Gestão de Roberto Dinamite contrata 130 jogadores em seis anos

Entre acertos e uma série de equívocos, a diretoria se orgulha de ter descoberto Dedé e Rômulo e ter repatriado ídolos como Felipe e Juninho.

As chegadas de Kléber e Rafael Copetti, na semana passada, devem encerrar um ciclo de contratações que levou a São Januário 130 jogadores. Os seis anos da administração de Roberto Dinamite, marcada por rebaixamentos que exigiram reformulações, o título da Copa do Brasil e debandada diante grave crise financeira, provocaram um rodízio intenso no Vasco, estabelecendo média de quase 22 reforços por temporada. Entre acertos importantes e uma série de equívocos, hoje o elenco já não conta com nenhum remanescente da conquista de 2011 ou mesmo da participação na Libertadores de 2012, mas a diretoria se orgulha de ter descoberto Dedé e Romulo e ter repatriado ídolos como Felipe e Juninho – recebidos com festa de gala.

Se levarmos em consideração o número de revelações da base, mais de 160 entraram em campo no período. Uma parte deles teve sucesso erendeu dinheiro aos cofres do clube posteriormente, como Souza, Alex Teixeira, Alan Kardec e, mais recentemente, Danilo. Outros tantos não fizeram muitas partidas e logo foram dispensados, abrindo espaços para mais e mais nomes de fora.

Quando o assunto é treinador, foram 12 diferentes no comando – sendo 14 mudanças no total, já que Gaúcho e Dorival Júnior pintaram duas vezes. Este último e Cristóvão Borges são os únicos a superar 12 meses de trabalho. Já Tita, Vagner Mancini, Celso Roth e Marcelo Oliveira, por razões distintas, não alcançaram nem mesmo três meses à frente da equipe cruz-maltina.

O início do trabalho foi árduo. Com o Vasco na zona de rebaixamento, a diretoria apostou em atletas desconhecidos como Jhonny e André para mesclar com a bagagem de Baiano, Odvan e Pedrinho. Não deu certo, e a queda foi decretada na última rodada do Brasileirão. Uma das maiores aquisições, então, aconteceu fora das quatro linhas, com o investimento em Rodrigo Caetano, diretor executivo de sucesso no Grêmio. A reformulação foi inevitável, até porque, como herança da decadente gestão de Eurico Miranda, menos de dez pertenciam ao clube. 

– A partir do momento em que houve a queda para a Série B, encaramos uma necessidade de mudança. Não havia outra possibilidade. Montamos uma base que foi sendo reforçada cada vez menos e isso culminou no time que ganhou a Copa do Brasil. Os erros e acertos são normais porque não há garantias. Mas temos que lembrar de Dedé e Romulo, em quem apostamos e fizeram tanto. O Rafael Coelho, por exemplo, estava em alta, mas acabou não se firmando – afirmou Caetano, que deixou o Vasco no fim de 2011 e retornou exatamente dois anos depois.

Dinamite soma mais erros do que acertos nos reforços

Com o destaque de jogadores como Fernando Prass, Dedé, Romulo, Felipe, Diego Souza e Alecsandro, as vitórias vieram acompanhadas da inédita conquista da Copa do Brasil e do vice-campeonato nacional. No entanto, o fracasso da Libertadores e a péssima situação econômica colocar tudo abaixo e, pouco a pouco, praticamente todos deram adeus. Hora de mais uma leva imensa que, desta vez, levaram ao fracasso em 2013, cujo comando do departamento era de René Simões sob o crivo de Ricardo Gomes. Independentemente do obstáculo financeiro, contratos longos e escolhas arriscadas e difíceis de explicar marcaram o período. 

De dezembro para cá, na luta para voltar à de novo elite, outros 16 reforços assinaram contrato. A tendência é que até a eleição, marcada para o dia 6 de agosto, não haja mais novidades. 

DESTAQUES POSITIVOS

Na lista das melhores escolhas feitas pela gestão de Roberto Dinamite figuram os goleiros Fernando Prass, titular por três anos e meio, e Martín Silva, que disputa a Copa do Mundo com o Uruguai e já um dos xodós da torcida; o lateral Fagner, que chegou à Seleção por suas atuações com a camisa vascaína; os zagueiros Dedé, ídolo incontestável após um início ruim e cujo lucro foi importante para sanear o clube em 2013, e Anderson Martins, que jogou por oito meses e formou dupla com o Mito; os volantes Nilton, que chegou jovem do Corinthians e, mesmo após cirurgias no joelho, se firmou e ficou quatro temporadas, e Romulo, encontrado no Porto-PE, convocado em 2012 e vendido por R$ 10 milhões; os meias Felipe e Juninho, ídolos do passado que retornaram para brilhar pela última vez, e os atacantes Alecsandro, por vezes criticado, mas decisivo no título de 2011 e autor de mais de 50 gols com a camisa cruz-maltina, e Elton, artilheiro da Série B e que ainda que dividisse opiniões, se destacou nas duas passagens. A bola da vez é Kleber Gladiador, contratação de impacto que tentará provar seu valor.   

DESTAQUES NEGATIVOS

O alto número de apostas criou vários times de jogadores mal sucedidos na Colina. Exemplos no gol como Michel Alves, treinando em separado, e Diogo Silva, que custou R$ 1 milhão e sofre na avaliação dos torcedores; nas laterais como Ulisses, que nem chegou a jogar, Fernando Galhardo, Pará e Julinho, que poucos lembram, Irrazábal, paraguaio de 2010, e Nei, que veio com alto salário (ainda pago pelo clube) e decepcionou; na zaga, sobressaem Leonardo, Rafael Morisco, Cesinha, Jadson Viera, André Ribeiro e Cris; entre os volantes, com nomes como Jhonny, indicado por Tita, Diego Rosa e Sandro Silva – outro encostado à procura de clube; na meia, com o pequenino Fernandinho, Caíque, Chaparro, ex-seleção argentina sub-20, Abelairas, outro argentino e ex-River Plate, e Francismar, que chegou do Boa Esporte-MG em meio ao desespero pela campanha de 2013; e os atacantes Aloísio Chulapa, veterano que não fez um gol sequer, Nunes, Rafael Coelho, Dodô, dispensado em cinco meses depois de começo positivo, Kim, Pipico, Thiaguinho – todos que não agradaram e amargaram sempre o banco de reservas.

Confira a lista de contratações do Vasco desde julho de 2008:

Goleiros: 7

Fernando Prass, Alessandro, Diogo Silva, Michel Alves, Martín Silva e Copetti

Laterais: 22
Baiano, Fagner (2 vezes), Paulo Sérgio, Ulisses, Ramon, Elder Granja, Ernani, Pará, Fernando Galhardo, Irrazábal, Márcio Careca, Julinho, Thiago Feltri, Jonas, William Matheus, Auremir, Nei, Yotún, Elsinho, André Rocha, Diego Renan, Marlon e Carlos César.

Zagueiros: 23 
Fernando, André, Odvan, Titi, Gian Mariano, Rafael Morisco, Dedé, Leonardo, Cesinha, Gustavo, Jadson Viera, Douglas, Thiago Martinelli, Victor Ramos, Anderson Martins, Renato Silva, Fabrício, Rodolfo, André Ribeiro, Cris, Rafael Vaz, Douglas Silva, Rodrigo. 

Volantes: 20
Jhonny, Serginho, Nilton, Paulinho, Pedro Vera, Rafael Carioca, Jumar, Fellipe Bastos, Eduardo Costa, Guiñazu, Léo Gago, Romulo, Diego Rosa, Abuda, Wendel, Fillipe Soutto, Pedro Ken, Sandro Silva, Aranda e Fabricio.

Meias: 26
Pedrinho, Jeferson, Enrico, Fernandinho, Fumagalli, Magno, Léo Lima, Benítez, Carlos Alberto, Felipe, Zé Roberto, Caíque, Matías Palermo, Chaparro, Misael, Bernardo, Diego Souza, Juninho (2 vezes), Abelairas, Fabio Lima, Francismar, Dakson, Alisson, Montoya, Douglas e Guilherme Biteco. 

Atacantes: 32 
Faioli, Pinilla, Elton, Aloísio, Rodrigo Pimpão, Edgar, Adriano, Eder Luis, Nunes, Rafael Coelho, Dodô, Geovane Maranhão, Patric, Bruno Paulo, Leandro, Marcel, Alecsandro, William Barbio, Kim, Tenorio, Pipico, Leonardo, Edmílson, Thiaguinho, André, Robinho (2 vezes), Willie, Reginaldo, Everton Costa, Rafael Silva, Lucas Crispim e Kleber

Técnicos: 12
Tita, Renato Gaúcho, Dorival Júnior (2 vezes), Vagner Mancini, Gaúcho (2 vezes), Celso Roth, PC Gusmão, Ricardo Gomes, Cristóvão Borges, Marcelo Oliveira, Paulo Autuori e Adilson Batista   

Globo Esporte

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