Rildo e a impaciência do jogador brasileiro em compor elenco

Rildo está deixando o Vasco da Gama com destino à Chapecoense, alegando falta de oportunidades. Mas será que ele tem razão?

De certa forma, a notícia veiculada na última quinta-feira (28/02) de que o atacante Rildo está de saída do Vasco para a Chapecoense pode ser considerada surpreendente. Não só pelo fato de estar sendo negociado com um clube de menor expressão se comparado ao Gigante da Colina, mas também por conta da pouca quantidade de jogos disputados com a camisa cruzmaltina, apesar de já estar em São Januário há um ano.

Rildo, que é bom jogador e começou de maneira satisfatória sua passagem pelo Vasco no início do ano passado, disputou apenas 26 partidas pelo clube. Em 2018, o atleta teve uma séria lesão no ombro esquerdo, que o deixou sem jogar por cerca de seis meses. A expectativa era de que, para 2019, o atleta, 100% recuperado, retomasse seu espaço e fizesse jus à contratação. Mas não foi isso que aconteceu.

Rildo, aparentemente insatisfeito com a falta de oportunidades, pediu para deixar o Vasco e vê na ida à Chapecó uma boa oportunidade para sua (inconstante) carreira. Mas, espera aí: como assim insatisfeito, já que o jogador ficou tanto tempo sem jogar não por opção técnica, mas sim por estar lesionado, ou seja, sem possibilidades oficiais de ser utilizado, e só agora está retomando a normalidade técnica e física?! Ao menos para mim, não faz muito sentido.

Rildo, atacante de lado de campo que tem na velocidade sua maior arma, com certeza fará falta ao elenco do Vasco durante a temporada, que é longa e, por vezes, com percalços inesperados, fazendo com que uma boa quantidade de jogadores de qualidade no plantel seja necessária para haver sucesso. O Palmeiras, campeão brasileiro de 2018 e que revezava constantemente suas peças entre a competição nacional e a Libertadores, é o melhor exemplo disso.

Porém, a saída de Rildo mostra que, muitas vezes, o jogador brasileiro não tem esse entendimento. A impaciência/desinteresse do atacante em ser peça importante para o ELENCO e não obrigatoriamente titular absoluto escancara o lado extremamente vaidoso que atletas costumam ter atuando no futebol brasileiro (na Europa, geralmente isso não acontece). Quem não se lembra também, por exemplo, das insatisfações de Nenê quando começava no banco ou era substituído?

Rildo, especificamente falando, tem muito pouco do que se lamentar em relação ao que ele julga como ‘falta de oportunidades’, por conta do longo tempo inativo em 2018, explicado alguns parágrafos acima. Atuando pela ponta-esquerda, sua posição de origem, poderia, em 2019, seja como titular ou entrando no decorrer dos jogos, fazer bom trio de ataque com Rossi, Marrony ou Yago Pikachu (ponta-direita) e Maxi López (centroavante), mas prefere a comodidade da titularidade ‘fácil’ num time mais limitado (Chapecoense). É a escolha pessoal do jogador, fazer o que?!

Como no futebol não há espaço para lamentação, o Vasco, além de contar com os três jogadores citados acima que fazem lado de campo, vê no jovem Lucas Santos, um dos craques da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2019, uma realidade e opção ideal para ocupar a vaga deixada por Rildo no elenco. Apesar de achar que ter paciência é de suma importância para um jogador prata da casa dar certo, pois base é base e profissional é profissional, penso que realmente chegou a hora do menino. Tem que ser testado com regularidade.

Enfim, vai-se o Rildo, fica-se o Vasco. Não concordo com a opinião e consequente decisão do atacante, mas pior seria manter um jogador insatisfeito e desmotivado. Que seja feliz na Chapecoense.

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