Fuzarca volta a criticar a SAF como solução e cita caso do Cruzeiro

O grupo Fuzarca publicou uma longa nota reforçando sua posição contrária a SAF como opção para o Vasco da Gama.

Estádio de São Januário, casa do Vasco da Gama
Estádio de São Januário, casa do Vasco da Gama

A Sociedade Anônima de Futebol (SAF) tem sido amplamente discutida externamente entre torcedores e correntes políticas do Vasco da Gama. Na oposição, em parte, as críticas têm sido recorrentes, muitos vendo que não é a melhor alternativa.

Outro ponto criticado é a forma como tem sido trabalhada, sem um amplo debate com os poderes do Clube, sócios e torcedores. Até mesmo as figuras que estão tocando o projeto da SAF são alvos de protestos e o último a fazer isso foi o grupo Fuzarca.

Em nota, o Fuzarca não poupou críticas ao projeto e a ideia de aplicação no Gigante, sobrando para os dirigentes que devem fazer parte dela. O grupo não vê a SAF como solução para os problemas e citou o caso do Cruzeiro, que terá o menor orçamento em três anos de Série B após a venda ao Ronaldo Fenômeno.

Nota na íntegra

No centro das discussões estabelecidas a respeito da Companhia Vasco da Gama deveria estar o mínimo indício de competência. É que segundo o ofício emitido pelos insuficientes da diretoria administrativa são eles – isso mesmo, aqueles que mantiveram o Vasco na segunda divisão – que serão os gestores da tal SAF.

Muito se alardeia a respeito dos benefícios do clube-empresa, não é de hoje. Sobretudo na “imprensa especializada”, onde opinião é dinheiro e seguir as diretrizes do mercado que nela anuncia é o negócio.

Ocorre que, vez ou outra, escapole uma opinião divergente em veículo menos prestigiado pelo capital que procura molezinhas para dinheiro fácil. Especialista é o que não falta atualmente. E então se aprende que clube associativo, empresa, mercado, loja de bicicletas ou quitandas não vão a lugar algum se dirigidas por pífios.

Assim, criar uma companhia para o futebol do Vasco que seja dirigida pelas atuais figuras nos levará ao nada absoluto, assim como ao vazio completo iremos como clube associativo mantido o atual padrão de esfacelamento intelectual.

Para exemplificar o pensamento pueril disseminado no clube para além do futebol, vamos às ações do departamento de marketing em 2021 naquilo que eles próprios andaram chamando de aderência às diretrizes da tal ESG: bandeira de escanteio e camisas coloridas, número rosa em outubro, azul em novembro e lacração de rede social no chute, como no caso envolvendo o atleta Gerson, ex-Flamengo.

Como se vê, até sentem o cheiro dos conceitos, mas a mediocridade não permite ir além. É como o cachorro que fareja um bife e não sabe cortá-lo usando garfo e faca. A tacanhez prevalece e atua como uma camisa de força no entorno da imaginação de quem pretende gastar no próximo ano 3 milhões em “novos negócios” além de outra vastidão com assessoria, segundo a proposta orçamentária, seja lá o que isso significar.

Comprovados a completa incapacidade mental para gerir o futebol do clube, o fracasso da gestão patrimonial que entrega reformas não executadas, bandeiras rasgadas e fachadas rotas, os negócios de marketing geridos por confessos alienígenas e as finanças por planilheiros que passam longe da credibilidade, resta vender a ideia que o modelo tido como aquele que salvará a pátria será a agulha do palheiro, a Minalba do deserto ou a bactéria de Marte.

Resta, também, especular a quem tal mirabolância pode estar servindo. Por exemplo: se eu sou credor de 20 pratas no Vasco e tenho o poder de propor sua venda, muito me agradaria que a minha dívida fosse transformada em percentual do valor total da empresa criada futuramente. Neste jogo matemático, quanto menor o valor da empresa, maior o meu poder. Sim, se ela vale 500 e eu sou credor de 20, tenho 4%. Mas se ela vale 100 e eu sou credor de 20, tenho 20% da empresa. Assim, se além de propor a sua venda eu detenho o poder de não apenas definir o seu preço, como formas de sucateá-la, assim posso manipular, certo? Por exemplo, com corpo mole para que a futura empresa baratinha permaneça na 2ª divisão.

Essas e tantas outras hipóteses, como triangulações envolvendo assessoria jurídica de escritórios renomados (de preferência lambedores dos excelentíssimos) e consultoras top five das Galáxias são atalhos perfeitamente imagináveis para a felicidade alheia, venha a SAF dos sonhos ou não. Na verdade, talvez nem importe, desde que os “estudos” sejam perfeitamente rentáveis para o esquema.

Longe de querer jogar água no chopp de fim de ano da molecada de redes sociais e seus hormônios em ebulição, falar sobre as tristezas possíveis faz bem. Um tico de mundo real na veia. Talvez alerte, talvez gere ódio virtual contra o salva-vidas, mas, de todo modo, trata-se de um exercício saudável vez ou outra sair da bolha do sistema. Se liga: estão vendendo o futebol do seu clube pelo valor de parte do orçamento previsto para 2022 no seu maior rival. Já se tocou disso? 100 anos de futebol e conquistas do Vasco podem ser avaliados assim?

Por fim, deixo com os senhores a informação de que a turma do fenômeno comprou o futebol do Cruzeiro por 400 milhões. Sentou à mesa e decidiu, menos de uma semana depois, que o investimento no próximo ano será o menor em 3 anos de série B.

Não existem cavalos alados. Mas se você ainda quer acreditar neles, depois reclama com o papa.

Feliz 2022.

Andamento da SAF

Recentemente, o Vasco começou os estudos para elaborar de forma segura a SAF, o que está contando com o auxílio de duas empresas, casos da KPMG e do escritório de advocacia Veirano Advogados. Segundo o presidente Jorge Salgado, a previsão para que a ideia seja aprovada é até março do próximo ano.

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