Vasco aposta na sintonia entre Emílio Faro e elenco enquanto não escolhe novo técnico

Emílio Faro pode ficar mais do que o esperado como interino do Vasco da Gama, que ainda busca treinador no mercado.

Emílio Faro em treino do Vasco no CT Moacyr Barbosa
Emílio Faro em treino do Vasco no CT Moacyr Barbosa (Foto: Daniel Ramalho/ Vasco)

O Vasco vive uma situação peculiar na busca pelo substituto de Zé Ricardo. Na expectativa de concluir a venda de 70% da SAF para a 777 Partners em aproximadamente 40 dias, a diretoria se encontra em uma encruzilhada para contratar um novo técnico. Apesar de o clube ainda ter a palavra final, há de ser um nome de consenso entre as partes. O bom momento do time, no entanto, tem colaborado para a direção fazer a escolha com calma.

Há um entendimento interno de que o atual elenco comprou a ideia de jogo e está fechado com a comissão técnica. Não somente com o ex-treinador Zé Ricardo, mas com todos os profissionais que fazem parte do dia a dia. Durante encontro da diretoria na última segunda-feira, uma corrente dentro do clube defendeu a manutenção do auxiliar Emílio Faro à frente do time até a conclusão da venda para a 777, prevista para julho. A ideia, porém, não agrada a todos.

A busca por um nome de consenso continua, mas a boa atuação sobre o Náutico faz com que o clube trate o tema com a calma que julga necessária para não se precipitar em uma decisão estratégica para o restante da temporada.

São dois pontos em discussão. Ao mesmo tempo em que não quer ficar sem um treinador por várias rodadas na Série B, o Vasco aposta que o processo de venda da SAF seja concluído em julho. Nesse período, o clube seguirá avaliando treinadores em parceria com a 777 e, caso encontre um nome de consenso e uma boa oportunidade de mercado, abrirá negociação. Um resultado positivo sobre o Cruzeiro no próximo domingo servirá de termômetro para a diretoria acelerar ou não o processo.

– A gente está vendo com calma, ainda não tem nome, não tem nenhuma negociação… A confiança (no Emílio) não é por conta da vitória, mas a confiança é no processo. Não tínhamos dúvidas que tudo ia funcionar bem, e vencer dar uma tranquilidade maior para o torcedor, que não vive o dia a dia do clube e não vê o trabalho de perto – disse o gerente Carlos Brazil ao ge após a vitória sobre o Náutico.

– Bom para o torcedor ver que estamos bem servidos e que podemos ter mais calma para escolher dentro daquilo que a diretoria e a 777 entendem como ideal – completou.

“Processo” parece ser a palavra-chave dentro do Vasco. Emílio fez questão de repeti-la várias vezes durante a entrevista coletiva no Arruda. Disse que o Vasco é um clube “montado dentro de uma série de processos” e que foi “representar todos esses processos” na beira do campo. E admitiu a possibilidade de seguir no comando da equipe, ainda que interinamente.

– Vamos rever esse jogo diversas vezes, achar pontos positivos e negativos, vamos reforçar para os atletas e corrigir para a frente de acordo com a chegada do novo comandante. Ou de acordo com a situação de postergar (minha permanência) um pouquinho mais – disse ele.

Perguntado sobre a possibilidade de ser efetivado no cargo até a chegada da 777, Emílio respondeu apenas que foi contratado para ser o auxiliar-técnico permanente.

Como está a SAF?

Em relação à SAF, após encontro com diretores da 777 no Rio de Janeiro há pouco mais de 10 dias, a expectativa é que a oferta vinculante seja concluída até o fim dessa semana ou no máximo no início da próxima. Na ocasião, os dirigentes do grupo americano disseram que tentariam apresentar a proposta dentro de um prazo de 15 dias.

Com a oferta em mãos, o Vasco dará início ao rito interno de aprovação. Os contratos serão entregues às comissões do Conselho Deliberativo e do Conselho de Beneméritos para que emitam seus pareceres em até 15 dias (prorrogáveis por mais 10). Em seguida, Carlos Fonseca, presidente do CD, convoca os conselheiros para votarem – essa convocação precisa acontecer cinco dias antes da reunião.

O próximo passo é reunir os poderes para a junta deliberativa que fechará a lista de sócios que poderão votar na Assembleia Geral Extraordinária. Por estatuto, são dados cinco dias de prazo para impugnação dos sócios, com mais dois dias para análise das impugnações. Ou seja, uma semana.

Em seguida, Otto Carvalho, presidente da AG, convoca os sócios para se reunirem dali a 10 dias corridos. O Vasco espera que todo esse processo seja concluído antes da abertura da janela de transferências, no dia 18 de julho.

Fonte: Globo Esporte

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