Confira a análise da atuação do Vasco contra o Resende
O Vasco da Gama deixou a desejar na partida contra o Resende e garantiu apenas o empate em 1x1 no Raulino de Oliveira.
O Vasco novamente deixou seu torcedor preocupado em 2020. Jogou mal demais contra o Resende no empate por 1 a 1 neste sábado, em Volta Redonda. Abel Braga, jogadores e torcedores sabem disso. O técnico, inclusive, bateu nessa tecla durante quase toda a coletiva concedida logo após o tropeço.
Abel viu um Vasco “muito abaixo” e destacou que apenas três ou quatro jogadores estiveram em nível aceitável. A reportagem do Globoesporte.com presente ao Raulino de Oliveira concorda, mas também aponta velhos problemas.
Quarteto que se safou
De fato no máximo quatro jogadores foram bem pelo Vasco. Foram eles Leandro Castan, Andrey, Henrique e Guarín.
Leandro Castan foi muito bem no jogo aéreo e nos confrontos diretos. No final do segundo tempo, fez desarme crucial na risca da pequena área. Segue sendo líder dentro e fora do campo.
Andrey manteve o nível desde que Abel o promoveu a titular, no jogo de ida contra o Petrolero. Bons passes, inversões certas e, mesmo como primeiro homem, seguiu se apresentando para atacar. Não à toa foi premiado com o gol.
Muito criticado pela torcida, Henrique talvez tenha sido a principal figura vascaína em campo ao lado de Guarín. Infiltrou sempre perigosamente, pedalou e foi ao fundo constantemente.
Finalizou de pé direito na etapa inicial e por pouco não viu uma grande jogada individual sua virar assistência aos 43 minutos do segundo tempo. Pena que Marrony parou no goleiro.
Guarín é um capítulo à parte. Visivelmente fora das condições ideais, cansou rapidamente. Mas, a exemplo do que aconteceu em sua estreia pelo clube, no ano passado, em vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo, mostrou estar num nível acima em relação aos demais.
De cara acertou os dois primeiros lançamentos que tentou. Depois acertou trama ofensiva que parecia perdida ao se jogar na bola com um carrinho certeiro que acabou virando belo passe para Henrique.
Assumiu todas as bolas paradas e movimentou-se a todo instante, sempre pedindo a bola. Deixou claro que se tornara o dono do time.
Mostrou, porém, falta de ritmo no cartão amarelo recebido após três tentativas de parar um rival e também em erros de passes no fim do jogo. Apesar disso, é bom que se repita: é peça crucial nesse time. Eleva – e muito – a qualidade do meio vascaíno.
Velho problema: meio-campo e ataque muito distantes
Um problema que o Vasco tem demonstrado constantemente em 2020 é o espaçamento excessivo entre meio-campo e ataque.
Sem meio-campistas ofensivos e com pouca chegada na área, o ataque foi pouco acionado. E, quando receberam a bola, Marrony, Ribamar e Cano não responderam bem. O primeiro foi quem mais esteve próximo do gol, em cabeçada no primeiro tempo. Não marcou, nem se destacou.
Ribamar, substituto de Talles Magno, só ganhou disputas na força física, mas não sobressaiu tecnicamente.
Cano, visivelmente incomodado com a falta de criação do meio-campo, voltou para tentar dialogar com meias, pontas e laterais. Mas, em seu pior jogo pelo Vasco, errou muito.
Além do buraco observado entre meio e ataque, é bom destacar que Marcos Júnior, diferentemente do que fez em outros jogos, pouco infiltrou. E Raul, por sua vez, pecou demais nos passes e atrapalhou o desenvolvimento de jogadas.
Esse espaçamento ficou ainda mais visível quando Abel tirou o volante Marcos Júnior e colocou o atacante Tiago Reis. A troca, entretanto, foi uma clara demonstração de que o treinador queria vencer a partida a qualquer custo.
Resumo da ópera
Como disse Abel, o Vasco teve apenas três ou quatro jogadores em um bom dia, porém deu nova demonstração que pouco tem evoluído em 2020.
Ainda falta a grande atuação. Enfrentou majoritariamente equipes sem tradição na temporada. Fez dois clássicos contra times alternativos de Flamengo e Botafogo e perdeu. É bom destacar que também entrou com time reserva.
Pode-se dizer que cresceu no setor de criação após a partida de ida contra o Oriente Petrolero, mas, por pouco aproveitar as inúmeras chances, quase acabou eliminado contra os próprios bolivianos e diante do Altos-PI, pela Copa do Brasil.
Apesar do elenco enxuto, das limitações técnicas e da grave crise financeira pela qual o Vasco atravessa, é muito pouco o que o time e Abel apresentaram até agora em 2020. É preciso reagir.
Globo Esporte