Eleições VN: Jorge Salgado detalha suas propostas para o Vasco em entrevista exclusiva

Em entrevista exclusiva ao site Vasco Notícias, o candidato à presidência do Vasco da Gama, Jorge Salgado, contou suas ideias para o Clube.

Jorge Salgado, presidente eleito do Vasco
Jorge Salgado, presidente eleito do Vasco (Foto: (Divulgação)

Seguindo as entrevistas com os candidatos à presidência do Vasco da Gama, nesta quarta-feira (14) chegou a vez do grande benemérito Jorge Salgado, de 73 anos, que lidera a chapa Mais Vasco, formada pelos grupos Confraria Vasco, Ao Vasco Tudo, Desenvolve Vasco, Petro Vasco, Vasco do Povo e Resgata Vasco. 

Empresário e sócio de uma corretora de valores, Jorge Salgado está voltando a disputar uma eleição no Vasco após 23 anos. Em 1997, o candidato formou a chapa Oposição Unida, que era formada também por Arthur Sendas, Olavo Monteiro de Carvalho e Pedro Valente, onde teve, inclusive, o apoio do Rei Pelé, que na época era ministro dos esportes. 

Foi uma eleição repleta de polêmica, com denúncias de fraudes, com vitória da chapa de Antônio Soares Calçada e Eurico Miranda. Com muitos anos de Vasco, Jorge Salgado foi vice-presidente de finanças na década de 80, estando envolvido diretamente na inesquecível transferência do craque Bebeto, vindo do rival Flamengo. 

Jorge Salgado tem experiência também na CBF, quando substituiu Eurico Miranda na direção da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1990, que foi disputada na Itália. O empresário é muito conhecido também por empréstimos feitos ao Clube no decorrer dos anos, sendo que o último foi em 2010, este que voltou a ser assunto recentemente. 

É com ele que o site Vasco Notícias continua a série de entrevistas com os candidatos, como destacado anteriormente, um dia depois da conversa com Sérgio Frias, do grupo Casaca!, que lidera a chapa Aqui é Vasco!. O empresário respondeu sobre diversos pontos da sua campanha e ações que pretende fazer caso alcance a presidência do Gigante. 

A Mais Vasco se formou antes da escolha do candidato, que acabou sendo o senhor. Nesse caminho até ser escolhido, houve um período de conversas natural para uma decisão tão importante. Qual foi a principal razão de ter aceitado o convite da chapa? 

– Duas razões me fizeram aceitar. A primeira delas, a possibilidade de ser uma eleição limpa. Em (19)97, uma das maiores pesquisas do Brasil me colocou como vencedor com larga vantagem, o que acabou não se confirmando por uma uma série de irregularidades no dia do pleito. A segunda razão foi o grupo da Mais Vasco, formado por grandes profissionais do mercado e vascaínos do bem.

Como o senhor observa o cenário político vascaíno numa era pós-Eurico Miranda, ex-presidente e nome que tinha uma grande influência interna e externa? Existe uma mudança em destaque que observa já para a eleição deste ano?

– Eu enxergo esta eleição em um nível mais alto. Em termos de candidatos e em termos de debate. Menos ataques e mais propostas. É disso que o Vasco precisa.

Não é segredo que o grande foco do trabalho da atual gestão tem sido na direção de equacionar as dívidas do Vasco, o que, consequentemente, ‘impede’ um investimento maior no futebol. Naturalmente, torcedores não são muito impacientes e querem saber quando o Gigante voltará a investir pesado. Analisando o momento atual e o que pensa para sua possível gestão, em quanto tempo isso será possível?

– Olha, reequilíbrio financeiro não significa falta de investimento. Um dos exercícios referentes à gestão financeira de um grande clube é cortar gastos desnecessários. Este saldo você pode realocar no seu core business. No nosso caso, o futebol. Aliando a isso inteligência em gestão, é perfeitamente possível você ter um time melhor e mais competitivo já no primeiro ano.

O Vasco é, historicamente, um clube poliesportivo, que abrange as mais variadas modalidades esportivas. No entanto, existem relatos de atrasos de atrasos no repasse na ajuda de custo do Vasco na atual gestão, casos do Remo e atletismo. Houve também o desligamento do departamento de paradesporto do Clube, o que deixou vários atletas sem ter onde treinar. O que pensa em fazer para valorizar os demais esportes existentes em São Januário? Trará de volta os atletas paraolímpicos?

– Nossa principal prioridade para os Esportes Olímpicos e Paralímpicos é a recuperação das CNDs. Isso vai nos permitir construir projetos para as modalidades através das leis de incentivo. Já no Remo, um esporte estatutário, trouxemos o Vaval, um dos maiores atletas da história do Vasco, para nos ajudar na reconstrução do departamento.

Curto e grosso: observando o trabalho da atual gestão, o que o senhor vê que pode fazer de diferente?

– Compromisso na área de reestruturação financeira e inteligência e planejamento na gestão do futebol.

Duas bandeiras levantadas pela Mais Vasco são sobre a inclusão dos sócios anistiados em 2018 na lista de votantes na eleição, e as eleições diretas, aprovadas na última Assembleia Geral Extraordinária. O que motiva a chapa a ir em busca desses objetivos?

– É um absurdo a exclusão dos sócios anistiados. O processo foi conduzido pelo Clube há dois anos e agora o próprio Clube diz que não é válido depois de o sócio pagar as prestações todo este tempo. Isso não existe. E sobre a votação eletrônica, além de você inserir o Vasco na era moderna, você traz o sócio Off-Rio para dentro do processo e ainda favorece aqueles mais idosos ou com dificuldades para se deslocarem ao Clube.

A atual gestão apresentou um projeto para a reforma de São Januário, e um encaminhamento de parceria com a WTorre para isso. Caso seja eleito, o senhor vai dar seguimento à reforma como está ou tem outros planos para a Colina Histórica? Caso mantenha, pensa em algumas alterações ou está totalmente satisfeito com o que viu?

– O projeto é bom e minha intenção é dar continuidade. Evidentemente que é preciso tomar conhecimento de todos os detalhes para analisar a necessidade de alterações e garantir que o caixa do Clube não seja impactado.

Com as chapas se definindo, começam as movimentações políticas em busca de força na eleição. Até o momento são oito candidatos confirmados, e espera-se que ocorram uniões até lá, chegando assim numa quantidade menor na disputa. Existe alguma possibilidade da Mais Vasco se unir com outra chapa? Aceitam apenas ser cabeça de chapa?

– Eu converso com todos. Já recebi no meu escritório quase todos os principais candidatos. Agora, sobre possibilidades ou condições, depende muito de cada conversa.

Como é para o senhor, que tem tanto tempo vivido de Vasco, ver o Gigante se estruturando, com dois CT’s em construção, um para a equipe profissional e outro para base e feminino? O Clube tem outras sedes e, além de São Januário, tem algum projeto para melhoria de outra sede do Cruzmaltino?

– Vamos avaliar a possibilidade de revitalização de todas as nossas outras sedes. Isso com certeza está dentro das nossas propostas.

O Vasco tem, desde sempre, uma base muito talentosa, que revelou diversos craques como Roberto Dinamite, Romário e Edmundo. Recentemente, o trabalho tem sido elogiado principalmente pela figura do gerente Carlos Brazil. Caso assuma, o senhor pretende dar seguimento ao que já vem sendo feito ou tem outras ideias para o departamento?

– Eu sempre digo que todos serão avaliados. Todos os trabalhos. Existem competições em andamento neste momento e a minha intenção é não permitir que a política interfira nos nossos atletas e profissionais.

Voltando um pouco ao assunto austeridade, o senhor acredita que apenas ela conseguirá fazer com que o Vasco volte ao caminho das glórias ou é preciso de um algo a mais? Fala-se muito em investimento de fora como forma de potencializar as finanças, o que pensa sobre?

– Time forte e clube fraco não se sustentam. O que você precisa ter é um clube forte para construir um time forte e dar sustentabilidade a esse time. É isso que pretendo fazer. Fortalecer o Clube. A consequência disso será um time melhor e mais competitivo em campo.

O Vasco é um clube com dimensões nacionais e até internacionais, com torcedores espalhados pelo Brasil e mundo afora. No entanto, muito se reclama sobre uma falta de valorização a esses vascaínos, como ações e até mais benefícios no plano Norte a Sul, específico para eles. Entre suas ideias, está algo para valorizá-los?

– A maior valorização que você pode dar para essa torcida é demonstrar interesse. Neste sentido, vamos promover a maior pesquisa nacional de um clube brasileiro de futebol. Precisamos conhecer as necessidades do nosso torcedor fora do Rio. Só assim saberemos exatamente onde investir para trazer esse torcedor para mais perto do Vasco.

Uma preocupação que persegue o Vasco sai ano e entra ano é a questão dos salários atrasados. O problema tem sido amenizado nos últimos meses, mas ainda é preciso um grande esforço para buscar uma solução. É um compromisso da sua gestão manter os salários em dia, e isso já seria possível de imediato?

– Por isso é fundamental você assumir o Clube no primeiro dia já com uma injeção de recursos. Só assim você vai conseguir equilibrar o seu fluxo de caixa, pagar os atrasados e começar a gerar novas receitas. E é exatamente nisso que já estamos trabalhando, em dois fundos de investimento, dois produtos financeiros que nos darão essa tranquilidade para começarmos o trabalho.

Com Sérgio Frias e Jorge Salgado, agora restam três candidatos a serem entrevistados pelo site Vasco Notícias. O próximo será Julio Brant, da chapa Sempre Vasco, e já existe o encaminhamento de uma com o presidente Alexandre Campello, que está tentando a reeleição pela No Rumo Certo. É de interesse marcar também com Leven Siano, do projeto Somamos, mas ainda não nada há nada fechado. A equipe seguirá em contato para acertar uma entrevista e assim fechar o ciclo.

Obs. Texto produzido pela equipe Vasco Notícias. Reprodução não permitida.

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