Vegetti e Payet desequilibram e entregam Vasco ‘estável’ a Álvaro Pacheco

Com Payet e Vegetti em estado de graça, Vasco da Gama passa pelo Fortaleza no sufoco e garante vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil.

Jogadores do Vasco contra o Fortaleza, em São Januário
Jogadores do Vasco contra o Fortaleza, em São Januário (Foto: Matheus Lima)

Em meio à crise que o Vasco vive nos bastidores, com a disputa judicial entre clube associativo e 777 Partners pelo comando da SAF, o torcedor precisava de um momento de alegria, de catarse. E ele veio ontem à noite, com uma vitória nos pênaltis (5 a 4) sobre o Fortaleza após empate em 3 a 3 no tempo normal em uma partida eletrizante. Léo Jardim defendeu a última cobrança, de Kervin Andrade, e garantiu o Vasco nas oitavas de final da Copa do Brasil, fase que não alcançava desde 2021.

O roteiro repetiu a vitória na fase anterior, sobre o Água Santa: nos pênaltis, também após um 3 a 3. No tempo normal, Marinho abriu o placar para o Fortaleza e Vegetti empatou ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, o Leão do Pici chegou a desempatar com Lucero, mas o próprio Vegetti e Lucas Piton viraram a partida. Hércules marcou o belo gol de empate já aos 43.

No dia em que oficializou a chegada de Álvaro Pacheco, o Vasco se reencontrou com a torcida depois de quase uma semana. São Januário lotou e pulsou para o duelo decisivo depois do 0 a 0 no Castelão. A boa notícia para o técnico que começa a trabalhar a partir desta semana é que ele assume um grupo capaz de superar adversidades, mesmo em momentos de muita tensão. Acima de tudo, um time nitidamente mais longe do estado anímico da fatídica goleada para o Criciúma, que ocasionou a queda da comissão técnica anterior.

O novo treinador também teve um gostinho do que faz a torcida do Vasco quando compra fortemente o barulho do time. Ontem, São Januário viveu noite de catarse e apoio intenso, explodindo nos grandes momentos da partida.

Evolução ofensiva

A noite tinha clima de futebol bem jogado. Empolgados pela chegada do novo treinador, os cruz-maltinos ostentaram a boina tradicional do português nas arquibancadas. O próprio Álvaro esteve em São Januário e teve contato com o elenco antes da partida. Gritos de “Coutinho vem aí e o bicho vai pegar” ajudaram a dar o tom antes do jogo.

– Sobre o Álvaro, a gente já estava conversando com ele. Mesmo de longe, o tempo todo nos passando confiança também. É um cara de uma energia enorme. Desde quando ele chegou, nos colocou pra cima o tempo todo. Nos ajudou no que era possível. Ele esteve presente na concentração, no vestiário. E a gente conseguiu fazer essa transição boa pra ele. E ele já tá bem a par de todas as situações aí – explicou o técnico interino Rafael Paiva, que fez seu quarto e último jogo.

O time passou por mudanças dos relacionados aos titulares. Hugo Moura não foi para o jogo. Rossi sentiu dores no músculo adutor da coxa direita e deu lugar a Adson, recuperado de entorse no joelho esquerdo. Em campo, o time apresentou evolução, em especial na transição ofensiva. Nas oportunidades que teve de sair em velocidade, com o próprio Adson e com David, levou certo perigo. A marcação pelo meio também melhorou, com Galdames e Sforza mais entrosados.

Porém, as mesmas dificuldades de outrora apareceram: a falta de confiança e os momentos de desconcentração. Foi num deles que sofreu o primeiro gol, numa saída de bola péssima de Maicon que terminou do outro lado da área, com Marinho batendo e Léo Jardim aceitando. Maicon viveu noite ruim, de falha no primeiro gol e caneta sofrida no segundo, de Lucero, em grande jogada de Pochettino e Breno Lopes. Payet, que passou o primeiro tempo apagado, “acordou” no segundo tempo e regeu a então virada cruz-maltina.

Foi do francês o passe primoroso para o cruzamento de Puma que terminou em gol de Vegetti no 2 a 2. O argentino, muito perigoso nas poucas chances que teve, já tinha empatado o jogo de pênalti, após toque de mão de Marinho na primeira etapa. Foi também em jogada de Payet que Piton fez o da virada, para explodir São Januário.

O Vasco mostrou poder de resiliência para virar por mais de uma oportunidade o momento do jogo, que muitas vezes ficou com o Fortaleza, mais perigoso quando ia ao ataque. Chamado de “burro”, Paiva viu o time melhorar com as substituições na segunda etapa, como Puma Rodríguez. Nos pênaltis, Jardim se redimiu e brilhou.

Fonte: O Globo

1 comentário
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    Ao substituir o João Vitor, mantendo o Maicom em campo, o interino mostrou claramente não estar preparado para dirigir o time principal. Foi chamado de burro pela torcida,

    que percebeu a péssima troca.

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