Vasco e outros 11 clubes se reuniram para debater sobre a nova Liga
A reunião foi promovida pela Codajas Sports Kapital, empresa que tem contrato com seis clubes para desenvolver a Liga Brasileira.
Em São Paulo, 12 clubes grandes das Séries A e B se reuniram para retomar o projeto de Liga para o Brasileiro. Durante a reunião, houve acenos aos blocos de 10 equipes da primeira divisão do ‘Forte Futebol’ até com concessões financeiras e com a presença do Atlético-MG, que está em ambos os grupos. Ao mesmo tempo, alguns dirigentes deixaram claro que, se não houver adesão, poderão continuar só com o grupo.
A reunião teve a presença de cartolas de Flamengo, Vasco, Fluminense, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Internacional. O Botafogo foi convidado e alegou que não tinha como participar, mas sinalizou interesse na Liga. Seu novo dono, John Textor, sinalizou apoio – tinha conversado com Rodolfo Landim, do Flamengo, sobre o tema.
Foi ainda a primeira participação de Ronaldo como cartola pelo Cruzeiro. Apesar de presente, o Fluminense é um clube bastante questionador sobre as iniciativas da Liga – seu presidente, Mário Bittencourt, não esteve presente.
É o primeiro encontro de todos os times grandes para discutir a formação da Liga desde o meio do ano passado. Neste meio tempo, houve brigas e avanços. Agora, há uma disputa de poder velada entre parte dos times grandes e outros 10 times que formam o “Forte Futebol”.
A reunião foi organizada pela empresa Codajas Sports Kapital, que tem um contrato com seis times (Flamengo e os cinco paulistas) para desenvolver o projeto da Liga. Juntamente com a empresa, estiveram representantes do BTG, que seria responsável pela captação de investimentos. As duas empresas fizeram apresentações sobre o modelo de governança para a Liga e de possiblidade para estruturar a captação de investidores.
Durante o encontro, Flamengo, Palmeiras e Corinthians fizeram discursos de que fariam concessões em relação à divisão de dinheiro. Isso não significa, no entanto, uma distribuição igual de recursos.
Não há um formato definido, mas há ideias na mesa. Entre elas, pode-se estabelecer uma diferença que seja de 3,5 ou 4×1 entre o que mais ganha e o que menos ganha. Ou pode-se determinar que os atuais valores estão garantidos, com as diferenças atuais, podendo distribuir de forma mais igualitária o que vier de receita para frente. Não houve essa discussão na reunião. A intenção é deixar o tema mais para frente e permitir que todos tenham voz.
Os debates foram mais centrados na governança na Liga e em como encontrar um caminho comum com o grupo de 10 clubes do “Forte Futebol”. O Atlético-MG, que é considerado dos dois grupos, é visto como potencial mediador. Mas não houve avanço prático nesta união, por isso, houve quem saísse descrente da reunião.
Entre os grandes, houve declarações que apontaram que, se o grupo de 10 clubes for intransigente, aí seguiriam sozinhos em seu projeto financeiro de formatar a Liga. Há uma preocupação de que o ‘discurso rebelde’ pode minar de vez o projeto. Um dos dirigentes presentes ressaltou que, sem todos os times, pode ser considerado na prática o fracasso da Liga.
Foi também a estreia do ex-atacante Ronaldo como cartola já que é o novo dono do Cruzeiro. Em sua participação, o jogador ressaltou que todos os times da Série B deveriam ser incluídos na discussão porque a Liga faria mais sentido com todos.
É mais um passo para tentar botar a Liga de pé. A questão é se os dois grupos de clubes serão capazes de chegar a um acordo.
Fonte: Uol