Lesão e expulsão frustram planos do Vasco contra o Cruzeiro

Vasco da Gama voltou a fazer boa partida, mas foi atrapalhado pela saída de David e o cartão vermelho para Matheus Carvalho.

Hugo Moura em jogo contra o Cruzeiro
Hugo Moura em jogo contra o Cruzeiro (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

O empate em 1 a 1 contra o Cruzeiro no Mineirão fugiu do roteiro do que tem sido os jogos do Vasco recentemente. Nos últimos oito jogos, a equipe de Rafael Paiva fez um primeiro tempo abaixo e uma etapa final consideravelmente melhor. O inverso aconteceu neste domingo.

Foi com boas etapas finais que o Vasco, no último mês, venceu duas vezes o e eliminou o Athletico-PR da Copa do Brasil, derrotou o Vitória e buscou um empate contra o Flamengo. Contra o Cruzeiro, o Vasco foi superior na primeira etapa, mas caiu de produção no segundo tempo após o time voltar desligado, ao sentir o cansaço, as mexidas e a expulsão de Mateus Carvalho.

A melhora se deve às mudanças que Rafael Paiva fez no time titular do Vasco. Ao todo, foram cinco jogadores diferentes na escalação inicial em relação ao último domingo. João Victor em Maicon, Puma em Paulo Henrique, Mateus Carvalho em Sforza, Coutinho em Payet e Emerson Rodríguez em Rayan.

Destes, Paulo Henrique, Sforza, Payet e Rayan não vinham de boas atuações contra o Palmeiras. Os que receberam a oportunidade contra o Cruzeiro vinham entrando bem nas partidas e receberam o voto de confiança de Paiva para começar o jogo.

Com João Victor e Léo na zaga, o time ganhou velocidade e qualidade na saída de bola, enquanto Hugo e Cocão, juntos, deram mais saúde ao meio de campo. Emerson ofereceu uma recomposição melhor defensiva, um problema que os pontas do Vasco vinham tendo nos jogos.

A substituição de Payet por Coutinho é uma decisão técnica. O francês acumulou partidas abaixo no último mês e perdeu a vaga para o camisa 11 do Vasco. O meia brasileiro foi mais participativo com e sem bola, em comparação ao que o francês vinha oferecendo.

De uma forma geral, o Vasco melhorou e foi para o intervalo com a vitória no placar parcial com méritos. Com exceção de um chute de Kaio Jorge no primeiro minuto do jogo e de uma arrancada de Lautaro nas costas de Léo, aos 38, o Cruzeiro ofereceu pouco risco durante os primeiros 45 minutos.

Após a saída de David, que pode ser uma triste notícia para o fim da temporada vascaína, a depender da gravidade da lesão, o Vasco teve Jean David, Coutinho e Emerson Rodríguez no ataque com Vegetti. O time pressionou a equipe mandante e controlou boa parte do primeiro tempo, principalmente após os 20 primeiros minutos. Em um lance de oportunismo e insistência, Vegetti abriu o placar.

Na volta do intervalo, o Vasco voltou desligado do jogo. E o gol aos 13 minutos confirma a tese. Emerson Rodríguez não dá combate em Barreal, e o ala argentino tem todo o espaço do mundo para cruzar na cabeça de Zé Ivaldo, que não foi ameaçado no alto por Lucas Piton — pode-se debater se era o lateral que devia estar na marcação do alto zagueiro cruzeirense.

Rafael Paiva, que já preparava as saídas de Coutinho e Hugo Moura por desgaste e minutagem, manteve as substituições que havia planejado mesmo com o gol sofrido: Paulo Henrique e Sforza entraram. Puma virou ponta direita, Emerson foi para a esquerda e Jean David virou o camisa 10. O Vasco ficou mais fraco no meio de campo.

Antes mesmo de sofrer o gol, por falta de atenção e erros técnicos, o Vasco entregou duas vezes a bola nos pés do Cruzeiro em saídas de jogo, uma vez com Léo e outra com Mateus Carvalho. Com o volante, a dose se repetiu. Erro no domínio do jovem, que chegou atrasado para dar o bote e pisou em Matheus Henrique, assumindo o risco de levar um cartão vermelho — que foi aplicado.

Quando o Vasco ensaiava retomar o controle da posse de bola, com Sforza dando inversões e lançamentos para os pontas, o time perdeu de vez a força no meio e o autocontrole. O empate virou o principal objetivo, e o Vasco resistiu à pressão do Cruzeiro nos minutos finais com um jogador a menos.

Se o gosto amargo do empate ficou na boca dos torcedores, Rafael Paiva preferiu analisar o empate com a lente do primeiro tempo. E de fato isso tem que ser comemorado. Pensando em Copa do Brasil, sobretudo na partida de ida contra o Atlético-MG nesta quarta-feira, o Vasco não pode fazer um primeiro tempo abaixo como vinha fazendo nas últimas partidas.

A lesão de David preocupa porque a ponta esquerda ganha um ponto de interrogação assim como a ponta direita também tem no time titular. Se a lesão do atacante o tirar de combate até o restante da temporada, o Vasco ficará sem Adson e David em 2024, dois dos pilares do time de Paiva.

Emerson Rodríguez, Jean David e Rayan terão que se provar para serem titulares nas pontas do Vasco, tanto na parte ofensiva, quanto na parte defensiva.

O time demonstrou evolução para voltar a começar bem as partidas e somou um ponto importante no Brasileirão. Mas o foco agora é na Copa do Brasil, e é fundamental construir um resultado na Arena MRV que deixe o Vasco em boas condições de resolver a vaga na final em São Januário. A equipe terá que estar concentrada nos 90 minutos, sem erros bobos que possam ser determinantes, como os que aconteceram recentemente.

Fonte: Globo Esporte

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