Vascaínas Contra o Assédio fará ação do Dia da Mulher no Maracanã

O grupo Vascaínas Contra o Assédio fará uma ação do Dia Internacional da Mulher na partida entre Vasco da Gama e ABC-RN.

O Dia Internacional da Mulher será no próximo domingo, dia 8. Para marcar esta data, coletivo feminino “Vascaínas Contra o Assédio” fará uma ação no jogo desta quinta-feira, contra o ABC, pela Copa do Brasil. O grupo colocará uma faixa no Setor Sul com a frase “Deixa ela torcer”. E Alana Oliveira, membro da coordenação de comunicação do VCA, explica que objetivo central é marcar presença e mostrar um ponto de segurança para as mulheres.

– O que a gente pensa é conseguir, primeiramente, mostrar que estamos presentes nas arquibancadas. Para as mulheres terem onde recorrer quando acontecer alguma coisa, se sentirem mais seguras – explica.

O coletivo, composto por 148 mulheres, começou em julho de 2018. É um movimento feminista que se junta para chamar a atenção para situações que acontecem não só na arquibancada, mas também com profissionais do meio do futebol (jornalistas, jogadoras, etc). Entre as ações já realizadas houve a distribuição de um “machistrômetro”. Isso tudo é pago com venda de camisas ou vaquinhas.

– É como um marcador de livro (o machistômetro) que dizia como o machismo começa em pequenas coisas e que poderiam chegar a coisas bem mais graves. Dando dicas de como perceber no início para conseguir cortar. Foi nossa primeira ação grande. Quando distribuímos era piadinha o tempo todo, gente debochando… principalmente homens de meia-idade de torcidas organizadas. Foi bem difícil mostrar que a gente não ia dar para trás quanto a isso – lembra

O Vascaínas Contra o Assédio é um movimento independente do clube e tem todo tipo de torcedora: membros organizadas ou não. O grupo faz reuniões mensais e confraternizações e vê crescimento na frequência feminina nos jogos do Vasco. Mas não a ponto de mudar a cultura machista da arquibancada.

– Acho que não. É um embate que a gente sempre tem como torcedoras, não só como movimento. Muitos dos nossos amigos acham muito f… a história do Vasco, pioneiro em várias coisas, mas quando a gente para para falar sobre isso (a luta feminista) dizem: “Ah, aí não. Aí já estão indo longe demais.” Então é sempre um impasse muito grande, sempre tem aquilo de o futebol não ser lugar para mulher. Muito legal estarmos lutando por várias coisas, mas “inventar pauta feminista no meio”, não. “Estão querendo demais”. “Ah, futebol não é para isso”. “Ah, aqui não é lugar de vocês”. Principalmente sobre caravana de jogos. “Ah, caravana não é colônia de férias para ir mulher ou criança.” Muito difícil estar nesse meio.

Lancenet

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