Vasco: do desgaste à motivação
Mais ganhos do que perdas. Assim classificou Cristovão Borges a opção de ter escalado titulares contra o Universitario, pela Sul-Americana. Havia certa preocupação quanto ao físico dos jogadores, uma vez que o time volta a campo já amanhã, contra o Botafogo. Desgaste, de fato, houve, mas quase nada se comparado à empolgação demonstrada por conta da heroica virada sobre os peruanos.
– Esse resultado foi muito favorável por ter sido um acontecimento especial, da forma como conquistamos a classificação. O desgaste quando você ganha é muito diferente quando de quando se perde. Ganhamos muito mais do que perdemos nesse caso – disse o treinador cruz-maltino.
No segundo tempo do jogo contra os peruanos, Eder Luis e Fagner, por exemplo, pediram para sair. Havia certa preocupação com a dupla. Um dia depois, porém, eles já estavam treinando. Cansados? Um pouco, mas nada que não possa ser superado com um bom planejamento… E com sorrisos.
– A gente sempre fala que é diferente quando se perde e quando se ganha. Existe todo um componente psicológico nessa questão da recuperação dos atletas. Com a vitória que conquistamos, a recuperação deles está muito mais rápida. Deu para perceber como chegaram, felizes, sorrindo e isso reflete na recuperação – explicou Rodrigo Poletto, preparador físico do clube.
Para não haver surpresas, mesmo com toda a euforia, a preparação física, precavida, optou por promover dois dias de recuperação para os jogadores que enfrentaram o Universitario, com treinos leves e academia.
O LANCE! procurou ouvir psicólogos esportivos para encontrar uma explicação sobre essa questão psicológica na melhora física dos atletas. E a explicação está no bem-estar que uma vitória épica como aquela pode trazer ao indivíduo.
– Em estado de alegria, dá uma sensação de bem-estar. O corpo libera mais endorfina e a pessoa acaba tendo mais energia, vontade – falou o psicólogo Paulo Ribeiro.
Portanto, a solução para evitar desgaste físico nessa reta final é muito simples: vencer.
Preparação para o clássico contra o Botafogo
Pós-jogo
No primeiro treino após a partida contra o Universitario, os jogadores que ficaram o tempo todo em campo foram para a academia. Diego Souza, Eder Luis e Fellipe Bastos participaram, com o restante do elenco, de um trabalho tático leve, à tarde, na Colina.
Novo trabalho leve
Nesta sexta-feira, a mesma divisão de trabalhos foi realizada em São Januário, pela manhã
Sábado
Os jogadores voltam a campo nesta manhã. Será feito um novo treino leve, com recreativo. Alguns jogadores poderão ser poupados das atividades. Logo depois, concentração.
Com a palavra
Paulo Ribeiro – Psicólogo esportivo
Uma grande vitória pode auxiliar, sim
ma grande vitória e uma grande conquista acabam virando um momento extasiante. E se ele tem mais um desafio pela frente, acaba tendo muito mais gás. É claro que também é preciso se levar em conta o estado físico do jogador, que precisa ter cuidados na preparação para evitar problemas. Mas acaba auxiliando, sim. O jogador sai de um jogo como aquele com um outro astral, mais positivo, e carrega isso.
Se você está em estado de alegria, vive de forma mais gostosa, tem mais energia. Isso é proporcionado pela liberação de endorfina pelo corpo por conta da sensação de bem-estar.
‘Sei que estamos preparados’
Entre os jogadores, o discurso é bem parecido com o de Cristovão Borges. Um dos líderes do grupo, Diego Souza admite que há um certo cansaço, até por já ser fim de temporada, mas que é o momento de sacrifícios.
– Claro que tem o desgaste, mas falta tão pouco, estamos tão perto de conquistar duas grandes competições. O sacrifício é válido. Todo jogo é uma decisão independente de ser clássico ou não, sei que estamos preparados. O importante é estar fisicamente, descansado. A cabeça está boa, ainda mais quando se consegue vencer. O corpo se recupera mais rapidamente – disse Diego Souza.
O jogador lembrou ainda que as duas competições estão em uma fase decisiva.
– A partir de agora, as duas competições se tornaram importantíssimas – destacou ele.
Fonte: lancenet