Eleições VN: Julio Brant detalha suas propostas para o Vasco em entrevista exclusiva
Em entrevista exclusiva ao site Vasco Notícias, o candidato à presidência Julio Brant detalhou suas propostas para o Vasco da Gama.
Nesta sexta-feira (23) o site Vasco Notícias está dando seguimento à série de entrevistas com os candidatos à presidência do Vasco da Gama na eleição de 7 de novembro. O personagem da vez é Julio Brant, da chapa Sempre Vasco.
É a terceira tentativa de Julio Brant para chegar à presidência do Gigante. Antes, o presidenciável esteve nas eleições de 2014, quando foi superado por Eurico Miranda, e na de 2017, quando chegou a vencer na votação dos sócios, mas foi superado na Lagoa após ruptura com Alexandre Campello.
Com diversas formações em seu currículo, Julio Brant, de 43 anos, atualmente é vice-presidente da Ceptis, indústria química e de tecnologia, sendo que antes foi vice-presidente da Andrade Gutierrez. O candidato também passou por empresas como Odebrecht e Vale, passando por diversos países como Moçambique, Portugal e África do Sul.
Na entrevista, Julio Brant respondeu sobre temas relacionados à sua campanha, sobre ações da gestão atual e contou detalhes sobre o que pretende fazer caso seja escolhido pelos sócios vascaínos como o presidente do Vasco no próximo triênio.
Já se imaginava que você seria o escolhido para ser cabeça de chapa da Sempre Vasco, mas houve uma demora para o anúncio oficial. Qual foi o motivo para a longa espera pelo anúncio e a apresentação do projeto da Sempre Vasco?
– Em 2014 e 17 também fizemos o lançamento em setembro. Do ponto de vista do grupo, amadurecemos o processo de escolha. Na Sempre Vasco debatemos sobre o que é melhor para o Vasco. A Sempre Vasco e os demais grupos de apoio entenderam que eu deveria ser o candidato porque reúno as condições necessárias de implementar uma gestão moderna, profissional e transparente.
É a sua terceira tentativa de chegar à presidência do Vasco, sendo que já participou das eleições de 2014 e 2017. O que pretende fazer de diferente para que desta vez consiga assumir o comando do Gigante? Qual a sua autocrítica sobre a última eleição?
– O amadurecimento e as lições que o último processo eleitoral trouxeram nos mostraram que o clube possui um elemento político no seu dia a dia. O Vasco é um clube de futebol, com seus esportes olímpicos e paralímpicos e com significativa importância como agente de transformação social, mas que possui uma estrutura política constituída pelos seus poderes e conselhos. Uma gestão moderna precisa ter o apoio de todas estas instâncias que também precisam representar e refletir o desejo do sócio e da torcida vascaína. A autocritica se dá no entendimento deste dimensionamento.
Em 2014 e 2017, principalmente no último, você entrou na eleição num cenário totalmente diferente, sendo a principal figura opositora de Eurico Miranda. Hoje, sem ele, abriu-se um grande leque de possibilidades, com mais de dois com possibilidade de vencer. Como você analisa o cenário eleitoral vascaíno em 2020?
– Me permita trazer uma perspectiva diferente. Nunca falamos de pessoas, falamos de modelo. Em se tratando de modelos propostos, temos o mesmo cenário das eleições anteriores. De uma lado, um modelo que quer fazer do Vasco um time campeão através de uma gestão moderna, profissional e transparente e que nunca participou de uma administração do Vasco. Do outro, modelos que já estiveram dentro do Vasco e não tiveram êxito. O sócio vascaíno precisa decidir qual modelo ele deseja para o Vasco.
Uma das grandes apostas em sua equipe de campanha é a presença de ídolos entre os integrantes, sendo eles Felipe, Pedrinho e Edmundo. Como acredita que eles poderão ajudar numa possível gestão sua dentro do Vasco? Receberão algum cargo específico?
– Felipe, Pedrinho e Edmundo são nossas crias e ídolos da nossa torcida. Eles têm um profundo conhecimento de futebol. Mas precisamos lembrar que é ótimo ter esses ídolos neste projeto, contudo eles também estão conosco porque se capacitaram, se qualificaram, estudaram e se preparam para um projeto deste tamanho e importância. Juntamos história e qualificação profissional. Ou seja, temos a combinação entre a gestão moderna e profissional com o entendimento do tamanho e dos valores do Vasco. Eles conhecem o futebol do Vasco por dentro porque foram formados e viveram o clube, mas também olharam para o futebol mundial e trazem novos conceitos e novas formas de fazer um futebol campeão. Sobre cargos, gostaria de contar com todos, mas existem compromissos profissionais assumidos por alguns e vamos dialogar com eles para ver como poderão contribuir, por exemplo, dentro de um comitê gestor de futebol e no Conselho Consultivo. Por sua vez, o Felipe será nosso Diretor Executivo do Futebol. Felipe é o maior vencedor de títulos importantes na história do Vasco, se capacitou em diversos cursos e graças a sua experiência e intercâmbios, hoje, sem dúvida, é um dos profissionais do mercado com maior potencial de entrega de resultados estruturais que são tão importantes para fazer do Vasco o time campeão que sempre foi.
No lançamento da sua campanha muitos vascaínos foram surpreendidos pelo anúncio do apoio de Juninho Pernambucano. Como seria essa participação do “Reizinho” sendo que ele está focado num grande trabalho à frente do Lyon, da França?
– O Felipe entrou em contato e fez o convite para o Juninho participar do projeto, mas pelos compromissos assumidos na França e pelo trabalho que desenvolve no Lyon isso não foi possível. Mas o Juninho apoia o projeto que está sendo planejado pelos ídolos. O Felipe deseja intensificar a troca de ideias com o Juninho, como também a troca de experiências, afinal os cargos são bem similares.
A atual gestão apresentou um projeto para reforma de São Januário, com o encaminhamento de uma parceria com a WTorre para isso. Caso eleito, você pretende dar seguimento ao que foi preparado ou tem uma ideia própria para modernização da Colina Histórica?
– Em 2014, trouxemos para o Vasco a empresa que a maior referência do mundo na construção de CT’s e de estádios, a portuguesa Tecnoplano. Colocamos à disposição do Vasco tudo aquilo que desenvolvemos sobre o tema através da Tecnoplano, que está lá no CT que é feito hoje. Precisamos, inicialmente, entender todos os projetos, todas as suas viabilidades financeiras e, depois, temos que consultar quem vai usar: a torcida do Vasco. O que não podemos e nos encantar com uma maquete, porque maquetes não resolvem o problema do Vasco. Maquetes inclusive que já foram apresentadas diversas vezes e que ficaram apenas no papel. É bom lembrar que em 2014 e 2017 apresentamos como meio de amortizar os custos do nosso modelo de reforma de São Januário a venda do direito de cadeiras cativas e camarotes por um determinado tempo de uso. No Vasco, diversos grupos políticos tentaram desqualificar o projeto. Recentemente, um grande clube de Minas Gerais anunciou o sucesso de vendas dos direitos das cadeiras cativas e camarotes, reduzindo dinheiro investido no estádio em quase 50%. Este é um exemplo de como uma parcela da política do Vasco é avessa às iniciativas inovadoras e modernas.
O principal discurso da gestão atual é que o Vasco está num processo de reconstrução, com melhoria nas finanças e no quesito estrutura. A bandeira levantada para tal processo é o da austeridade, com um processo que mira trazer melhorias a médio e longo prazo. Você acredita que isso é o suficiente para o Vasco ou preciso de algo a mais?
– A SEMPRE VASCO entende que, para reestruturar o Club, é indispensável um plano sólido e viável na gestão de finanças. Por isso, implantaremos uma gestão financeira profissional, contratando os melhores executivos do mercado, com metas extremamente agressivas, para que possamos acelerar o processo de reestruturação, permitindo a previsibilidade do fluxo de caixa do Club, evitando a cobrança de dívidas não mapeadas, com foco na execução do planejamento financeiro. Nas duas últimas décadas, presenciamos um Vasco incapaz de reduzir sua dívida e gerar receitas dignas de um clube do tamanho do Vasco. Isso tem reflexos diretos e negativos em nosso desempenho desportivo. É urgente a modernização da gestão financeira do Vasco, visando acompanhar as tendências do mercado financeiro para reestruturar as finanças, alcançando resultados positivos o quanto antes para podermos colher frutos. A reestruturação financeira engloba diferentes aspectos da vida do Club, demandando uma visão geral de suas receitas para alcançarmos nossos objetivos. O resgate da credibilidade é o ponto central a ser trabalhado pela Sempre Vasco. A Sempre Vasco se compromete a prestar contas, mensalmente, aos sócios e à torcida vascaína, para que todos possam acompanhar o desenvolvimento das metas traçadas. Além disto, a Sempre Vasco priorizará, nos primeiros dias de gestão, a revisão de todos os contratos do Club, a implantar controles e processos, buscando fechar todas as torneiras, para viabilizar que os investimentos sejam direcionados estritamente para às ações que geram resultado financeiro e desportivo para o Club. A Sempre Vasco será criativa na busca de novas fontes de receitas e de garantias, não se limitando aos métodos tradicionais de captação de renda, como os direitos de transmissão e pay-per-view, que geram dependência e incertezas.
Muito se fala no investimento externo como uma alternativa para resolver os problemas financeiros do Vasco a curto prazo, assim permitindo um alívio nos cofres e uma capacidade maior de investir no futebol. Você, com a sua experiência como executivo internacional, acha que é uma boa medida? Se sim, tem algo preparado nesse sentido?
– Atraso de salário não é modelo de gestão que queremos para o Vasco. Uma gestão moderna e profissional não permite que os salários atrasem.
Eu e a Sempre Vasco assumimos o compromisso de que na nossa gestão não haverá atraso de salário. Para isso, o que nós vamos fazer é iniciar um forte reforço de caixa logo no início do mandato, para que a gente possa iniciar o trabalho com geração de receitas que serão desenvolvidas por parceiros internacionais para que tenhamos não só a reestruturação financeira e de gestão feita pela Accenture e Alvarez & Marsal, mas teremos também uma forte injeção de capital vinda dessas comercializações de propriedades. Já estamos fechados com parceiros internacionais, por exemplo, a Mediapro.
Analisando o trabalho realizado em quase três anos de gestão, acredita que hoje encontraria o Vasco numa situação mais favorável para colocar os seus projetos em prática do que era em 2018? Olhando o cenário atual das finanças do Vasco e as ideias que pretende colocar em prática, com quando tempo o Gigante poderá voltar ao seu devido protagonismo no futebol?
– A Sempre Vasco acredita que uma gestão moderna e profissional precisa se adaptar ao novos desafios que o mundo vive. Então, nosso planejamento de 2021 a 2023 já prevê uma alteração significativa tendo em vista a realidade da pandemia. Por isso que a gente trouxe como parceiro a Mediapro. Um gigante da área de mídia e de inovação, para que a gente possa ter na área de inovação digital, que é uma tendência hoje do futebol mundial, um grande parceiro. É trazer o digital para ser uma das áreas mais importantes do nosso planejamento de 2021 a 2023. Também iremos criar novas propriedades, melhorar as que estão mal dimensionadas e valorizar as subutilizadas. Isso já está planejado dentro de uma realidade em que a pandemia atinge fortemente o negócio do futebol e do mercado como um todo.
O Vasco não se limita apenas ao futebol, sendo que é, historicamente, um clube poliesportivo, que abrange as mais diversas modalidades. Dentro do seu projeto, existe algo direcionado para trazer melhores condições e mais investimento aos demais esportes praticados no Gigante?
– A Sempre Vasco trouxe para o grupo o maior especialista na área de projetos incentivados no Brasil, o Bruno Duarte, que foi responsável pelos maiores projetos da história do Brasil. Por exemplo, os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo. Bruno foi responsável pela área financeira desses projetos para estruturação e enquadramento. Já temos mais de 20 projetos enquadrados na legislação na lei de incentivo. Vamos usar a lei de incentivo fortemente para incentivar projetos de esportes olímpicos e paralímpicos, masculino e feminino. Já temos o basquete e o remo e queremos implementar no futebol de areia. Temos um projeto lindo para o remo, pronto e enquadrado na legislação de incentivo para reforma do espaço e estrutura de apoio. Já fizemos também cotação internacional dos equipamentos. Temos um trabalho forte para fazer o paralímpico de basquete, vôlei, um trabalho de excelência. Inclusive com parceiros delineados que vão entrar com investimento.
O que você vê como diferencial em seu projeto que pode trazer uma vantagem em relação aos demais candidatos na hora de convencer os sócios do Vasco? Tem alguma carta na manga guardada para os próximas dias que antecedem a eleição? Se sim, pode dar alguns detalhes?
– Inicialmente, nosso projeto quer fazer do Vasco um time campeão através de uma gestão moderna, profissional e transparente e que nunca participou de uma administração do Vasco. Reunimos grandes ídolos, executivos, empresários e profissionais que são referências em suas áreas para colocar a disposição do Vasco o que há de melhor no mercado. Temos um projeto que amadurece desde 2013 capaz de dar uma virada no rumo do Vasco, colocando o sócio e torcedor apaixonado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama no centro do processo. Nosso projeto redefine o conceito de gestão do clube, o que vai nos levar a conquista de inúmeros títulos e ter motivos de sobra para nos orgulhar dentro e fora dos gramados. É o único projeto que muda a mentalidade dentro do clube, dá condição de trabalho para os nossos profissionais e, principalmente, possui pessoas que sabem fazer acontecer. Estamos trabalhando todos os dias, arduamente, para trazer mais novidades para o vascaíno. Por isso, a Sempre Vasco não para nunca!
Esta foi a terceira entrevista com candidato nessa reta final da disputa eleitoral, sendo que antes o site já havia conversado com Sérgio Frias, da chapa Aqui é Vasco!, e Jorge Salgado, da Mais Vasco. Em breve, será publicada também a conversa com o presidente Alexandre Campello, que está tendo a reeleição pela No Rumo Certo. Ainda não há confirmação por parte de Leven Siano, do Somamos.
Obs. Texto produzido pela equipe Vasco Notícias. Reprodução não permitida.
O dia que o Vasco tiver uma Diretoria séria , confiável e realmente vascaina ninguém segura este clube. Poderá contar com sua fiel e apaixonada torcida. Se fizerem uma campanha de 50 reais para cada vascaíno e realmente a torcida do Vasco for de 20.milhões de torcedores, garanto que a torcida vai bancar a reforma de São Januário, terminar o CT e pagar as dívidas. Contribuiria até com mais. Mas com estes políticos de carreira na diretoria, nem sócio serei.