Vasco chega aos 125 anos com paz interna, melhora do futebol e apoio da torcida

O Vasco da Gama vive um momento de paz no aniversário de 125 anos, o que se deve principalmente ao esboço de recuperação no Brasileiro.

Paulo Bracks, Dimitri Payet e Lucio Barbosa em São Januário
Paulo Bracks, Dimitri Payet e Lucio Barbosa em São Januário (Foto: Daniel Ramalho/ Vasco)

Há três semanas, o Vasco encerrava a 17ª rodada do Brasileirão na lanterna absoluta, com apenas 9 pontos conquistados em 16 jogos e a ameaça de um quinto rebaixamento cada vez mais forte. Mas o dinamismo do futebol mexeu com São Januário nos últimos dias, desta vez de forma positiva. Nesta segunda-feira, quando completa 125 anos de fundação, o cruz-maltino vive um raro momento de paz na temporada, que passa pela torcida e por bastidores de SAF e associação.

A situação do futebol não é menos dramática: o clube segue na zona de rebaixamento a cinco pontos do caminho de saída (com um jogo a menos). Mas já não é mais o lanterna, e hoje tem 16 pontos, turbinados após sequência de duas vitórias em um empate nos últimos três jogos.

A transformação do time passa pelo trabalho da comissão técnica de Ramón Díaz, que já vinha apontando sinais de evolução desde a estreia, contra o Athletico. O experiente argentino foi um chacoalhada necessária no clube. No elenco, constrói uma ideia de jogo dinâmica, de triangulações, aproximação e intensidade, e ainda tem trabalhado para recuperar a confiança de atletas pouco utilizados ou quase descartados, como Luca Orellano, Zé Gabriel e Robson Bambu, hoje titulares absolutos da equipe. Não havia clima ruim com o técnico anterior, Maurício Barbieri, querido pelo elenco e por funcionários, mas a energia no CT Moacyr Barbosa naturalmente ficou mais leve com os bons resultados do novo trabalho.

Nos bastidores, a parceria do técnico com o diretor de futebol Paulo Bracks na busca por reforços ajudou esse processo a ser consolidado. Entre nomes já pretendidos pela diretoria e outros apontados por Díaz, chegaram jogadores como Paulinho, Praxedes, Vegetti, Sebastián Ferreira — os três primeiros, titulares e peças importantíssimas nas últimas partidas. Medel, que chegou em leva anterior com Maicon e Serginho (autor do gol contra o Atlético-MG, no domingo), também virou pilar dessa reconstrução. É capitão e líder do elenco.

No domingo, os 53 mil presentes no Maracanã mostraram que, apesar da revolta da primeira metade do campeonato, a torcida segue com disposição para abraçar uma campanha de reação. Liberados após quatro jogos de punição, os cruz-maltinos apoiaram do início ao fim do jogo, sem críticas ou vaias.

Nos próximos dias, a expectativa é pela regularização e estreia de Payet, grande contratação da temporada — e uma das maiores feitas pelo clube nos últimos anos.

Boa relação entre SAF e clube associativo

A contratação de Payet marca, temporalmente, uma melhora na relação entre o clube associativo e a SAF, que cuida do futebol via 777 Partners. O antigo CEO da SAF Luiz Mello deixou o clube no dia 25 de julho e assim encerrou um clima de tensão que sempre existiu entre as partes e que se intensificou com o péssimo início de Brasileiro e as ligações do antigo executivo ao rival Flamengo, que chegaram ao conhecimento de conselheiros e da torcida.

CEO interino, Lucio Barbosa tem marcado presença e feito participações em eventos importantes para o clube, como na homenagem ao centenário dos Camisas Negras, quando foi um dos responsáveis por entregar a honraria Pai Santana aos homenageados daquela manhã, que teve gritos de Payet entre associados e dirigentes. Administrativamente, o executivo que ocupa também o cargo de diretor financeiro tem trabalhado com as dívidas do futebol com empresários e clubes, que foram alvos de reclamações públicas no primeiro semestre. Em setembro, o Vasco recebe novo aporte de R$ 120 milhões da 777 Partners. Mas há outras receitas a caminho, como a das vendas de Pedro Raul e Eguinaldo e dos direitos comerciais da liga.

Outra situação que marca essa boa relação é a luta pela liberação de São Januário, interditado desde junho, após confusão na derrota com o Goiás. O estádio é propriedade do clube associativo, alugado à SAF. Há parceria e alinhamento de discurso nos caminhos jurídicos e políticos da busca pela liberação. Isso ficou explícito na comunicação, quando os perfis de SAF e do clube trocaram “retuidadas” em notas e mensagens fortes, expediente pouco comum até então.

Fonte: O Globo

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