Imprensa portuguesa repercute protesto de torcedores no CT do Vasco

A possibilidade do Vasco da Gama descer à Série B do Brasileirão pela quarta vez em 10 anos criou um clima de tensão e terror na manhã de ontem, em redor do centro de treinos do Almirante, no Rio de Janeiro, onde a equipa trabalha diariamente. Adeptos do clube, alguns deles armados, bloquearam os carros do atletas para lhes pedirem satisfações pelos maus resultados. A viatura de Paulo César Gusmão, dirigente vascaíno que como treinador passou pelo Marítimo em 2016, foi atingida por pedras.

Com a equipa em 15º lugar da classificação, dois postos e dois pontos apenas acima da linha de despromoção, e vinda de uma derrota amarga para o Corinthians, rival na luta pela salvação, a direção já esperava protestos das claques organizadas. Por isso, pediu à prefeitura carioca um reforço policial que terá, segundo quem observou a cena, evitado males maiores. Nem a polícia, nem a direção do clube, entretanto, receberam queixas formais dos atletas após o ocorrido.

Se a polícia não estivesse presente e não tivesse criado barreiras de proteção, os adeptos poderiam ter usado as armas de fogo que transportavam, com as consequências dramáticas daí decorrentes, afirmam testemunhas. Outro fator que inibiu um incidente de maiores proporções foi o mau tempo que se fez sentir na normalmente soalheira cidade do Rio e que terá levado a que outros adeptos preferissem ficar em casa a deslocar-se ao centro de treinos do Almirante.

Até ao fim do Brasileirão, os dirigentes do clube da colônia portuguesa na cidade maravilhosa já pediram o apoio do Bepe, como é conhecido o batalhão especial de policiamento em estádios, que deve enviar 300 homens para cada um dos dois encontros caseiros que o clube tem de jogar.

“Queremos impedir que se chegue perto do estádio com garrafas ou pedras porque há um histórico grande de conflitos e brigas por lá”, disse Sílvio Luiz, comandante do batalhão.

Em jogo que completa a 36ª jornada o Brasileirão, o Vasco atua hoje, às 22 horas em Portugal, no São Januário com o São Paulo, clube que ocupa o quinto lugar e pretende terminar nos quatro primeiros, os que dão acesso direto à fase de grupos da Taça dos Libertadores. O São Paulo, por outro lado, costuma sair do estádio dos cruzmaltinos com bons resultados: não perde lá desde 2005, com quatro vitórias e quatro empates alcançados no processo. Depois, o Vasco da Gama recebe o Palmeiras e termina a prova em Fortaleza, frente ao Ceará.

A Bola