Vasco demite Antony Menezes do time feminino; categoria passará por reformulação

Além de Antony Menezes, que estava no Vasco da Gama desde 2011, outros funcionários também foram desligados.

Antony Menezes durante treino no CT de Caxias
Antony Menezes durante treino no CT de Caxias (Foto: João Pedro Isidro/Vasco)

O Vasco demitiu, nesta quarta-feira, o técnico do time feminino, Antony Menezes, que estava no clube desde 2011. Além do treinador, outros funcionários também serão desligados, e a categoria passará por reformulação.

A tendência é que tenha troca, por exemplo, no comando da gestão e mudanças no elenco, que ainda não se reapresentou. Direção e comissão técnica vinham trabalhando desde o dia 8 de janeiro, mas as atletas não voltaram aos treinos.

Antony Menezes estava há 11 anos no comando do time feminino adulto do Vasco e, inclusive, chegou a treinar outras categorias ao mesmo tempo no clube. O treinador viveu bons e maus momentos e foi responsável pela formação de diversas jogadoras – muitas delas chegaram a ser convocadas para a seleção brasileira.

No ano passado, Antony passou pela pior fase no Vasco ao ver o time ficar na última colocação do seu grupo e cair para a Série A3 do Campeonato Brasileiro Feminino. Nas últimas temporadas, a categoria sofreu com o descaso do clube, que não conseguiu dar sequência no planejamento de um ano para o outro, e o elenco foi desmontado em várias ocasiões.

A atual direção do futebol feminino vinha tentando alternativas e chegou a fazer algumas propostas ao clube desde o fim do ano passado, mas não houve avanço. Reuniões com a SAF foram realizadas, mas não ficou definido, por exemplo, qual o valor do investimento a ser feito em 2023. Agora, com a reformulação, novos planos deverão ser traçados.

Entre os problemas da categoria estão a defasagem dos salários, dificuldade em se montar times competitivos, estrutura para treinos e jogos, equipamentos e equipe profissional – as meninas são atendidas pelos mesmos profissionais que estão à disposição dos garotos da base, como médicos, fisiologistas e fisioterapeutas.

A discrepância de investimento é grande em comparação com os outros grandes clubes do Rio de Janeiro e ainda maior se levado em conta o cenário nacional.

– O Vasco está sempre anos atrás. Sempre se deu um jeitinho, mas ano passado não teve jeitinho e acabou com a queda para a Série A3 – disse um funcionário ouvido pela reportagem.

No último ano, por exemplo, o futebol feminino do clube teve R$ 2 milhões para investir o ano todo. O Vasco alcançou vitórias no mandato do atual presidente Jorge Salgado, como os contratos de formação com jogadoras mais jovens e carteira assinada para as meninas do profissional. Porém, a situação está longe do que o dirigente prometeu investir na categoria caso fosse eleito.

Existe o interesse da SAF em dar mais atenção ao futebol feminino. Entretanto, ainda não se falou em números. O projeto precisa passar pelo objetivo de voltar à Série A2 do Brasileirão e depois à elite.

A estrutura do time feminino é outro ponto que merece cuidado da SAF. Hoje, as meninas não têm lugar próprio para treinarem. Revezam entre a Vila Olímpica de Caxias, Artsul e São Januário. Os jogos geralmente são realizados no Artsul, em Nova Iguaçu.

Fonte: Globo Esporte

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