da casa. A equipe chegou a balançar as redes com Hugo Moura, mas o gol foi anulado, e teve ótima chance na trave com Vegetti cara a cara com o goleiro e em cabeçada de João Victor para fora.

O início do segundo tempo mostrou uma exibição ainda mais consistente para o Vasco, com pressão no campo ofensivo. E a equipe foi finalmente premiada com o gol de um dos principais alvos da torcida na partida. Aos 18 minutos, Lucas Freitas balançou as redes pela primeira vez com a camisa vascaína após sobra de escanteio na área e mostrou todo o descarrego da pressão na emocionada comemoração.

Na sequência, a equipe recuou e permitiu ao Grêmio, até então pouquíssimo agressivo, a possibilidade de pisar mais no campo ofensivo. Aos 30 minutos, o atacante David, que vinha sendo um dos motores da dinâmica ofensiva do Vasco, deu lugar ao volante Mateus Carvalho.

Na coletiva de imprensa, Diniz afirmou que a comissão técnica já trabalhava com uma minutagem reduzida para David após a grave lesão e justificou a escolha por Mateus:

– Em relação às mudanças, não tem absolutamente nada a ver, o time não recuou porque o Mateus Carvalho entrou. O Tchê Tchê tem o domínio para fazer qualquer função, o Nuno voltou para a função dele. O time recuou porque recuou, chutou umas bolas para frente que não precisava chutar. O time poderia ter calma para buscar o segundo gol.

– Imagina só se eu tivesse colocado o Loide, que era o único atacante de lado era o Loide. O gol provavelmente ia sair do mesmo jeito, uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. Aí o questionamento ia ser outro: você acha que perdeu porque entrou o Loide? – respondeu Fernando Diniz.

Por coincidência ou não, justamente a partir da mudança, os gaúchos se lançaram mais ao ataque e precisaram de pouca força – e ajuda dos erros do Vasco – para chegar ao empate. Novamente em uma jogada de bola aérea, um dos principais problemas defensivos do time.

Aos 34 minutos, Pavón cruzou pela direita, e a bola passou por toda a área até chegar em Gustavo Martins, livre, que cabeceou para deixar tudo igual. Esse foi o 24ª vez que a equipe foi vazada a partir de bolas pelo alto na temporada. Mais da metade dos 45 gols sofridos pelo time em 2025.

A virada quase aconteceu logo na sequência, em chute de cobertura de André Henrique, que bateu no travessão de Léo Jardim. Após ver a vitória escorrer pelas mãos, Diniz promoveu nova mudança tática: tirou João Victor, recuou Hugo Moura para a zaga e colocou Loide Augusto no jogo. Essa foi a segunda e última substituição feita pelo treinador na partida.

Já percebendo o amargor do empate subir, o Vasco voltou ao ataque na reta final, e Tiago Volpi chegou a fazer boa defesa em cabeçada de Vegetti.

Mas ficou na decepção e no resultado frustrado, como o próprio Diniz resumiu no pós-jogo. Dois pontos cruciais deixados para trás por um time que sempre viu em São Januário o grande trunfo para sair momentos de turbulências e garantir vitórias importantes.

Contra um Grêmio tão limitado quanto o próprio Vasco, em crise e que ocupa a mesma zona de classificação na tabela, não havia cenário mais ideal para afastar a má fase e reencontrar o caminho das vitórias. Dois pontos perdidos, que aumentam a pressão no caldeirão do Vasco, com a zona de rebaixamento cada vez mais próxima no retrovisor, justamente no momento em que o calendário afunila e a sequência de jogos aumenta.

A equipe volta a campo nesta terça-feira para tentar praticamente o impossível depois do vexame no Equador e reverter a goleada de 4 a 0 contra o Independiente del Valle. A bola rola às 21h30 (de Brasília), em São Januário. E no domingo, mais uma parada duríssima pelo Campeonato Brasileiro: Internacional, no Beira-Rio.

Fonte: Globo Espore

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