Vasco mostra face copeira para superar o Athletico-PR e entrar no G8

Depois de um primeiro tempo ruim, Vasco da Gama conseguiu se impor diante do Athletico-PR, em São Januário.

Emerson Rodríguez comemorando gol contra o Athletico-PR
Emerson Rodríguez comemorando gol contra o Athletico-PR (Foto: Matheus Lima/Vasco)

A primeira partida pelas quartas de final da Copa do Brasil é só na quinta-feira, mas pode-se dizer que o Vasco mostrou um espírito e uma vibração copeira para derrotar o Athletico pelo Brasileirão, nesta segunda-feira. Uma vitória de virada muito importante por diferentes motivos — e todos fundamentais.

O resultado foi importante demais pela tabela do Brasileirão. O Vasco se colocou entre os oito melhores times da competição, abriu nove pontos para o Z-4 e entrou na briga por uma vaga na Pré-Libertadores. A vitória também é fundamental pelo momento, que antecede a sequência de jogos contra o mesmo Athletico na decisão da vaga nas semifinais da Copa do Brasil.

E por último, mas não menos importante: o Vasco venceu mesmo sem jogar bem durante boa parte do jogo.

Em duas partidas recentes contra Bragantino e Criciúma, o Vasco sofreu um gol no início do jogo, melhorou significativamente, virou o placar, mas sofreu o empate no fim. Desta vez, o time não teve uma grande mudança técnica ou tática no jogo, mas na base da vibração e do apoio da torcida em São Januário, conquistou a virada e manteve o resultado até o fim para sair com os três pontos.

Primeiro tempo de velhos e novos problemas

O Vasco entrou em campo com duas mudanças no time titular: Léo saiu para a entrada de Maicon na defesa, ao lado de João Victor, e Emerson Rodríguez substituiu David, desfalque para a partida por uma celulite facial.

Com a bola, o Vasco teve uma mudança: desceu Mateus Carvalho para a saída de jogo com três, ao lado de Maicon e João Victor, enquanto os laterais se lançavam mais ao ataque. O problema se deu no posicionamento do trio: João Victor rende mais pela direita e perdeu a capacidade de construir jogadas pelo lado sendo escalado no centro da saída de bola. Cocão, na esquerda, não esteve em uma noite boa.

O time ficou torto para sair jogando, e Lucas Piton foi quem mais sofreu com isso, ao não ser tão acionado. O Vasco ficou previsível.

Sem a bola, o time demonstrou erros antigos que pareciam solucionados. Os mais gritantes sintetizam o gol do Athletico que abre o placar. Espaço entre as linhas de defesa e meio do Vasco, falha na recomposição, volantes afundando na área e um latifúndio para o adversário finalizar da meia-lua. O gol de Gabriel lembrou outras dezenas de gols que o time sofreu desta maneira nos últimos anos.

Não tem como falar do primeiro tempo sem citar a partida individual de alguns atletas, mas especificamente de Emerson Rodríguez, que nas escapadas que o Vasco conseguiu com Payet e Piton se conectando, errou praticamente todas as decisões possíveis. Mas o futebol é imprevisível.

Segundo tempo de brilho de Vegetti e estrela de Paiva

No intervalo da partida, havia uma insatisfação geral com o desempenho da equipe do Vasco nas arquibancadas de São Januário. Mas a atuação de Emerson Rodríguez era a mais questionada. Parecia claro que o jogador seria substituído no intervalo.

Não é possível dizer que seria, ou até que ponto o problema médico que Adson teve influenciou na permanência do colombiano em campo, mas fato é que ele voltou diferente para a segunda etapa. Aos poucos, se soltou na partida e acertou algumas escapadas. Faltava a tomada de decisão perto do gol.

E, em uma noite pouco inspirada individualmente da maioria dos atletas do Vasco, um mérito coletivo característico da equipe de Rafael Paiva funcionou muito bem: a qualidade nos contra-ataques.

Rayan, que entrou no lugar de Adson, desarmou o ataque do Athletico e começou a jogada que terminou no belo gol de Emerson Rodríguez, que teve toda a habilidade para driblar a marcação e balançar as redes pela primeira vez desde que chegou ao Vasco.

O gol aos 23 do segundo tempo serviu como uma virada de chave para o time do Vasco. Com a ajuda da torcida, que mais uma vez fez sua parte em São Januário, a equipe de Rafael Paiva cresceu no jogo e virou o placar três minutos depois, com um golaço de Hugo Moura, anulado pelo VAR por impedimento de Vegetti.

O jogo caminhava para o empate, mas Leandrinho, que havia acabado de entrar na partida, deu assistência precisa para Vegetti, mais uma vez, ser decisivo para o Vasco. O atacante argentino segue imparável pelo ar. Em uma cabeçada perfeita, virou o jogo para o time encaminhar uma vitória importantíssima no Brasileirão.

Depois do gol, o Vasco abriu a caixa de ferramentas e mostrou a face copeira, do time que não podia sofrer mais um empate no fim após conquistar uma virada difícil. Soube cozinhar o jogo e parar as jogadas adversárias quando precisou. Os três pontos em São Januário eram importantes demais para a equipe no Brasileirão, mas também serviam como um “esquenta” para a Copa do Brasil.

O Vasco venceu o Athletico Paranaense de virada, se colocou entre as oito melhores equipes do campeonato e ganhou confiança para a partida decisiva de quinta-feira pela Copa do Brasil, contra o mesmo adversário.

Se o Vasco quer a vaga nas semifinais do principal mata-mata do país, o time deve fazer um bom resultado em São Januário para chegar a Curitiba com vantagem. Além disso, tem que corrigir problemas na estrutura do jogo com e sem a bola e precisa levar o ímpeto do segundo tempo para quinta-feira. Mas o importante nesta segunda-feira já aconteceu. O Vasco venceu. Jogo a jogo, a equipe pode pensar em um ano tranquilo, longe de sustos e mirando voos mais altos.

Afinal, o Vasco está entre os oito melhores da Copa do Brasil e do Brasileirão.

Fonte: Globo Esporte

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