Zé Ricardo explica aposta e revela conversa franca com Raniel

O técnico do Vasco da Gama, Zé Ricardo, contou que viu o atacante Raniel num momento semelhante ao dele, na busca pela volta por cima.

Zé Ricardo durante treino no CT Moacyr Barbosa
Zé Ricardo durante treino no CT Moacyr Barbosa (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

Foram dois anos de Germán Cano no comando de ataque do Vasco. O centroavante argentino caiu nas graças da torcida, foi artilheiro de duas temporadas, mas não evitou o rebaixamento nem foi suficiente para o acesso. Para o lugar dele chegou Raniel, que vinha de três temporadas com problemas físicos graves e um total de apenas quatro gols. Na quarta parte da entrevista franca que o técnico Zé Ricardo concedeu ao LANCE! na última sexta-feira, no CT Moacyr Barbosa, o treinador explica a opção pelo jogador do Santos.

O atacante cedido pelo Peixe até dezembro é a exceção que o próprio treinador adiantou, sem citar nomes, quando foi apresentado. O histórico do atleta de 25 anos não indica saúde confiável. Mas os contatos e a técnica conhecida do camisa 9 pesaram em favor do acerto. Principalmente depois de um certo telefonema.

– Ele vinha se dedicando muito. Colhemos informações e ele estava 100% recuperado na questão física, tanto que já vinha jogando no ano passado. Passamos para a questão comportamental e analisamos que valia a pena correr esse risco. Mas antes de fechar, eu liguei pra ele. É aquele tipo de jogador que, na primeira ligação, parecia que eu conhecia o Raniel há muito tempo. Quando a gente desligou, falei com o Brazil: “Acho que encontramos o nosso atacante” – recordou Zé Ricardo, citando o gerente de futebol Carlos Brazil, com quem vem montando o grupo.

Desde que saiu do Vasco, em 2018, Zé Ricardo passou por quatro equipes e não teve muitos momentos de alta. Por razões e questões distintas, Raniel também viveu três temporadas extremamente negativas. O treinador, então, observa um casamento de expectativas.

– Ele sabe da importância (que tem) e até falei para ele: “Estou voltando para o futebol brasileiro, quero reconquistar o meu espaço e você também está nessa linha.” A gente se enxergou um no outro. Temos uma relação de muito respeito e carinho. No momento que a gente fez uma substituição com ele, se não me engano contra o Boavista, sei que ele queria ficar mais, mas percebi que ele tinha caído (fisicamente). E quando ele saiu, ele disse que eu acertei. É uma relação que, com poucos jogos, surpreende – celebrou, emendando mais elogios:

– Acho que quem trabalha como ele está trabalhando, do jeito que chega aqui, com sorriso no rosto, muita dedicação… dentro de campo, ajuda os meninos, quer, está feliz aqui, parece que subiu das categorias de base do Vasco. E, por trás disso, um desejo enorme de reconquistar a carreira dele. Ele sabe que tem condição e é um jogador em um nível bem alto, tecnicamente falando. Sabe os movimentos, corrige o posicionamento dos seus companheiros. E muitas das vezes dá uma solução, me questiona sobre posicionamento. Acho que vale o esforço – reforçou.

Raniel foi emprestado pelo Alvinegro Praiano como opção de alto valor salarial para o Vasco. Para o clube paulista, contudo, é oportunidade para recuperar e valorizar um ativo. Para tanto, mas, principalmente, para o próprio jogador ir além dos três gols nos três jogos como titular, é preciso ter cuidado. Palavras do próprio Zé Ricardo.

– É um bom início. Agora, é o momento em que a gente precisa estar bem atento porque o futebol tem suas armadilhas quando está dando certo. (De repente) Acha que não precisa fazer mais nada, e ele precisa continuar. Em matéria de atenção. Mas, com 25 anos, ele não é mais aquele menino que se deixava virar, se influenciar com qualquer elogio ou crítica. Ele já tem o senso-crítico formado. Está mais maduro e sabe o que quer. Tomara que continue assim e tenha a temporada sem lesões e muito tempo fora. Tenho certeza absoluta que ele ajuda muito o Vasco – afirmou o treinador.

Com Raniel, com o substituto, Getúlio, seja com titulares ou com opções, é preciso evoluir. Mais de uma vez, Zé Ricardo falou que observa o Campeonato Carioca, para o Vasco de 2022, como uma rebentação. Na conversa com o LANCE!, explicou:

– É uma realidade do futebol. Sabemos como funciona e precisa de objetivos, a médio e longo prazo, que sabemos quais são. Precisamos dar uma resposta rápida para termos confiança e sustentação no trabalho. Os resultados, no Brasil, vêm em primeiro plano. É uma realidade. A rebentação está muito mais ligada ao realismo do que outra coisa – exclamou.

Fonte: Lance!

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