Vira Vasco reafirma oposição à SAF, pede voto negativo na AGE e explica os motivos

Em nota divulgada através das redes sociais, o Vira Vasco, um dos grupos políticos do Vasco da Gama, voltou a se colocar contrário à Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Para embasar a negativa, os vascaínos explicaram o motivo e fizeram um apelo aos associados para que votem ‘não’ na Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

A votação para decidir sobre a inclusão ou não da SAF no Estatuto está marcada para este sábado (30). O Vira Vasco explica, na nota, que confia na recuperação do Clube sem precisar da mudança, e que a situação que a equipe vascaína está é resultado de anos de gestões ruins. Além disso, o grupo político se mostrou insatisfeito com o valor de venda.

Em fevereiro, a diretoria administrativa chegou a um acordo com a 777 Partners para venda de 70% da SAF por R$ 700 milhões. Inclusive, o grupo norte-americano fez um empréstimo-ponte de R$ 70 milhões, que será dissolvido do valor de compra. O Vira Vasco também citou a ausência de vínculo afeto dos compradores com o Gigante.

Ainda sobre a insatisfação com a quantia acordada, os vascaínos citaram que o valor é “irrisório” e comparou com a dívida superior a R$ 800 milhões do Cruzmaltino. Para eles, a conta não vai fechar mesmo o aporte estadunidense, isso levando em conta a receita de R$ 280 milhões deste ano. Posteriormente, outros fatores são citados, com destaque para o fato de estarem comprando outros clubes também.

Nota da íntegra

O QUE VOCÊ PRECISA SABER

Se aproxima um momento crucial na história do nosso amado Club de Regatas Vasco da Gama.

No próximo sábado, dia 30/04, estará ocorrendo, das 10 às 22 horas, a Assembleia Geral Extraordinária que irá decidir o futuro do nosso Club.

Nela será votado SIM ou NÃO para aprovação da reforma do Estatuto, a qual, permitirá que o nosso Club seja transformado em SAF – Sociedade Anônima de Futebol.

Queremos esclarecer o porquê do nosso posicionamento contrário a essa reforma, para que o associado do Club, que terá direito a voto, saiba o real motivo dessa posição.

Antes de mais nada, saibam que na nossa opinião o Club tem sim, condições de reverter a situação caótica que vive atualmente, sem que seja necessária a venda do seu futebol.

O que vemos hoje, nada mais é do que o resultado de várias administrações incapazes de buscar o melhor para a Instituição, e onde demonstraram não saber como resolver os problemas que foram surgindo, para evitar chegar ao ponto que chegou.

Até estaríamos de acordo com a implantação da SAF, desde que ela trouxesse benefícios imensos para o Club.

Dentre eles, o principal, seria a venda de seu ativo no futebol por um preço justo, e que mostrasse o verdadeiro valor que um Club como o Vasco tem e representa perante os meios esportivos.

Isso sem falar na sua história de luta pelos negros, pobres e operários que por lá passaram e ajudaram a construir a mais bela história de um Club no Brasil. Inclusive com participação direta na construção de seu patrimônio.

São quase 124 anos de lutas, glórias e conquistas brilhantes, que podem simplesmente serem jogadas no lixo sem que nada mais possamos fazer.

Querer entregar o Vasco nas mãos de pessoas que não tem o menor vínculo afetivo com o Club, é querer jogar fora toda sua brilhante história.

E o pior: vender o Club por um valor irrisório de 700 milhões, como se isso fosse resolver todos os problemas que hoje existem.

Com dívidas que superam os 850 milhões e uma previsão orçamentária, para esse ano, de 280 milhões de receitas, está bem claro que a conta não vai fechar, mesmo com o aporte prometido pelos “futuros donos”.

E vale ressaltar que o investimento prometido, será feito ao longo de 3 a 4 anos, e não de forma total e imediata.

Isso tudo vai representar uma continuação do problema que já existe, sem termos uma definição de quanto tempo ainda levaria para que tudo começasse a melhorar.
É uma grande ilusão alguns torcedores pensarem que tudo vai ser resolvido, que o Vasco será um Club rico e que não teremos mais dívidas.

Acrescente-se a isso a demonstração dos interessados em comprar a Club de não terem o menor senso administrativo para tocar um negócio desse porte.

Eles são donos do Genoa, da Itália, clube perto de ser rebaixado para a segunda divisão, e que, até agora, em 34 jogos, venceu apenas 3.

Adquiriram o Red Star, da terceira divisão francesa. Um clube também sem expressão alguma no futebol daquele país, e que hoje, em um campeonato de 18 participantes, ocupa a 11ª posição.

Compraram também o Standard Liège, da Bélgica, que hoje ocupa a 14ª colocação. em um campeonato de 18 clubes, e se encontra a 8 pontos da zona de rebaixamento para a segunda divisão.

Esses são apenas 3 exemplos claros de que o Vasco, passando a ser dirigido por essas pessoas, terá um enorme risco de se tornar um Club sem poder, força e expressão no cenário nacional e internacional.

O pior de tudo isso, é ainda saber que o Club terá 70% vendido, e que os 30% restantes terão boa parte vendidos para os que hoje lá estão dirigindo o Club. Ou seja: além de afundarem o Vasco, o venderem e acabarem com toda possibilidade de voltarmos a ver conquistas brilhantes novamente, ainda se tornarão “donos” também do Club, para sempre, faturando sabe-se lá quanto, enquanto toda a legião de vascaínos continuará sofrendo e sendo humilhada com os resultados em campo.

Por tudo isso que foi citado, nós, da Associação Vira Vasco, nos posicionamos totalmente contrários à aprovação dessa reforma estatutária que será votada no próximo dia 30/04.

E esperamos também que a grande maioria dos associados que tem direito a voto, também sejam contrários à sua aprovação, pois só assim, poderemos ainda reverter toda essa situação.

Não podemos deixar o Vasco se acabar nas mãos de quem não tem a menor qualidade e competência para administrá-lo, e que, na verdade, só querem vendê-lo para continuar se beneficiando.

Dia 30/04 vote NÃO à reforma estatutária. Faça a sua parte, antes que seja tarde demais. O Vasco não merece isso.

Justiça envolvida?

Com o encontro marcado, a oposição está se movimentado e não descarta que a AGE se torne caso de Justiça. Não seria nem de perto uma novidade, visto que quase tudo que envolve a política vascaína tem sido judicializada nos últimos anos. O jurídico do Vasco, sabendo disso, está em alerta para um movimento nesse sentido.