Opinião: Vasco e Luxemburgo sobrevivem ou se afundam de braços dados

O técnico Vanderlei Luxemburgo retornar ao Vasco da Gama para livrar o Gigante da Colina do rebaixamento do Brasileiro.

Récem-recuperado da Covid-19, Vanderlei Luxemburgo está de volta ao Vasco, menos de um ano depois de ter deixado o clube. Não entra pela porta da frente, mas, digamos, por um corredor lateral. Afinal, sua contratação só se confirmou após a recusa de Zé Ricardo, o preferido da atual, e aparentemente da futura diretoria, em assumir o cargo.

A volta de Luxemburgo deixa um recado bem claro: entra presidente, sai presidente e o Vasco não avança, continua a andar em círculos correndo atrás do próprio rabo.

Por que Zé Ricardo, que surgiu como uma das promessas da nova geração de “professores” do futebol brasileiro e acabou engolido pela máquina de moer técnicos da sempre amadora e imediatista cartolagem tupiniquim, recusou-se a aceitar o Vasco?

Por ter sondagens do Japão, dos países árabes? Pode ser. Mas, principalmente por outra razão: a incerteza de assumir um time faltando 12 rodadas para o fim do Brasileirão versus a possibilidade de começar um trabalho do zero, ainda que em outro país de menor expressão.

E está coberto de razão. Se o Vasco não conseguisse se reerguer, sair da zona da degola, o fracassado seria ele. Que, certamente, seria entregue às feras e não seria o escolhido para recomeçar o trabalho na próxima temporada, com a nova diretoria, ainda que esse fosse um compromisso. Mas é pior: mesmo que se salvasse, nada garantiria o seu emprego em 2021. Resultados por aqui valem menos hoje em dia do que as idiossincrasias e os gostos e vontades pessoais dos cartolas.

Mas como, então, Luxemburgo aceitou o convite vascaíno, tão facilmente, ainda que não tenha sido sequer a primeira opção? No seu discurso, por se tratar de uma convocação. Obviamente, é apenas uma frase de efeito. Luxa não tem nada a perder. Um apostador nato, mais uma vez joga suas fichas na busca de um trabalho que dê certo e aumente outra vez o seu cacife.

Depois de passagens insossas ao longo da última década, Luxemburgo conseguiu bons resultados no próprio Vasco, em 2019, e no Palmeiras, no início da temporada 2020, conquistando o Campeonato Paulista. Mas nem assim convenceu e acabou detonado no Palestra apesar do aproveitamento acima da média de treinadores palmeirenses que o antecederam.

Esta é a dura realidade. O Vasco e Luxemburgo estão no mesmo barco. Sobrevivem ao naufrágio ou afundam de braços dados.

Fonte: Lancenet

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