Cestas básicas da pena de Rildo são doadas a moradores do Vidigal

As 55 cestas básicas entregues pelos atletas Bruno Silva, hoje no Fluminense, e Rildo, do Vasco, como conversão de pena do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), foram doadas a moradores do Vidigal. A comunidade da Zona Sul do Rio de Janeiro foi um dos pontos mais castigados com as fortes chuvas que atingiram a cidade no começo de fevereiro. Somente nesse local, 40 famílias ficaram desabrigadas e o risco de novos desabamentos não está descartado.

Bruno Silva havia sido suspenso por três partidas em 2017, quando atuava pelo Botafogo, por uma bolada no árbitro Bruno Arleu, na final da Taça Rio daquele ano. Com a queda do Alvinegro no Carioca e a ida do volante para o Cruzeiro, ele carregou a punição do Carioca para 2019, já como atleta do Fluminense. Bruno Silva cumpriu o segundo jogo e a partida restante que foi convertida para 15 cestas básicas.

Já o vascaíno Rildo pegou o gancho de cinco jogos pela falta que resultou na fratura da perna de João Paulo, do Botafogo, na última rodada da Taça Rio de 2018. As duas partidas que ainda faltavam ser cumpridas foram convertidas em 40 cestas.

As doações oriundas da conversão de penalidade são geralmente entregues a instituições filantrópicas cadastradas, mas desta vez o TJD-RJ optou por encaminhá-las ao Vidigal através de divulgações feitas por membros da Associação de Moradores nas redes sociais.

– Acho que em tempos tão caóticos de ninguém solta a mão de ninguém, tão amplamente divulgado em redes sociais, a gente precisa, de fato, não soltar a mão. Fiz uma pequena mobilização nas redes sociais e no dia seguinte o Marcelo Jucá, vendo a minha postagem no Instagram, veio até a mim e procurou saber mais sobre o trabalho voluntário que estava acontecendo sem eu mesma ter noção da tamanha ajuda que estávamos fornecendo. Daí fiquei sabendo das cestas básicas frutos de conversões de punições a jogadores e logo entrei em contato com a Associação e com o meu amigo Piu, que conseguimos uma Kombi da comunidade para buscar as 55 cestas.

– A entrega foi só alegria. Acredito que se cada um de nós movermos uma força, por menor que seja, conseguimos renovar um pouco as esperanças em dias melhores, por mais que esses dias sejam ainda tão utópicos. Sigamos fortes e unidos, acredito que esta seja a única maneira de sobrevivermos aos dias atuais – contou Wanisy Roncone, produtora audiovisual e voluntária na Associação de Moradores do Vidigal.

Como ajudar

A comunidade do Vidigal ainda precisa de doações de água, materiais de limpeza, itens de higiene pessoal e alimentos não perecíveis. Contribuições em dinheiro também são necessárias, pois serão direcionadas para reconstrução de casas e compra de móveis e eletrodoméstico para as famílias que perderam tudo.

Além da Associação de Moradores, outras frentes estão mobilizadas nessa corrente de solidariedade. O projeto social Vidiga na Social, que foi criado em 2012 para fazer um Natal solidário para as crianças da comunidade, precisou, pela primeira vez em sete anos, unir forças diante de uma situação de desastre.

Globo Esporte