Vasco nega conflito em opção por laboratório em que VP trabalha; oposição cobra
O Vasco da Gama alegou a urgência para a escolha do laboratório e o fato de que Rafael Cobo é apenas funcionário da empresa em justificativa.
A escolha pelo laboratório Villela Pedras para a realização dos testes de Covid-19 nos torcedores no jogo contra o Cruzeiro segue gerando polêmica. O motivo para isso foi o valor cobrado no exame, R$ 140, e o fato de Rafael Cobo, vice-presidente médico do Vasco da Gama, radiologista, trabalhar na empresa.
Muitos torcedores questionaram os dois pontos e, nesta terça-feira (21), o grupo Sempre Vasco protocolou um ofício na secretaria de São Januário cobrando que a diretoria explique esse pontos e ainda solicitou o afastamento de Rafael Cobo. O site Globo Esporte questionou ao Clube sobre a Diretoria de Integridade no caso.
Segundo o Vasco, a recomendação é por se evitar relação com empresas que são ligadas à integrantes da dirigentes, funcionários ou sócios. No entanto, entendeu-se que a “relação não era grave e impeditiva mediante o contexto da situação”. O Clube destacou o pouco tempo disponível, que escolheu entre três laboratórios e o fato de que Rafael Cobo é apenas funcionário da empresa.
Nota do Vasco
O Club de Regatas Vasco da Gama teve 48 horas para organizar o evento-teste Vasco x Cruzeiro, válido pela vigésima quinta rodada do Campeonato Brasileiro, em São Januário.
Um dos itens do acordo firmado com as autoridades municipais para a realização do evento-teste previa a exigência de contratar serviço de laboratório credenciado para realização dos exames, com notificação dos resultados no e-SUS VE e criação de banco de dados para fins de fiscalização, respeitando a LGPD. Ou seja, não caberia ao torcedor a responsabilidade da testagem negativa dos presentes no estádio, e sim ao Vasco da Gama. Ainda de acordo com o documento, se fazia necessária a centralização dos dados.
Em 48 horas, o Vasco deveria apresentar um laboratório que atendesse o quantitativo do evento-teste, e que concentrasse esses resultados. Foram procurados três prestadores de serviço, e foi escolhida a Villela Pedras por apresentar melhor acordo comercial com o Clube, além de estar apta ao desafio logístico.
O Vice-Presidente Médico do Vasco, Dr. Rafael Cobo, realmente trabalha na clínica Villela Pedras, como em outros locais, como prestador de serviço, não tendo nenhuma participação em cargo de diretoria e societária.
O Vasco da Gama utilizará o evento-teste para revisar toda a operação de jogo, incluindo protocolo Covid-19 definido pelas autoridades, e comercialização de ingressos, visando a melhoria e o bem-estar de seus torcedores nas próximas rodadas com público.
A Diretoria de Integridade do Vasco, formada no começo da gestão, é comandada por Luis Aragão. Também em nota, o departamento disse que acompanho de perto todo o processo de escolha, sabendo da urgência e confirmando que o Villela Pedras foi quem apresentou as melhores condições. No entanto, recomendou que de uma próxima mais laboratórios sejam escolhidos.
Nota da DI
A Diretoria de Integridade acompanhou o processo de contratação do laboratório a ser credenciado, em razão da exigência prevista no Decreto Municipal nº 49.336/2021, tendo compreendido que os outros laboratórios cotados não estavam aptos a realizar a operação necessária, que incluía o armazenamento de todos os resultados dos testes, e apresentavam preço superior ao cobrado pela clínica credenciada. Para os próximos jogos, a Diretoria de Integridade recomenda o credenciamento de mais de um laboratório.
Oposição
Um total de 17 conselheiros assinaram o ofício da Sempre Vasco, que foi entregue por Eduardo Cassiano, conselheiro vascaíno e membro do grupo. Em contato com o Globo Esporte, ele criticou o alto preço do exame citando exemplos de Atlético-MG e Flamengo, que encontraram laboratórios cobrando abaixo de R$ 100.
– Não podemos compactuar e aceitar que o Vasco, após um longo tempo sem jogos com torcida, cobre R$ 250 por ingresso e aceite que esse laboratório cobre R$ 140 por um teste de Covid. O Atlético-MG credenciou laboratório que cobrou R$ 40, no caso do Flamengo foi R$ 79 pelo teste. O Vasco credenciou um único laboratório. Nós até entendemos a necessidade da agilidade, uma vez que o Vasco teve 48 horas. Mas entendemos que o Vasco tinha que ter pensado de forma preventiva e não esperar a prefeitura liberar para se preparar. Os outros clubes já estavam preparados. Não podemos aceitar isso, tendo em vista que o Vasco tem um setor de compliance. Há um conflito de interesses quando você tem um VP médico atrelado a esse laboratório.
Redução
A promessa do Vasco é de redução nos preços dos ingressos e nos exames, ainda com mais opções de laboratórios. Já contra o Goiás, a diretoria busca liberação da prefeitura do Rio de Janeiro para colocar até 7.700 torcedores em São Januário, o que aumentará diante do Coritiba, com 11 mil, atingindo assim o limite imposto na cidade.