Título da Copa do Brasil e quedas: relembre como foram os mandatos de Dinamite

Roberto Dinamite presidiu o Vasco da Gama por 2 mandatos, mas confessou que preferia não ter participado das eleições.

Roberto Dinamite se emociona com sua estátua em São Januário
Roberto Dinamite se emociona com sua estátua em São Januário (Foto Matheus Lima/ Vasco)

Morreu neste domingo o maior ídolo do Vasco, Roberto Dinamite, aos 68 anos. Ele vinha fazendo tratamento para combater um tumor no intestino desde o fim de 2021.

Com a bola no pé, no peito e na cabeça, Roberto virou Dinamite e se tornou o maior ídolo da história do Vasco, com mais de 700 gols com as cores do clube de São Januário. Sentado na cadeira da presidência, Roberto disputou quatro eleições – uma invalidada pela Justiça, uma derrota e duas vitórias no pleito – e sofreu crise de imagem nos piores dias do abismo vascaíno que ainda perdura.

Dinamite foi escolhido por opositores de Antônio Soares Calçada e, principalmente, Eurico Miranda – que, no passado, colocou o ex-jogador como diretor de futebol e, depois, o iniciou na política carioca – como símbolo de ruptura da dupla que comandava o Vasco desde os anos 1980.

Em 2003, perdeu as eleições para Eurico – 1474 a 1363 votos. Três anos depois, nova derrota (1848 a 1409), mas a anulação das eleições na Justiça permitiu que Dinamite vencesse depois de sua terceira candidatura e muitas brigas de bastidores no clube.

Na ocasião, em 2008, após decisão por novo pleito por ordem judicial, Eurico indicou seu ex-vice Amadeu Pinto da Rocha (falecido em 2013) e Dinamite venceu por 827 a 45 votos, com promessas de novos tempos e investimentos no futebol. O ex-jogador esteve à frente do clube no primeiro rebaixamento do clube em Brasileiros – assumiu em julho, ainda no primeiro turno da edição de 2008.

Depois do descenso em 2008, o Vasco subiu com boa campanha no ano seguinte e iniciou montagem do time que seria campeão da Copa do Brasil em 2011, a última grande glória de um clube que tem mais rebaixamentos do que títulos desde o fim da era do poderoso Vasco dos anos 1990 e início de 2000 – além da Copa do Brasil (2011), foram dois estaduais (2015 e 2016, na volta de Eurico ao poder) e novas quedas em 2013 (novamente com Roberto na presidência), 2015 e 2020.

No futebol, Dinamite repatriou dois ídolos, como Felipe e Juninho, contratou Diego Souza, de boa passagem pelo Vasco, e viu a ascensão de Dedé. Mas endividou ainda mais o clube sem recursos para arcar com acordos antigos – um dos maiores credores foi Romário, com quem seu departamento jurídico brigou na Justiça por anos por não reconhecer a confuissão de dívida de Eurico – e criando novas dívidas com atletas, prestadores de serviço e fornecedores.

No poder, buscou modernizar a gestão, mas tomou decisões controversas dentro e fora do campo – em práticas às quais muitas vezes ele e aliados eram crítico aos antecessores na administração vascaína. O que gerou desgastes e minou sua imagem à frente do clube de São Januário.

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Atual presidente do Vasco, Jorge Salgado seria o candidato da sucessão de Dinamite em 2011. A eleição seria realizada dias depois da conquista da Copa do Brasil. Dinamite resolveu ir para o pleito, que venceria com facilidade e praticamente sem adversários – o campo político de Eurico, por exemplo, alegou irregularidades e nem foi para a disputa com Pedro Valente, falecido em 2016.

No segundo mandato, Dinamite perdeu aliados e se isolou sob críticas de ex-vice-presidentes. No Conselho Fiscal do clube, houve quatro indicações seguidas de reprovação das contas – no Conselho Deliberado, elas seriam aprovadas, mesmo com ressalvas e até mesmo com apoio de Eurico, então presidente do Conselho de Beneméritos e já próximo do retorno ao poder.

Durante a gestão Dinamite, a morte do menino Wendel, em teste no centro de treinamento alugado ao ex-jogador Pedrinho Vicençote, foi marca negativa e gerou processo do Ministério Público por má administração e condições nas categorias de base do Vasco.

– O meu primeiro mandato foi muito bom. Quem entra encontra uma situação, como eu entrei, e tem que aprender a administrar o problema das gestões anteriores. Se eu tivesse que administrar só do tempo que entrei para frente, seria muito mais fácil. Hoje, eu me arrependo é de não ter saído no primeiro mandato. Havia um acordo de todos se unirem ao fim dessa gestão. Foi um erro de avaliação. Eu aceitei concorrer a reeleição, acabou não dando certo – disse ao Lance!, anos depois, Roberto Dinamite.

No fim da vida política no clube, houve esforço para resgatar a imagem do maior ídolo da história do Vasco. Houve a inauguração da estátua em sua homenagem em São Januário. Nas últimas eleições, evitou tomar partido de qualquer candidato. Voltou a ser valorizado pelos torcedores e se afastou da imagem de presidente contestado e de mais problemas do que de soluções quando dirigente.

Recentemente, manifestou apoio à venda do futebol do clube para a 777. Chegou a se encontrar com os executivos norte-americanos que terminaram por adquirir 70% da fatia do futebol do Vasco.

– A grandeza do Vasco é muito maior do que qualquer valor que venha a ser colocado. Mas as pessoas precisam ter a sensibilidade de ver o que é melhor para o Vasco nesse momento. Se esperarmos mais cinco ou dez anos, não sei qual o caminho que a gente vai ter. Quando falamos assim, parece que queremos entregar o Vasco a alguém. Não é assim. O Vasco terá um parceiro, e essa parceria vai valorizar o clube. Ninguém coloca dinheiro em algo para desvalorizar. Não vejo o Vasco se vendendo. Vejo o Vasco sendo responsável para que as coisas aconteçam da melhor maneira possível – disse Dinamite, em entrevista recente na live do ge em maio de 2022.

Fonte: Globo Esporte

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1 comentário
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    Ninguém em sã consciência pode negar ou contestar que Roberto Dinamite foi sabotado dentro do Vasco cuja política todos que acompanham o futebol não pode duvidar que seja a mais nojenta entre os clubes do Brasil . O Eurico que também lutava muito pelo Vasco ,mas era um tumor dentro da administração do clube que ,ele julgava ser o dono ,ele prejudicou não somente Roberto que fez mais para a historia e grandeza do clube do que ele Eurico fez ,quantos hoje são torcedores do Vasco pelo que ele como diretor e presidente Vascaíno engajou como simpatizantes da Cruz de Malta ,ao passo que, de setenta em diante 60% que hoje torcem e vibram foram devido as conquistas proporcionadas pelas vitórias e gols do Dinamite ,como os cinco gols marcados contra o Corinthians ,o gol em cima de Osmar ,o pênalti cobrado contra o Flamengo em que o Vasco foi campeão ,quando ele pegou a bola ,eu estava no Maracanã ,ele foi sorrindo e tranquilo para a importante cobrança que a torcida já comemorava o título, ninguém pode esquecer daquela disputa em que o clube da Gávea jogava por três empates sendo que ele ,Roberto adiou ,inclusive no segundo jogo aos 43 minutos do segundo tempo em que ele chutou água ,lama e bola fazendo o gol da vitória adianto o jogo para domingo ,quando o Flamengo como sempre ardilosamente fez entrar em campo aquele ladrilheiro a quem fora prometida uma casa ,segundo ele ,mas que nunca cumpriram com o acordo .Roberto é por isto o maior Ídolo do time que tem a Cruz de Cristo em seu uniforme .você entrou pelo PORTAL DA GLORIA DE SÃO JANUÁRIO ,seus opositores detratores ,estão na porta dos fundos sem direito a entrar para a historia gloriosa do Clube de Regatas Vasco da Gama .Quando o destemperado Eurico Miranda ti expulsou das Tribunas ,não foi somente Você fora expulso mas todos nós Vascaínos que vibramos com os seus memoráveis gols OBRIGADO ROBERTO DINAMITE , a Lenda da torcida mais feliz deste país .

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