Vasco vive noite épica na Copa do Brasil, mas liga alerta na temporada

Vasco da Gama venceu o Operário-PR nos pênaltis depois de uma partida dramática e se classificou para as oitavas de final da Copa do Brasil.

Léo Jardim comemora classificação do Vasco
Léo Jardim comemora classificação do Vasco (Foto: André Durão)

A relação entre Vasco e Copa do Brasil virou sinônimo de emoção. Assim como no ano passado, quando chegou à semifinal do torneio com três disputas por pênaltis ao longo da trajetória, o cruz-maltino conquistou a vaga nas oitavas de final com mais uma vitória nas penalidades. O time superou o Operário por 7 a 6 após empatar por 1 a 1 no tempo regulamentar e garantiu a suada classificação graças a três cobranças defendidas pelo herói da noite, Léo Jardim.

— Eu fico feliz de poder ajudar. É claro que eu gosto quando o time faz 3 a 0, quando ganha bem, eu trabalho menos. Mas é importante também, quando a equipe precisa, eu poder estar ali para ajudar. É para isso que eu me dedico todos os dias. É um trabalho coletivo do departamento de análise, que me dá as informações mais precisas possíveis — valorizou Léo Jardim.

O destaque veio em um momento decisivo para o Vasco e para Jardim, já que as partes arrastam, desde o final do ano passado, uma negociação para a renovação do contrato do goleiro. O atual vai até dezembro. A diretoria cruz-maltina já realizou três propostas para estender o vínculo do atleta de 30 anos. A última, concretizada em abril, prevê um aumento salarial e extensão contratual por mais cinco temporadas, ou seja, até 2030. A oferta ainda não foi respondida.

Indícios de ‘Dinizismo’

Emoções à parte, os 90 minutos em que a bola rolou entre Vasco e Operário passaram ao cruz-maltino a sensação de que a equipe está começando a ganhar a “cara” de Fernando Diniz. Na terceira partida sob o comando do treinador, o time já consegue demonstrar algumas de suas principais características. É o que mostra, por exemplo, o gol marcado pelo jovem Rayan ainda na primeira etapa.

Primeiro, por conta da jogada. Temida pelos vascaínos devido ao alto risco, a “saidinha” tradicional de Diniz, que na equipe começa pelos pés de Léo Jardim, já resultou em dois gols para o Vasco: um contra o Fortaleza (3 a 0) e outro ontem. O goleiro cobrou o tiro de meta ainda dentro da área com Hugo Moura, que abriu em Luiz Gustavo. Aberto na esquerda, o zagueiro logo lançou Rayan — outro personagem que também exemplifica bem a “mão” de Fernando Diniz nessa equipe.

O atacante de 18 anos acreditou na jogada e, após falha do zagueiro Allan — que voltou a ser vilão para o Operário ao desperdiçar o último pênalti da disputa alternada —, carregou a bola até a área e contou com a “ajuda” do goleiro Elias para abrir o placar.

— Estou muito feliz pelo gol. O Diniz está me ajudando muito. Ele me dá esporro, mas é um paizão. Está me ajudando e dando muitas orientações. Ele falou ali (na beira do campo) para eu fazer só um gol, e agora para fazer dois, três, porque vai ajudar muito o time — revelou Rayan.

Com quatro gols e uma assistência em 20 partidas pelo Vasco na temporada, Rayan renovou recentemente o contrato, que ia até dezembro, até o final de 2026. A extensão curta indica uma venda próxima, o que seria importante para a sustentabilidade financeira do clube.

Apagão no fim

Por outro lado, o resultado também acende o alerta no Vasco, principalmente para a parte física da equipe. Exausto, o time não foi capaz de repetir, na etapa final, o ímpeto do primeiro tempo e se viu encurralado pelo Operário. Os paranaenses perderam diversas oportunidades — duas delas defendidas por Léo Jardim — até empatarem praticamente no último lance, com Ademilson. Menos mal que o goleiro cruz-maltino apareceu na disputa por pênaltis para salvar a pele da equipe e de Diniz.

— Fisicamente, não estávamos totalmente recuperados para esse jogo. Não foi no final. Acho que no primeiro tempo demos sinais. Não é o cansaço que é aparente para o torcedor ou vocês, mas é uma rotação mais baixa para fazer as aproximações e achar os espaços. No final pesou para nós mais a falta de efetividade no segundo tempo para fazer o segundo e terceiro gols do que a queda física. Não foi isso. Se faz o segundo gol ficamos mais relaxados, seguros. Estávamos mais perto de fazer o segundo do que levar o empate. No finalzinho que o jogo estava praticamente acabado e levamos o gol. Recuamos mais e sofremos o gol — apontou Diniz.

Fonte: O Globo

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