‘Vou jogar por ele’: conheça Nayra e o seu amor ao Vasco através do irmão
Em entrevista ao site Vasco Notícias, a atacante Nayra Pimentinha ainda falou sobre assuntos relacionados ao cenário do futebol feminino.
Há alguns dias, um emocionado depoimento comoveu muitos amantes do futebol nas redes sociais. Ele partiu da atacante do Vasco da Gama, Nayra Coelho, mais conhecida como Nayra Pimentinha, que aconteceu após uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro Sub-18.
Vascaína, Nayra tinha uma grande relação com o Vasco antes mesmo de ser contratada, em outubro do ano passado. Foi justamente isso o que disse em seu depoimento que viralizou nas redes sociais, envolvendo o seu pequeno irmão, falecido quando tinha apenas dois anos de idade.
Ela detalhou sua história e relação entre sua carreira, o irmão e o Vasco em entrevista exclusiva concedida ao site Vasco Notícias. Nayra também falou sobre a estrutura oferecida pelo Gigante ao futebol feminino, disse quais são seus sonhos e metas para o futuro e ainda analisou o cenário da modalidade.
Inicialmente, conta um pouco para nós sobre a sua história relacionada ao futebol, Vasco e o seu irmão.
– Bom, desde pequena sempre fui apaixonada pelo futebol, então comecei a jogar muito cedo, mas não em escolinha, nada disso. Eu moro no interior de Belém, lá não tem essas coisas, mas mesmo assim eu jogava num campo que tinha em frente à minha casa. Depois fui estudar na escola Laurival Campos Cunha e comecei a jogar em quadra, não gostava de jogar nela porque sempre gostei de jogar em campo, mas fui campeã pela escola algumas vezes. Depois de tudo isso, meus pais e meu primo, que sempre me ajudaram e me apoiam até hoje, me levaram pra fazer teste num time. Passei no teste e lá conheci o Tio Raimundo, que foi um dos caras que me ajudaram no meu desenvolvimento como atleta. Então, depois disso, tive passagem pelo clube de Remo, ESMAC, viajei pra fora do Brasil, e depois fui para o Pinherense, onde fui revelada e conheci a Tia Bel, que me ajudou muito e me deu uma grande oportunidade de mostrar meu futebol. Em 2019 fui Vista pelo Iranduba e me contrataram.
Disse Nayra, que continuou:
– Passei 6 meses lá. Então, finalmente cheguei ao Vasco, o time de coração do meu irmão. Eu não cheguei a conhecer meu irmão porque ele faleceu, mas deixou lembranças e histórias para ser ouvida, e uma das lembranças foi um conjunto do Vasco que eu achei e perguntei para minha mãe de quem era, e ela me disse que era do meu irmão, aí eu olhei para ela é disse que eu ia torcer para o Vasco e um dia ainda ia jogar no time por ele. E hoje estou aqui. É uma honra pode vestir a camisa do Vasco, fico muito feliz de realizar o sonho do meu irmão.
Como você avalia a estrutura disponibilizada pelo Vasco para o futebol feminino, agora com a entrega do CT de Caxias?
– Eu acho muito bom. Fico muito feliz em saber que temos um CT para o feminino. O Vasco é um time que tenta dar o maior conforto pra suas atletas, e eu sou muito feliz em saber que faço parte de um clube que se importa com o futebol feminino.
Realizando o sonho de jogar pelo Vasco, quais são seus objetivos a curto, médio e a longo prazo na carreira?
– Um dos meus sonhos já consegui realizar, que é está jogando no Vasco, como todo atleta eu sonho em chegar à Seleção Brasileira, alcançar um time de fora do Brasil e poder me estruturar para montar meu instituto e aplicar um projeto que ajuda criança e adolescente e também moradores de rua. Tenho muito objetivos e estou lutando pra alcançar todos eles e poder ajudar as pessoas.
Sobre o cenário do futebol feminino no geral, como o vê atualmente? Teve crescimento? E o que vê como primordial para o fortalecimento?
– Hoje vejo que o futebol feminino está sendo mais valorizado de que antes. Mas ainda falta muito coisa para ser bem melhor, pois o masculino tem competição o ano todo e o feminino não. O masculino tem campeonato Sub-20 o feminino não. Mas vejo que já está bem melhor do que anos atrás, então teve sim crescimento e fico feliz . Acho se tivesse mais campeonatos de base teria um maior fortalecimento e crescimento no futebol feminino. Mas eu creio e tenho fé que vai crescer e vai ser bem melhor.
Caso fosse possível, o que você diria hoje para a Nayra que começou a sonhar em ser jogadora?
– Nayra vai ser difícil você vai passar por muito coisa, vai pensar várias vezes em desistir, em larga tudo e ficar com sua família. Mas isso vai ser muito bom para seu crescimento e você vai ser tornar uma pessoa muito forte. Você vai chorar todos os dias com saudades do seu pai, da sua mãe e da sua irmã. Mas vai vale a pena porque Deus vai lhe honrar. Tenha fé nele e continue trabalhando que vai da certo. Sabe quando você falou para sua mãe que só queria uma oportunidade? Pois é, essa oportunidade vai chegar. Seja forte, trabalhe duro e o mais importante: continue orando e entregando tudo nas mão de Deus que vai da certo.
E para o seu irmão?
– O que eu diria para o meu irmão era que eu consegui, que eu não desisti, que lutei todos os dias para estar onde estou e que ele é muito importante para mim e eu queria da um abraço nele, agradecer ele por ter comprado o uniforme do Vasco, agradecer também por ter feito nossos pais feliz enquanto estive aqui, que ele faz muito falta, e que nós amamos muito ele.
Com cerca de quatro meses em São Januário, Nayra participou do Campeonato Brasileiro A-2 e o da categoria Sub-18. Contando com a atacante e o trabalho que vem sendo feito internamente, espera-se que, em pouco tempo, o Gigante consiga grandes resultados na modalidade.