Vasco emite nota sobre imbróglio com demitidos e ataca o Sindeclubes

Em nota sobre o imbróglio judicial acerca da demissão dos funcionários, o Vasco da Gama não poupou críticas ao Sindeclubes.

Funcionários demitidos na frente de São Januário
Funcionários demitidos na frente de São Januário (Foto: Reprodução)

A diretoria do Vasco da Gama emitiu uma nota oficial no site do Clube nesta sexta-feira se posicionando acerca do imbróglio judicial na ação movida pelo Ministério Público do Trabalho pela demissão de 186 funcionário, medida adotada pela gestão sob alegação de contenção de gastos. A publicação traz várias críticas ao Sindeclubes.

Foi determinado liminarmente que os colaboradores fossem reintegrados, mas, o TST, também em decisão liminar, suspendeu os efeitos da decisão de primeiro piso, dando uma folga à gestão nesta disputa na seara trabalhista.

Na nota publicada hoje, o clube reiterou a crise financeira que está vivendo e disse estar agindo de boa-fé e criticou veementemente a entidade que está representando os trabalhadores na Justiça.

O Vasco repudia veementemente a reprovável conduta do Sindeclubes durante a negociação da proposta de acordo coletivo. Ao mesmo tempo em que aparentava negociar com o Clube, instigava não só o ajuizamento de dezenas de ações individuais, mas, também, a propositura de ação civil pública. O Vasco lamenta, ainda, o fato de que a postura do Sindeclubes acabou por impedir o Clube de quitar integralmente as verbas rescisórias logo após a cessão dos direitos econômicos do atleta Talles Magno, como previa a proposta de acordo coletivo.

Publicou.

Confira a nota

O Club de Regatas Vasco da Gama vem, diante da repercussão em torno de uma decisão gerencial promovida de forma legítima e com amparo na lei, prestar os seguintes esclarecimentos sobre os fatos que antecederam as demissões ocorridas em 12 de março deste ano:

É sabido que o Vasco atravessa a mais grave crise financeira de sua centenária história. Diante desse contexto, o primeiro passo da atual gestão, com vistas a reequilibrar as finanças do Clube e reverter o quadro de insolvência generalizada com o qual se deparou, era reduzir os custos – inclusive a folha de pagamentos – para níveis compatíveis com as receitas, e, com isso, tentar acabar de vez com a histórica e inaceitável prática de atrasos no pagamento dos salários.

Foi assim que, no início do mês de março, o Vasco entrou em contato com o Sindeclubes, objetivando negociar os termos de um acordo coletivo de trabalho para o parcelamento das verbas rescisórias dos colaboradores que seriam desligados.

Seguiram-se diversas reuniões, conversas e e-mails entre o Vasco e o Sindeclubes para alinhar as premissas da proposta de acordo, bem como o trâmite das demissões.

O Vasco, atuando de forma leal e à luz da boa-fé, expôs as dificuldades financeiras que põem em risco sua viabilidade operacional e comprometeu-se a colocar em dia os salários atrasados previamente aos desligamentos e a apresentar proposta de acordo coletivo com pagamento escalonado, para que os valores menores fossem quitados mais rapidamente. Além disso, comprometeu-se a antecipar o pagamento das verbas rescisórias na hipótese de recebimento de receitas extraordinárias.

O Sindeclubes, por seu turno, agiu de forma bem diferente. Em um primeiro momento, tentou insistir para que o Vasco fizesse acordos individuais para posterior homologação pelo sindicato; o que, além de não oferecer segurança jurídica ao Clube, impõe o pagamento de custosas taxas ao sindicato por cada acordo homologado.

Em um segundo momento, após longa negociação e recebimento da proposta de acordo coletivo encaminhada pelo Vasco, o departamento jurídico do Sindeclubes manifestou-se verbalmente favorável à proposta. Na oportunidade, explicitou que a proposta estava apta a ser apresentada na Assembleia do Sindicato, considerando-a absolutamente viável, especialmente porque os colaboradores receberiam os valores em até, no máximo, o final da atual gestão.

Ocorre que, na primeira sessão da assembleia em que foi apreciada a proposta de acordo coletivo, o representante do Sindeclubes, em atitude contraditória com sua conduta perante o Clube, desvirtuou completamente a proposta apresentada, faltou com a verdade sobre o número máximo de parcelas, desdenhou da proposta que ele havia dito ser viável e instigou os empregados a ingressar com ações individuais contra o Vasco em vez de aceitar o acordo coletivo, colocando-se, inclusive, à disposição para atuar como seu advogado.

O referido estratagema do Sindeclubes foi desvendado com a divulgação de áudio gravado na primeira sessão da assembleia em que foi apreciada a proposta de acordo coletivo. Após a divulgação, o Sindeclubes emitiu nota na qual reconheceu que cometeu um “equívoco” na interpretação da proposta e tratou a assembleia como se fosse uma simples reunião, em tentativa de reduzir a gravidade do ato praticado.

O Vasco repudia veementemente a reprovável conduta do Sindeclubes durante a negociação da proposta de acordo coletivo. Ao mesmo tempo em que aparentava negociar com o Clube, instigava não só o ajuizamento de dezenas de ações individuais, mas, também, a propositura de ação civil pública.

O Vasco lamenta, ainda, o fato de que a postura do Sindeclubes acabou por impedir o Clube de quitar integralmente as verbas rescisórias logo após a cessão dos direitos econômicos do atleta Talles Magno, como previa a proposta de acordo coletivo.

Com a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que suspendeu a liminar que determinava a reintegração dos demitidos, o Vasco pôde enfim efetivar os pagamentos aos demitidos, embora os recursos já não fossem mais suficientes para quitar integralmente os débitos. No dia 26/05, o Vasco fez pagamentos das rescisões líquidas e multas de 40% do FGTS a boa parte dos colaboradores desligados no dia 12/03, e pretende realizar negociações para ajustar planos de pagamento do saldo em aberto.

O Vasco reafirma seu compromisso em adotar as melhores práticas de gestão, não só para superar a grave crise financeira que atravessa, mas, também, para cumprir devidamente todas as suas obrigações com colaboradores e fornecedores.

Por fim, o Vasco se coloca à inteira disposição do Ministério Público do Trabalho (MPT) para esclarecer todos os fatos relativos à negociação com o Sindeclubes, bem como para encontrar soluções que assegurem o pagamento dos saldos em aberto com os colaboradores demitidos e o pagamento tempestivo dos salários dos empregados ativos.

Enquanto Clube e Sindicato brigam, os ex-colaboradores aguardam um final menos triste neste litígio, que já manchou a história de acolhimento do Gigante da Colina, queira ou não, infelizmente.

Mais sobre:Sindeclubes
Estamos no Google NotíciasSiga-nos!
Comente

Veja também
Josh Wander, sócio-fundador da 777 Partners
777 pede prazo para apresentar defesa em processo movido pela Leadenhall nos EUA

A 777 Partners pediu prazo até dia 24 de maio para apresentar defesa do processo movido pelo fundo inglês Leadenhall.

Jogadores do Vasco em treino no CT Moacyr Barbosa
Paralisação do Brasileiro pode ser benéfica para o Vasco

Com duas rodadas paralisadas, o técnico Álvaro Pacheco terá tempo para desenvolver seu trabalho no Vasco da Gama.

Reunião do Conselho Deliberativo do Vasco
Oposição cobra transparência ao Vasco após reassumir controle da SAF

Conselheiros de oposição reclamaram da falta de aviso e diálogo interno no Vasco da Gama sobre a investida na Justiça contra a 777 Partners.

Lúcio Barbosa em coletiva após a permanência do Vasco
SAF negociava antecipação de aportes da 777 antes de liminar da Justiça

Com problemas de fluxo de caixa, a SAF negociava a antecipação dos aportes junto a 777 Partners para colocar as contas em dia.

José Roberto Lamacchia e Leilão Pereira são casados há muitos anos
Conheça José Lamacchia, dono da Crefisa, interessado na Vasco SAF

José Roberto Lamacchia, dono da Crefisa, está interessado em comprar a parte da 777 Partners na SAF do Vasco da Gama.