Goleiro da escolinha do Vasco em Fortaleza supera coma e revela ser fã de Léo Jardim

O vascaíno Yerick, goleiro da escolinha do Vasco em Fortaleza, supera drama após acidente para lutar por sonho no futebol.

Goleiro Yerick
Goleiro Yerick (Foto: Beatriz Carvalho/SVM)

Há um mês, Yerick começava a luta por sobrevivência. Dias depois do início de uma realização de um sonho, o jovem goleiro sofreu um acidente que o afastou dos campos por tempo indeterminado. O jogador saiu para aproveitar o carnaval com o irmão e, quando retornava para casa à noite, foi atropelado por um motociclista embriagado. Ele é goleiro da escolinha do Vasco em Fortaleza.

O adolescente atravessava a CE 090, rodovia que dá acesso às praias do litoral oeste do Ceará, e faltavam apenas dois quarteirões para chegar em casa. A mãe do menino, Nayana Novais, relembra o momento que recebeu a notícia.

– É muito difícil de apagar e esquecer as cenas desse momento. Era para eu ter saído de casa, porque era noite de carnaval, mas alguma coisa nos segurava em casa. Mandei mensagem para os meninos perguntando onde eles estavam e pedindo para chegarem em casa. Por incrível que pareça, a mensagem que mandei foi na exata hora do acidente – relembra.

Uma noite de dor. O acidente aconteceu dias depois de o garoto ser selecionado para ser goleiro do Sub-15 da escolinha do time do coração: o Vasco.

– Só lembro de ter saído da praia e que estava voltando para casa. Só lembro da esquina. Lembro de acordar, vomitar e dormir de novo. Depois que acordei, vi minha vó e pedi para me explicar o que eu estava fazendo lá e ela me explicou do acidente. Não lembro bem de nada. Fiquei alguns dias desacordado. Quando vi o vídeo fiquei triste, porque foi um detalhe e não vi a moto atrás do carro. Fui arremessado longe. Foi um baque – conta Yerick.

O impacto foi tão forte que o corpo de Yerick foi arremessado a quase 15 metros de distância do ponto que estava com o irmão. O goleiro foi internado no hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza, com traumas no tórax e muitos ferimentos no corpo.

Quando chegou ao hospital, Yerick foi acompanhado pelo avô, enquanto a mãe recuperava o fôlego. O que veio na sequência foi a espera por atendimento e busca por respostas.

– A cena não me falha. Vou juntando os pedaços e Deus vai sustentando até que tudo passe. São memórias que vão ficar eternamente. Até hoje me assusto quando escuto um barulho aqui. Tenho dificuldades para relaxar e repousar.

Após alguns dias, o médico liberou o jovem dizendo que o próprio organismo curaria os traumas. O corpo regeneraria os focos hemorrágicos. Mesmo assim, o alívio geral não veio. Yerick reclamava de dores de cabeça decorrentes do trauma. A sexta-feira foi de incômodos na cabeça e pouca paz dos familiares do jovem. Na manhã do sábado, o menino acordou sentindo cãimbras.

– Outra cena que nunca vai sair da minha memória é a Larissa entrando no quarto e falando que ele estava passando mal. Nas minhas orações só agradeço pela cura dele. O padrasto ficou com ele nos braços e os irmãos tentando me acalmar. A primeira convulsão ele ficou rígido e ela foi rápida, mas depois dessa ele ficou completamente desorientado, sem reconhecer quem eram as pessoas – conta Nayana.

O menino então retornou para o IJF e aguardou novo atendimento. Na manhã do domingo, passou do corredor para a enfermaria neurológica. Tinha dificuldades em se manter acordado e seguia desorientado. Após consulta com o neurocirurgião, o novo panorama foi apresentado: estava em estado grave e entrando em coma. Logo foi encaminhado para a UTI e precisou passar por novo tratamento.

Importância do Vasco

O Vasco foi importante em toda a recuperação do garoto. É o time de coração dele. No hospital, o garoto chamou atenção por sempre estar com adereços relativos ao Vasco.

Os treinos do menino na escolinha do clube ainda não puderam ser retomados, mas a ansiedade para voltar a trilhar o caminho escolhido é imparável.

– Não tentei jogar ainda por conta das recomendações. Passei esse tempo todo sem celular. Assim que abri, tinham muitas mensagens, vídeos e textos. Todo mundo me ligava para saber como eu estava e depois vieram me visitar. Aos poucos as coisas estão caminhando. A volta para os treinos também vai ser boa. Estou ansioso e mais confiante ainda – afirmou.

Inspiração: Léo Jardim

Atual titular do time de Barbieri, Léo Jardim é a grande inspiração do garoto.

– Minha maior inspiração é o Léo Jardim. Gosto de pensar que estarei lá fazendo o que sempre gosto de fazer e que minha mãe vai estar em casa torcendo para eu salvar o meu time.

O menino se recuperou, o corpo se curou e enfim ele voltou para casa. Dessa vez para ficar.

– Foi ótimo voltar para casa, porque fiquei seguro que não ia acontecer mais nada. Brinquei com minha mãe e com meu padrasto, falei que estava de volta. Na primeira vez que tive alta, saí calado e sonolento. Foi diferente. Da última vez, saí acordado mesmo, bem – finalizou.

Fonte: Globo esporte

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