Vasco mostra que existe vida sem Vegetti, mas erro individual volta a ser fatal

Vasco da Gama fez boa partida contra o Palmeiras, mas falha de Hugo Moura faz time perder mais uma no Brasileiro.

Vasco x Palmeiras no Mané Garrincha
Vasco x Palmeiras no Mané Garrincha (Foto: Mateus Bonomi/AGIF)

O Vasco entrou em campo contra o Palmeiras neste domingo sem Coutinho, Vegetti e sua principal força na temporada: São Januário. No jogo contra a equipe paulista, à qual o clube carioca não vence desde 2015, a derrota em Brasília parecia anunciada. No entanto, o Vasco fez um bom jogo, competiu de igual para igual com o time de Abel Ferreira, mas foi derrotado mais uma vez com um erro individual sendo determinante para o resultado — algo que tem sido recorrente neste Brasileirão.

O Vasco fez um jogo de muita entrega física, mas entregou a partida no erro bobo de Hugo Moura na saída de jogo.

A atuação do Vasco no Mané Garrincha foi digna de um time que merecia, ao menos, pontuar contra o Palmeiras. Parece contraditório, mas a ausência de Coutinho e Vegetti mostrou que o time é mais intenso sem bola e mais “encorpado” sem os dois principais jogadores do elenco. Mas a falta dos dois em campo também mostrou por que eles são tão decisivos, já que o Vasco criou chances, mas não as converteu em gols, muito por falta de qualidade no ataque.

Primeiros 45 minutos bons e criação de chances

O Vasco fez um bom primeiro tempo contra o Palmeiras. Com um time mais veloz e móvel na frente, a equipe atacava e defendia com todos os dez jogadores de linha. A equipe se armava em um 4-3-3 no ataque, com Loide e Rayan abertos nas pontas e Nuno Moreira de falso 9. O meio de campo tinha uma trinca com Hugo preso entre os zagueiros, com Tchê Tchê e Mateus Carvalho por dentro.

Sem a bola, o Vasco se defendia em um 4-4-2, com a segunda linha sendo formada por Loide na esquerda, Tchê Tchê na direita e Hugo e Cocão por dentro. O time de Felipe tinha um meio de campo mais combativo e tinha velocidade para explorar contra-ataques. Nos primeiros 15 minutos, chegou bem ao ataque com essa postura.

A primeira chance foi com Lucas Freitas pelo alto, aos sete minutos. O zagueiro cabeceou por cima do gol em uma cobrança de falta levantada na área. Perto dos 15 minutos, foram duas chances com Loide Augusto. Paulo Henrique cruzou na medida para o atacante, que hesitou em finalizar e não chutou nem dominou a bola. Depois, Piton deu ótimo lançamento para o angolano, que correu, se enrolou com a bola e tocou bem para Rayan, que finalizou em cima de Weverton.

Alguns dos problemas defensivos do Vasco se mantiveram. O da saída de bola com os volantes não foi solucionado com a entrada de Mateus Carvalho, que ganhou chance na vaga de Jair. A bola parada defensiva seguiu assustando, e o Palmeiras levou muito perigo em cabeceio de Bruno Fuchs, em jogada ensaiada em escanteio.

Mesmo assim, a chance mais clara do primeiro tempo foi de João Victor, nos acréscimos, quando Weverton falhou, e João Victor encobriu de canhota o goleiro do Palmeiras. No entanto, Giay apareceu em cima da linha para tirar o gol do Vasco.

Segundo tempo sem recursos e com erro determinante

Além dos gols desperdiçados, o Vasco sofreu duas baixas no primeiro tempo. Lucas Freitas e Loide, dois dos melhores jogadores do time na etapa inicial, sentiram dores e foram substituídos por Luiz Gustavo e Garré. Se o zagueiro foi seguro na defesa, o argentino não manteve o nível no segundo tempo, e o time de Felipe perdeu a velocidade e o escape para o ataque.

Logo no início, Martínez assustou o gol do Vasco com um chute de fora da área, que parou em grande defesa de Léo Jardim. O jogo era equilibrado até o erro determinante de Hugo Moura. A equipe treinada por Felipe fez a saída com um jogador de linha durante toda a partida e furou a pressão do Palmeiras em diversas jogadas.

No entanto, no lance do gol de Vitor Roque, Léo Jardim que cobrou o tiro de meta e só rolou para Hugo Moura. A saída de jogo desta forma não fez sentido, uma vez que nas outras jogadas, um jogador de linha cobrava para o goleiro e se apresentava para jogar. Com Jardim atrás de Hugo, o Vasco perdeu um jogador na área para sair curto. Luiz Gustavo estava pressionado, e João Victor longe da área. Hugo Moura se enrolou com a posse e entregou a bola dentro da área para o Palmeiras marcar.

Na comparação das duas imagens (acima e abaixo), é possível ver que no primeiro tempo, o Vasco povoava a própria área para sair jogando e estava em superioridade numérica, o que não aconteceu no lance do gol. Erro de leitura de Hugo, que deveria ter abandonado a ideia de sair curto sem opções.

Atrás no placar contra um time superior, o Vasco precisaria correr o dobro e ter mais qualidade ainda no ataque para empatar ou tentar virar a partida. Mas é neste ponto que um problema recorrente do time volta à tona. A equipe não tem opções no banco de reservas e precisou recorrer mais uma vez a Garré e Alex Teixeira no ataque. No meio, Adson e Paulinho ainda estão longe de serem os jogadores de outros tempos, depois de voltarem de lesão.

Um jogo que era para terminar em um empate, foi comprometido por uma falha e por poucas peças no banco de reservas. Algo que poderia ser escrito em qualquer análise de derrota do Vasco em 2025, porque o roteiro tem se repetido a cada revés.

Dos nove gols sofridos pelo Vasco no Brasileirão, seis foram “dados” pelo próprio time vascaíno. Com tantas falhas na defesa e sem muitas opções no ataque, o clube de São Januário não tem margem que permita erros constantes. Assim, fica muito difícil competir por coisas grandes no campeonato.

A cada gol bobo sofrido pelo Vasco, o torcedor vascaíno lembra do gol entregue por Paulinho contra o Santos, dos erros de Jair, Jardim e João Victor contra o Corinthians, do gol contra de Hugo Moura contra o Sport e dos erros de João Victor contra o Ceará.

E o aproveitamento de sete pontos conquistados em 21 possíveis já mostra a realidade ao Vasco. Enquanto um jogo e outro passa, neste calendário alucinante do Brasil, o clube já chega à sexta partida seguida sem vencer — em quatro delas, sequer balançou as redes.

O Vasco mostrou que é possível — e talvez até mais útil em determinados cenários em que não terá tanta posse de bola — jogar sem Coutinho e Vegetti os 90 minutos. Mas será impossível jogar cometendo tantos erros decisivos no jogo. Os outros times quase não erram contra o Vasco, e o Vasco erra contra todo mundo.

Fonte: Globo Esporte

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