Vasco inicia semana com esperanças renovadas em duas frentes

Com o empate diante do Bahia e a festa da torcida na Barreira, Vasco da Gama teve um domingo para voltar a crer em um futuro melhor.

Torcida do Vasco fez festa do lado de fora de São Januário
Festa da torcida do Vasco do lado de fora de São Januário (Foto: Reprodução/Vasco TV)

O empate em 1 a 1 com o Bahia, na Fonte Nova, não foi o resultado que a torcida esperava — e nem o que o Vasco precisava. Ainda assim, o domingo dos cruz-maltinos reforçou o sentimento de esperança. Em duas frentes: tanto por dias melhores em campo quanto pela liberação da presença do público em São Januário.

Dentro das quatro linhas, a atuação do time no segundo tempo recolocou a equipe na partida e mostrou um caminho a ser seguido. Com um ataque formado por Vegetti e Sebastián e Marlon Gomes e Payet na criação, o time ganhou o meio-campo e passou a criar jogadas de perigo, o que não vinha ocorrendo na etapa inicial.

Individualmente, todas as atenções estavam voltadas para a estreia de Dimitri Payet. Mas foi Marlon Gomes, que entrou no intervalo junto ao francês, o principal responsável por mudar a dinâmica do time e buscar o empate. O armador mostrou boa movimentação, leitura de jogo e participou das principais jogadas. Aos 16, ele foi derrubado com uma tesoura por Gilberto dentro da área. Pênalti incontestável que Vegetti converteu com categoria.

Payet não teve o mesmo tipo de protagonismo na partida, o que já esperado levando em conta que ele vinha de três meses e meio sem disputar uma partida. Ainda assim, sua atuação pode ser considerada animadora. Além de um entrosamento razoável com os companheiros do meio para frente já no primeiro jogo, ele soube se posicionar entre as linhas e participou da criação de algumas jogadas de perigo.

Aos 34, o francês tabelou com Vegetti, infiltrou na área, mas foi cortado no exato momento em que finalizaria. Três minutos depois, recebeu de Sebastián dentro da área e ajeitou para Jair, que vinha de trás. Mas a finalização do volante, acabou passando rente à trave.

— Estou contente com ele e certamente vai melhorar no futuro. Acho que o mais importante é que ele tem que estar bem. Gostei da posição em que ele jogou, com os dois pontas. Tivemos mais presença — analisou o técnico Ramón Díaz.

É verdade que o time também apresentou problemas. O principal deles foi na bola aérea defensiva, bem explorada pelo Bahia e que exigiu de Leo Jardim defesas difíceis. Mas nada que se compare à atuação do time na primeira etapa. O Vasco dos primeiros 45 minutos, com Robson improvisado de lateral e Serginho e Gabriel Pec formando o ataque ao lado de Vegetti, até demonstrou alguma segurança defensiva, mas foi completamente nulo com a bola nos pés. E mesmo a proteção atrás — obtida pela aproximação das duas linhas, o que tirou o espaço para o Bahia infiltrar — de nada adiantou quando Lucas Piton não acompanhou Ademir no lance do primeiro gol, aos 44.

Os números mostram o tamanho da diferença entre o Vasco do primeiro e do segundo tempo. Nos 45 minutos finais, o time teve mais posse de bola (56% ao contrário dos 38% da etapa inicial), melhorou o percentual de passes certos de 76% para 81% e conseguiu finalizar na direção do gol, algo que não fez com a formação inicial.

— Estivemos muito mal. Por isso eu já pensava no segundo tempo, que tínhamos que mudar. E a equipe mudou. Fomos mais intensos. Eles nos superaram nisso no primeiro tempo. No segundo fomos melhores taticamente — admitiu Díaz.

O gol da vitória que não saiu no segundo tempo simbolicamente foi marcado na Barreira do Vasco, onde milhares de vascaínos se reuniram para assistir ao jogo num telão. A ação foi parte da estratégia do clube de sensibilizar a opinião pública para o que chama de preconceito do judiciário contra a comunidade na qual o estádio de São Januário está instalado. Desde o início do processo, o departamento jurídico sustenta que a permanência da proibição de público no local está baseada em preconceito.

Mesmo sem vitória, os cruz-maltinos fizeram uma grande festa na Barreira. E saíram de lá animados não só com a atuação do time no segundo tempo, mas também com a sinalização da diretora jurídica da SAF, Gisele Cabrera, de que a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público está próximo.

—Estamos em conversas avançadas, só finalizando alguns termos desse acordo, para que São Januário seja liberado o mais rápido possível — disse à Vasco TV.

O Vasco ainda tem esperanças de conseguir o retorno do público para o próximo compromisso, contra o Fluminense, dia 16. Uma vitória no clássico é fundamental para o clube, com 17 pontos e na 18ª colocação.

— Que acabem com essa suspensão. Todo mundo pode jogar em seu campo. E nós, não — protestou Díaz, que tratou de alimentar a esperança dos vascaínos por dias melhores.

— Façam o que façam, o Vasco não vai cair!

Fonte: O Globo

2 comentários
  • Pergunta que faço:
    Quantos anos existe S. Januário ?
    Se a causa da desordem foi um Grupo de Baderneiros, que sejam punidos.
    O que foi aquilo que aconteceu nos arredorés do Engenhao com as torcidas armadas como se fosse uma batalha.
    E não foi tomada nenhuma atitude quanto a isso.

  • Responder

    Estou fechado com Ramon Diaz, Vasco não vai cair.
    Tem toda uma atimosfera favorável.
    Mas precisamos continuar melhorando para que a vitória venha.
    Vamos jogar de preto no próximo jogo.
    Força Vasco!!!

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