Há 100 anos, Vasco iniciava campanha do 1° título da sua história

No dia 15 de abril de 1923, o O Vasco da Gama iniciava a campanha no Campeonato Carioca, 1º título de sua trajetória no futebol.

Camisas Negras foi o primeiro grande time do Vasco
Camisas Negras foi o primeiro grande time do Vasco (Foto: Acervo/Vasco)

O dia 15 de abril é simbólico na história do Vasco. Há 100 anos, nesta mesma data em 1923, o clube iniciava a campanha do primeiro título de sua trajetória no futebol, o Campeonato Carioca. A estreia foi contra o Andarahy, e as equipes empataram em 1 a 1 – Torterolli marcou o gol vascaíno.

O elenco de 1923 ficou marcado nas páginas do clube, não apenas pelo título. Conhecido como “Camisas Negras”, o time marcou a luta do Vasco contra a discriminação racial e social no esporte. Se dentro de campo a equipe era formada por negros e pobres, em sua maioria, à beira do gramado a missão foi dada a um estrangeiro: Ramón Perdomo Platero.

O uruguaio chegou ao Brasil em 1919, após dirigir a seleção do Uruguai no Sul-Americano. Deixou boa impressão e foi contratado pelo Fluminense. Dois anos depois estava no Flamengo.

Técnico de Vasco e Flamengo

Platero chegou ao Vasco no ano anterior ao histórico título, em 1922. Na ocasião, o time cruzmaltino disputava a Série B do Carioca, e ele era também o treinador do maior rival, o Flamengo, que jogava a Primeira Divisão.

Como o Vasco iniciava sua caminhada no futebol, buscou no clube vizinho uma referência para se estabilizar. Como tinha vínculo com o Flamengo, Ramón Platero se dispôs a dar uma assessoria para estruturar o futebol vascaíno. No ano seguinte, ele trocou o Rubro-Negro pela Cruz de Malta.

Platero subiu com o Vasco para a Primeira Divisão e, em 1923, não poderia mais treinar as duas equipes, que disputariam o mesmo campeonato. O clube vascaíno ofereceu mais dinheiro e deu carta branca ao uruguaio para implantar seu modelo de jogo.

Treinador pioneiro

Ramón Platero ficou conhecido como o técnico que revolucionou a importância do condicionamento físico. Ele obrigava todos os jogadores a correrem diariamente entre os bairros da Tijuca e Vila Isabel, apenas como aquecimento. No fim do ano, o Vasco seria campeão com viradas e gols no segundo tempo das partidas.

– Ele foi o primeiro técnico a impor o regime de concentração. E também o primeiro a estabelecer a necessidade de longas caminhadas. Nós, no Vasco, nos concentrávamos às quintas-feiras. Obrigatoriamente. Sem exceção para ninguém – contou o ex-jogador Brilhante, treinado por Platero, em entrevista ao Jornal dos Sports em 1977.

Os jogadores foram escolhidos a dedo por Platero, que teve o apoio do Vasco. Tanto que o técnico participa da “Resposta Histórica” de 1924, quando o clube desistia de fazer parte da AMEA para manter no elenco atletas que não eram aceitos pela associação que incluía os principais clubes do Rio.

Seleção brasileira

O trabalho no Vasco, que rendeu a Platero o bicampeonato estadual de 1923 e 1924, fez o uruguaio chegar também ao comando da seleção brasileira nos Sul-Americanos de 1923 e 1925. Ele ficou no clube cruzmaltino até 1926. Depois, passou por Palestra Itália (hoje Palmeiras), Botafogo, São Bento, São Paulo da Floresta, Estudantes (São Paulo) e Santos. Em 1939, retornou ao Vasco, onde ficou até 1940, ano em que parou de exercer a função de treinador.

Quando se aposentou, abriu um negócio na capital paulista e ali se fixou.Platero morreu em 6 de agosto de 1950, quase um mês após o Uruguai ganhar do Brasil no Maracanã na final da Copa do Mundo.

Torterolli

O meia Nicomedes da Conceição, conhecido como Torterolli, foi o autor do primeiro gol da campanha do título de 1923. Posteriormente, o Vasco ganhou o ponto do Andarahy, que ter incluiuo um jogador sem inscrição naquele empate em General Severiano.

Torterolli chegou ao Vasco em 1920 vindo do Carioca Football Club (que em 1919, pertencia ao Engenho de Dentro), onde se popularizou pelas brilhantes atuações e foi apelidado de “Príncipe dos Passes”.

Nascido em Barra do Piraí, no interior do Rio de Janeiro, Torterolli era um meia-direita criativo e também defendeu a seleção brasileira. No Vasco, foi titular por várias temporadas. Fora de campo, ele trabalhava como operário na empresa de máquinas de costura Singer.

Fonte: Globo Esporte

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