Carlos Brazil detalha trabalho da 777 Partners na base e projeta futuro no Vasco

Em sua 2ª passagem pelo Vasco da Gama, o diretor Carlos Brazil ainda pediu calma com os jogadores destaques da base do Clube.

Carlos Brazil durante apresentação pelo Vasco
Carlos Brazil durante apresentação pelo Vasco (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Com mais de 10 anos de trabalho em categorias de base, passando por clubes como Botafogo , Flamengo e Corinthians , o diretor Carlos Brazil está em sua segunda passagem pelo Vasco da Gama .

Anteriormente, o profissional esteve no cargo entre 2018 e julho de 2021, e participou de conquistas como a Copa do Brasil sub-20 de 2020 e a Supercopa do Brasil do ano seguinte.

Com a chegada da 777 Partners, Brazil deixou a posição de gerente de futebol no profissional no final do ano passado para voltar a gerência de base e transição, posição que destaca como de extrema importância futebol brasileiro.

Em entrevista exclusiva ao iG Esporte , o diretor destrinchou o trabalho feito pela empresa norte-americana em relação a formação dos jovens da base e falou da importância que os clubes brasileiros devem dar aos seus ‘talentos’.

“A 777, assim como Paulo, dá muita importância a formação, e não poderia ser diferente. Eu acho que é uma realidade dos clubes brasileiros de um modo geral ter uma base muito forte, que forme de jogadores para dar esse retorno técnico e financeiro, que o clube possa, de alguma forma, não só ganhar dinheiro, mas economizar também. Uma folha salarial de 30, 32 atletas é uma folha muito pesada, e evidentemente que os jogadores da base acabam tendo uma remuneração menor, é natural isso, isso faz com que haja um equilíbrio, uma média salarial menor. Então eu tenho parâmetros de formação que eu dou muita importância, como a metodologia implantada, filosofia. Acho que os clubes brasileiros em geral, não somente o Vasco, precisam melhorar a transição dos jogadores, para que não se percam tantos talentos como a gente perde no Brasil”, disse o gestor.

“A formação, desde 2018, tenho como um parâmetro que a gente tinha que ser uma fábrica de talentos, sai um jogador, como o Andrey, tem que ter um outro sendo preparado para o lugar dele. Hoje, eu acho que o Lucas Eduardo é um jogador muito preparado para ocupar essa esse lugar do Andrey, a gente nunca vai ter jogadores iguais, mas com qualificação para jogar no profissional do clube, como o Barros, que já está lá”, completou.

Citado na resposta anterior, a passagem de Andrey como jogador profissional do Vasco teve grande influência de Carlos, que foi questionado sobre a fase ruim do clube em momentos anteriores afetar a adaptação de promessas na equipe principal.

“Afeta a transição. É muito melhor um time alinhado, um time adequado, um time que esteja performando no profissional, o menino entrar dentro dessa realidade. Um dos grandes quesitos para transição é o menino não ser o protagonista, ele não pode ser protagonista, ele não está preparado ainda para fazer a transição, quem dirá para ser o protagonista, para resolver os problemas do clube. Quando as equipes estão em dificuldade financeira, na tabela, muitas vezes buscam o menino na base para ser a solução, e eles não são a solução, evidentemente que você acaba queimando o ativo do clube, não resolve o problema e ainda perde seu ativo, porque esse menino fica queimado junto com o time, que na realidade já sucumbiu. Eu tive muito cuidado com a transição do Andrey. Naquele ano, fomos eliminados na Copa do Brasil para o Juazeirense, gerando uma pressão muito grande sobre o elenco. No Brasileirão, apesar de entendermos que a equipe estava melhorando, os resultados não estavam vindo. Muitas vezes, o Zé Ricardo entrava na minha sala pedindo o Andrey, eu dizia que ainda não era hora. Eu estava pensando no ativo do clube, talvez aquele não fosse o melhor momento, porém, ele estava treinando tão bem, que chegou uma hora que tinha que ser lançado e ele acabou indo muito bem, ajudando muito no acesso”, afirmou o dirigente.

O que esperar de Rayan?

– Eu nunca gostei muito de enaltecer apenas um jogador, no caso do Rayan eu vou falar, porque ele é especial. É um menino que sempre teve destaque nas categorias de base, em Seleção Brasileira e bateu no profissional com 16 anos. Eu acho que assim como todos os meninos, precisa ter paciência. O Rayan começou a transição dele muito cedo, com 16 anos já experimentou o profissional, eles têm que ter consciência que quando chegam lá, existe uma possibilidade de retorno para o Sub-20, e eles precisam continuar trabalhando da mesma forma, porque é uma realidade diferente, evidente.

– Nós jogamos agora contra o Fluminense, dois jogos pela Copa do Brasil e é evidente que todo mundo está olhando para o Rayan, porque é o mais conhecido, sendo assim, há uma atenção maior, mas muitos esquecem que o menino tem 17 anos. Então calma, temos essa precocidade no Brasil que atrapalha muito, nem todos os jogadores são iguais, citando o Endrick, por exemplo, que está tendo dificuldade no profissional e esse menino na base foi um absurdo, é jogador que eu falava que era de “outro planeta”, no entanto, está tendo dificuldade também no profissional, é natural, por causa da idade, é muito menino ainda e se depara com essa realidade totalmente diferente. Devemos ter paciência, o Rayan é um jogador realmente diferenciado, com muita qualidade, e tem tudo para ser a maior venda do Vasco, para ser um grande destaque, dar retorno técnico e financeiro para o clube de um modo geral, mas a gente tem que ter calma e aguardar o momento certo.

Ramon Menezes e a seleção Sub-20

– O Ramon é um treinador muito bom, eu estive aqui na época que ele estava no profissional, acompanhei bem o trabalho dele na equipe principal, acho que foi um trabalho bem legal, mas futebol profissional é aquilo que a gente sempre fala, depende tanto de resultados. Como tem jogo quarta e domingo, você praticamente avalia o treinador da equipe pelo meio de semana e fim de semana. Em qualquer empresa é feita uma avaliação de ano, você tem a metas a serem alcançadas, e é avaliado dentro de uma avaliação anual, ou pelo menos semestral, infelizmente o futebol ainda não tem essa cultura e o treinador acaba sucumbindo aos resultados. Mas o Ramon sempre fez um trabalho muito bom aqui e eu acho bacana a escolha dele como treinador do sub-20 da seleção brasileira, é um profissional qualificado e adequado para função.

William Batista

– William é um menino, mas é treinador muito capacitado, inteligente, inclusive foi uma indicação do Paulo Bracks, que trabalhou com ele no América. Eu conhecia a característica dele de jogo, mas não o conhecia pessoalmente. Ele é um treinador estudioso, trabalhador, e o que eu considero fundamental em um treinador, ele tem, que é a gestão de pessoas. Todos os treinadores, de um modo geral, conhecem o futebol, mas gerir pessoas, não é qualquer um, então eu acho que essa é a maior qualidade que um técnico pode ter, e o William é excelente nesse quesito. Acho que o Vasco está muito bem servido, não atoa o mercado fica atrás dele, mas ele é nosso!

Futuro no Vasco

– Eu tenho contrato com o clube até o final do ano. Não gosto de cravar nada, mas eu sou muito feliz no Vasco, tive diversas propostas para deixar o clube no final do ano passado e não quis, naquele momento eu não achava que era a hora de deixar o Vasco. Adoro o trabalho, adoro o futebol de base e adoro o Vasco, então eu não vejo motivo para sair, quero continuar aqui desenvolvendo o trabalho, porque acho que o futebol de base é um trabalho de médio a longo prazo. Eu cheguei aqui em 2018, tudo que está aqui hoje, foi construído dessa época, porque encontramos muita coisa boa, mas também muita coisa que precisava ser feita, melhorada, isso faz parte do processo. Eu acredito muito em pessoas e processos, bem delineados, com profissionais competentes, como é o caso do Vasco hoje. A diretoria sempre me deu respaldo em tudo que eu entendia que era importante para essa formação, a estrutura que é dada também é muito importante, mas não mais que os recursos humanos.

Fonte: IG Esporte

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