Carlos Leão explica destino do dinheiro do Sócio Gigante

O vice-presidente de finanças do Vasco da Gama, Carlos Leão, contou o quão é importante o valor oriundo do sócio-torcedor.

Carlos Leão em São Januário
Carlos Leão em São Januário (Foto: Divulgação)

É uma dúvida muito recorrente entre a massa vascaína o destino do dinheiro oriundo do Sócio Gigante. Esperava-se muito que, com o expressivo aumento na quantidade de sócios, o investimento no futebol também aumentasse.

Depois da campanha de renovação, o Vasco ainda segue como o clube com mais sócios-torcedores do Brasil, com quase 118 mil. Quantidade de associados esta que rende cerca de R$ 3 milhões por mês ao Clube.

Tal quantia está sendo essencial para o Vasco atualmente, em meio à saídas de patrocinadores durante a pandemia. Em participação em live do Canal do Pedrosa, no Youtube, o vice-presidente de finanças do Clube, Carlos Leão, destacou a importância do apoio da torcida por meio do Sócio Gigante, ajuda essa que é recorrente na história do Cruzmaltino.

–  A gente tinha uma receita de TV bastante comprometida, de maio até agosto, a verba de patrocínio caiu, o Azeite Royal, por exemplo, foi um dos que saíram. O que a gente tem se ancorado é no sócio-torcedor. Não faço mágica, não. Nem eu e nem o Campello. O que sustenta esse clube é o seu torcedor, sempre foi assim. Vejo alguns dizendo: “Ah, o Vasco depende do seu torcedor”, e cara, isso é de pelo menos 1927. Então demorou 100 anos para aprender isso. Pelo menos desde 1927 o Vasco sempre dependeu do seu torcedor, o nosso estádio não foi construído com dinheiro do governo, as coisas que fizemos até hoje não teve dinheiro de lava jato, de governo, de político. Sempre teve o torcedor que colocou os seus recursos suados dentro do Vasco, então não tem muito o que discutir.

O destino do dinheiro, mesmo que não se veja muito, é realmente para o departamento de futebol em grande parte, mas, a princípio, não para fazer contratações de peso, mas sim para colocar a casa em ordem pagando os salários do elenco, além de pagar dívidas de curto prazo para evitar penhoras, como dito por Carlos Leão.

– O dinheiro do sócio-torcedor é para dívida de curto prazo e salários. É isso que temos feito. Não dá para sair para outro lugar. Ou sai para pagar dívida de curto prazo para não termos mais penhoras, não atrapalhar o nosso planejamento, cumprir acordos que se gente não cumprir já estão praticamente na fase de execussão, não tem muito o que fazer, e pagar salário. É isso que a gente tem feito com o dinheiro do sócio-torcedor e o Vasco só está em dia por causa disso, senão não estaríamos em dia com os atletas.

Um cálculo confirmado por Carlos Leão mostra o Vasco recebendo cerca de R$ 20 milhões nesses 6 meses pós-renovações. Se trata de uma grande quantia, que faz os torcedores pensarem de imediato em cotratações, pelo menos grande parte deles.

O dirigente, no entanto, reafirmou que a grande prioridade no momento não é trazer um grande reforço, citando o desejado Alex Teixeira como exemplo, e sim fazer com que funcionários e jogadores recebam seus salários, e que as dívidas sejam pagas, para que nos próximos anos se possa formar um time mais competitivo.

– O torcedor precisa entender que R$ 20 milhões para contratar um jogador seria um ótimo dinheiro, só que a gente não pode fazer isso. Então aparecia: “Pô, vamos pegar esse dinheiro e em vez de pagar salário, dívida, que é pior ainda, vamos contratar um grande jogador”, e aí o que iria acontecer é aumentar a dívida, o salário ia aatrasar. Infelizmente a nossa prioridade hoje não é contratar o Alex Teixeira, por exemplo. Seria ótimo, mas a prioridade com o dinheiro é manter os nossos funcionários em dia, fazer com que eles trabalhem cada vez mais satisfeitos, porque rende e produz mais, o que vale para os atletas também, e pagar as dívidas que atravancam o Clube. Não dá para trabalhar com curto prazo, a gente tem que fazer a médio longo prazo para a gente ter um time forte daqui a um triênio, dois triênios no máximo.

A gestão do presidente Alexandre Campello tem adotado, desde o início, o mesmo discurso da austeridade financeira, que consiste em cortar gastos e focar no pagamento de dívidas, caminho buscado para fazer um Vasco mais equilibrado financeiramente. Se trata de um projeto a longo prazo, o que acaba implicando no investimento no futebol, que ainda está aquém do sonhado pela torcida.

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