Tenorio vê semelhança entre Sánchez e Éder Luís e dá dicas ao compatriota no Vasco
O ex-atacante Carlos Tenorio disse o que Jhon Sánchez, seu compatriota, precisa para ter sucesso no Vasco da Gama.
De olho na sequência da Série B, o Vasco da Gama acertou a contratação de Jhon Sánchez. O atacante equatoriano tem 22 anos, e chega ainda pouco conhecido no Brasil, conhecido mais pelas vezes que encarou e marcou contra times brasileiros vestindo a camisa do Independiente Del Vale, do Equador.
O atacante balançou as redes contra Corinthians e Flamengo, pela Sul-Americana e Libertadores, respectivamente, nessa primeira competição, inclusive, se sagrou campeão com gol na final. Muito tem se especulado sobre se Jhon Sánchez vai se dar bem em São Januário, e não tem ninguém melhor para falar sobre que Carlos Tenorio, um compatriota e ex-vascaíno.
– É muito rápido, muito técnico, definidor. É um moleque ainda, 22 anos. A pressão que tem o futebol brasileiro, e ainda o Vasco, por tudo o que vem acontecendo há muito tempo. É uma torcida que vai acompanhar muito bem, uma torcida muito carente, muito carinhosa, mas também é cobradora e acho que tem que ser assim mesmo. Ele precisa demonstrar vontade de mostrar o seu potencial para depois dar um salto para a Europa. Se ele quiser vai ajudar muito o Vasco, bom jogador.
Hoje aposentado, Carlos Tenorio vestiu a camisa do Gigante entre 2012 e 2013, e deu sua visão sobre o compatriota em entrevista ao site Vasco Notícias. Para ele, Jhon Sánchez lembra muito o estilo de jogo de Éder Luís em seu auge, época em que foi seu companheiro, e disse o que o atacante precisa para ter sucesso em São Januário.
– Acho que vai lembrar muito um Éder Luís atravessando o seu melhor momento, aparecendo pela esquerda, pela direita. O Jhon Sánchez pode fazer a função, mas depende muito do jogador. Se perguntar para mim um jogador que tem tudo para dar certo no Clube, que tem torcida que acompanha, mas que também sempre vai cobrar se o jogador não vai com raça, com vontade, desde que vista a camisa. Isso é o que ele tem que fazer. Eu falo porque vivi, compartilhei com todo mundo, com o povo brasileiro, com o vascaíno, de coração, e é lindo. A torcida é muito linda.
John Sánchez chegou no Independiente Del Vale ainda no Sub-20, base da equipe equatoriana que foi muito elogiada pelo “El Demolidor”, a que vê como uma das melhores da América do Sul no momento, com muitos talentos revelados. Para o ex-atacante, o compatriota está com uma grande oportunidade em mãos, o que pode ser uma porta para a Europa.
– É a confiança, a moral que ele mesmo coloca nele. Se tem confiança e crer em si mesmo, consegue arrebentar onde estiver. É uma oportunidade muito grande a de vestir a camisa de um time histórico como o Vasco dentro do futebol brasileiro, torcida com nível mundial. Qualquer jogador gostaria de, com 22 anos, fortalecer sua carreira dentro do futebol brasileiro, argentino, mesmo uruguaio, porque são países com espaços para o futebol europeu.
Carlos Tenorio ainda reforçou as dicas para Jhon Sánchez nessa chegada ao Vasco e ao futebol brasileiro. O ex-atacante disse que um equatoriano vai jogar no Brasil precisa estar com a motivação no máximo, ainda mais se tratando de um clube da grandeza do Gigante, mesmo estando num momento ruim e desejou que consiga fazer história “nesse clube maravilhoso”.
– É equatoriano, desejo o melhor, vai lá e joga com raça. A torcida vai acompanhá-lo, ajudá-lo a se adaptar. A adaptação tem que ser dentro do que o jogador quer, se ele sai do Equador com a mentalidade triste, não vai dar certo não. Quando vai escutar que vai para o Brasil, já precisa estar com a motivação lá em cima, a mil, ainda mais para o time que ele vai, independente da posição que está hoje, está posicionado no mundo inteiro e sempre vai ser uma carta de apresentação muito boa para qualquer jogar. Que tenha êxito, boa sorte, compatriota, equatoriano, vai lá, entra na torcida, marca uma história nesse clube maravilhoso.
Quinto equatoriano
Jhon Sánchez chegou ao Vasco emprestado pelo Independiente Del Vale por um ano. O atacante será apenas o quinto equatoriano a vestir defender o Gigante, o primeiro sendo Holger Quiñónez, em 1989, campeão do Campeonato Brasileiro daquele ano. Depois, teve Máximo Tenório, que teve uma passagem apagada em 1996, com o próximo chegando apenas 16 anos depois, em 2012, caso do próprio Carlos Tenorio.
O atacante chegou com grande status, carregando no currículo a participação na Copa do Mundo de 2006, onde marcou três gols. No entanto, ele teve a passagem muito atrapalhada pelas lesões e não conseguiu render o que se esperava. Apesar disso, foi importante muitas vezes enquanto esteve em campo, somando 48 jogos e 14 gols marcados. Posteriormente, em 2018, Erazo passou por São Januário, mas não deixou saudades.