Vasco sente o peso do favoritismo e frustra torcida em São Januário    

Vasco da Gama entrou pela primeira vez em campo neste Brasileirão como favorito, mas não conseguiu confirmar status em campo. 

Gabriel Pec em jogo contra o Bahia
Gabriel Pec em jogo contra o Bahia (Foto: Daniel Ramalho/Vasco)

Depois de surpreender o Atlético-MG no Mineirão e fazer frente ao Palmeiras no Maracanã, o Vasco causou decepção na primeira vez em que precisou assumir as rédeas de uma partida neste Brasileirão. A derrota por 1 a 0 para o Bahia mostra que a equipe ainda precisa amadurecer.

Respaldado pelos bons resultados e diante de sua torcida em São Januário, o Vasco foi a campo com o favoritismo ao seu lado. Durante determinado momento, principalmente no primeiro tempo, se fez valer disso e poderia até ter inaugurado o placar cedo não fossem as chances perdidas por jogadores como Alex Teixeira e Puma Rodríguez. A eficiência das duas primeiras rodadas não deu as caras.

O técnico Maurício Barbieri escalou uma equipe em tese mais ofensiva, com Marlon Gomes no lugar de Rodrigo no meio de campo. “A ideia era justamente ser uma equipe mais propositiva”, explicou ele na coletiva de imprensa. E deu certo durante quase o primeiro tempo inteiro.

Embora a primeira chance clara de gol no jogo tenha sido do Bahia (um chute de Jacaré com dois minutos que parou no pé da trave após ótima defesa de Léo Jardim), o Vasco mandou no primeiro tempo. Alex Teixeira teve duas oportunidades de marcar, uma com passe de Puma Rodríguez e outra com toque de calcanhar de Pedro Raul, mas em ambas desperdiçou.

Pedro Raul duas vezes, uma de dentro e outra de fora da área, também ficou no quase. E o chute de Puma da entrada da área tirou tinta da trave de Marcos Felipe.

Com mais qualidade e aproximação no meio, o Vasco fazia o jogo rodar e chegar nas beiradas, onde os espaços eram maiores. Puma se atirou ao ataque e por vezes mais parecia um ponta, enquanto Lucas Piton, preocupado com as estocadas de Jacaré por ali, precisou segurar um pouco mais.

Num lance de contra-ataque que pegou a defesa completamente desorganizada, no entanto, o Vasco sofreu o gol antes do intervalo. Thaciano aproveitou o espaço justamente nas costas de Puma para receber dentro da área e bater rasteiro.

Postura no segundo tempo preocupa

O Vasco foi para o intervalo com 11 finalizações contra apenas quatro do Bahia. E permitiu ao adversário quase igualar essa estatística: 15 contra 12 ao fim do jogo.

No primeiro tempo, o Vasco encontrou muitos espaços nas costas da defesa adversária, cuja última linha jogava adiantada. Com o recuo dos últimos jogadores, esse espaço deixou de existir. O resultado: o time de Barbieri não soube mais como agredir o Bahia.

A bola parou de chegar a Pedro Raul, por exemplo. Se no primeiro tempo o Vasco tentou 10 cruzamentos na área, no segundo foram 27. Faltou repertório e criatividade à equipe. Barbieri acredita que a ansiedade atrapalhou nesse sentido.

-Até por ser uma situação nova no campeonato, o fato de estarmos atrás no resultado, ficamos ansiosos, erramos muitos passes, não tomamos boas decisões. Faltou o último passe – disse o treinador.

A postura na etapa final preocupa porque em nenhum momento o Vasco conseguiu pressionar o Bahia em São Januário. Ainda que fosse mais na base da vontade do que qualquer outra coisa. Pelo contrário: o Bahia sentiu-se cada vez mais confortável para defender e levar perigo nos inúmeros contra-ataques.

Barbieri colocou em campo Orellano, que ao menos tentou algo diferente, e promoveu as estreia de Rwan Cruz e Carabajal – esses não foram bem e erraram muito mais do que acertaram. Mesmo com dois grandalhões na área (Rwan de 1,87m e Pedro Raul de 1,92m), a bola aérea vascaína parecia inofensiva.

Fonte: Globo Esporte

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