Venda de Andrey para o Chelsea retrata dificuldades do Vasco antes da SAF

Joia do Vasco da Gama, Andrey Santos deve oficializar sua transferência para o Chelsea a qualquer momento.

Andrey Santos comemorando gol contra o CRB em São Januário
Andrey Santos comemorando gol contra o CRB em São Januário (Foto: Daniel Ramalho/CRVG)

O anúncio da venda de Andrey Santos para o Chelsea deve acontecer a qualquer momento, mas os valores envolvidos na negociação podem permanecer sem uma confirmação por algum tempo. A saída da joia era previsível, aconteceria na atual janela, no máximo, na próxima, daqui a seis meses. O que chama a atenção agora é o quanto o cruz-maltino pode lucrar com a transferência.

Valores não oficiais dão conta de que a SAF pode receber 8 milhões de euros pela transferência, no valor total de 12,5 milhões de euros. Tornaria Andrey Santos o protagonista da terceira maior venda da história do Vasco, atrás da negociação de Paulinho para o Bayer Leverkusen e de Douglas Luiz para o Manchester City. Elas geraram 20 milhões e 13 milhões de euros, respectivamente.

A condução da carreira de Andrey Santos no Vasco na temporada deste ano teve impacto direto no desfecho da negociação. E o processo reflete as dificuldades que o cruz-maltino vivia antes da criação e venda da Sociedade Anônima de Futebol.

O começo

O primeiro contrato profissional entre Vasco e Andrey foi assinado em agosto de 2020. Por ser um jogador na ocasião menor de idade, o clube ficou limitado a um vínculo de três anos. O volante já era um destaque das categorias de base, com presença marcante nas seleções brasileiras de idade inferior.

Nestes casos, em que o garoto é promissor, o clube formador, para se proteger do interesse de outras equipes, tem a prioridade de, além de assinar o primeiro contrato profissional, fazer uma primeira renovação.

O Vasco não conseguiu, ao longo de 2021 e durante a maior parte de 2022, fazer valer esse direito à renovação com Andrey Santos. Com a proximidade do fim do contrato, foi perdendo poder de barganha para negociar com os representantes do volante. A partir de fevereiro de 2023, ele poderia assinar pré-contrato com qualquer equipe e o cruz-maltino não receber nada pela sua saída.

O processo de transição do controle do futebol, do clube associativo para a SAF, também pesou. No fim das contas, em setembro deste ano, o novo contrato foi assinado. Este vínculo, com duração até setembro de 2027.

Dependência técnica

Existe uma estratégia tradicional que os clubes fazem uso para se proteger da saída precoce de jogadores talentosos. Para pressioná-lo a assinar a renovação do contrato e assim vislumbrar uma arrecadação maior com uma venda futura, o clube tenta retardar a ascensão da promessa ao time principal.

No caso de Andrey Santos, isso não foi possível de ser feito, porque logo o Vasco se viu em 2022 dependente tecnicamente da qualidade do volante. Andrey foi o melhor jogador do time numa temporada em que o retorno à Série A saiu apenas na última rodada. Segurá-lo no sub-20 e condicionar a subida de Andrey aos profissionais à assinatura do novo contrato seria correr o risco de não conseguir terminar a segunda divisão entre os quatro primeiros.

Fonte: Extra

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