Vasco: saída de Carlos Alberto prejudica marketng
A saída de Carlos Alberto do Vasco prejudica o marketing do clube, e Fernando Prass será mais explorado pelo clube.
A saída de Carlos Alberto foi um duro golpe para o Vasco fora de campo. Contratado como a estrela do time cruzmaltino em 2009, o meia se identificou rapidamente com a torcida e teve sua imagem vinculada à uma série de produtos, que vão deixar de ser comercializados pelo clube carioca. Internamente, há ainda o lamento pela perda de um jogador que entendia as questões de marketing e gostava de participar delas, o que ajudava na divulgação de seus artigos.
O principal problema que vai precisar ser resolvido pelo departamento de marketing se refere ao programa de sócios. Intitulada de “O Vasco é meu”, a campanha tinha Carlos Alberto e Felipe como garotos-propaganda. Nela, os meias pediam a fidelização dos torcedores baseado em sua identificação com o clube. Sem o ex-capitão, a diretoria cruzmaltina terá que buscar alternativas para atrair público para o projeto, que hoje conta com pouco mais de dez mil adimplentes.
– O programa com Carlos Alberto e Felipe foi ao ar em setembro e deveria continuar por cerca de três meses. Já íamos mudar a propaganda de qualquer forma. Passaremos a dar mais ênfase ao fato do torcedor poder comprar ingresso online. O futebol é cíclico. As coisas vão mudando – garante Marcos Blanco, diretor de marketing do Vasco.
Além do projeto sócio-torcedor, a saída de Carlos Alberto atrapalha outras fontes de arrecadação do clube. Um sucesso de vendas quando foi lançada, a peruca do ex-capitão ainda está disponível. Mas a saída do meia fará com que o produto deixe de ser fabricado. Além disso, ainda há as camisas com o nome de Carlos Alberto e o seu boneco, que também tiveram boa aceitação. A número 19 usada pelo meia era a mais vendida junto com o tradicional número 10. Todos os produtos continuarão à venda até que o estoque se esgote.
No site oficial da loja do clube quase todos os artigos ligados à imagem do jogador estão em liquidação. As camisas personalizadas, por exemplo, estão sendo vendidas quase pela metade do preço, assim como a oficial com o número 19 nas costas. O bonequinho ficou R$ 20 mais barato (veja na foto acima).
O próximo passo do clube é apostar em outros jogadores com forte identificação com a torcida. Uma aposta é no goleiro Fernando Prass, que tem grande aceitação entre as crianças.
– Impressiona como ele cativa a criançada. Já ouvi muitos garotos dizendo que querem ser goleiros por causa dele. Talvez a gente lance uma linha infantil. Temos que sentar com o departamento de futebol e traçar estratégias. Tudo depende também do rendimento dentro de campo. Vamos trabalhar em cima dos novos ídolos – explica Marcos Blanco.
Fernando Prass encara com naturalidade o processo de saída de ídolos dos clubes. Ele lembra que cada vez mais é difícil um jogador ficar com o nome inteiramente ligado a um só time. O camisa 1 acredita que neste atual elenco vascaíno possam surgir novas referências para a torcida.
– No futebol, hoje em dia é normal esta rotatividade de jogadores nos clubes. É mais difícil criarem vínculo, são poucos os que ficam muito tempo. Fica mais complicado fazer a relação do atleta ao nome do clube. A saída do Carlos Alberto é uma perda técnica, por ser um grande jogador, e também de liderança. Existem outras pessoas que também têm esta característica mas não estavam tão expostas.
Fonte: globo esporte