Valentim fala sobre reforços e quer permanências de Castan, Maxi e Martín

O técnico Alberto Valentim quer reforços com “mentalidade vencedora" e permanências Castan, Maxi e Martín Silva em 2019.

Pela primeira vez na curta carreira, Alberto Valentim conseguirá iniciar uma temporada do zero num grande clube brasileiro. Após apagar incêndios em Palmeiras, Botafogo e no próprio Vasco, ele tem a oportunidade de planejar desde o início o ano de 2019. E tem altas expectativas. A entrevista completa vai ao ar no Globo Esporte desta quarta-feira.

Valentim encerrou 2018 com a missão cumprida de manter o Vasco na Série A. Ele sabe que seus números ainda são baixos, o que gera o compromisso de mudar. E melhorar. Para isso, conta com líderes do elenco, como o goleiro Martin Silva e o zagueiro Leandro Castan. Com este último, por exemplo, entrou em contato para falar da permanência.

– Conversei com Castan, até por ser o capitão, sobre o que pretendemos para o ano que vem. Falamos da permanência dele, que ele será uma peça importantíssima para o que pretendemos para o ano que vem.

E o que Valentim pretende para 2019? Nesta entrevista ele explica suas ideias, fala em buscar reforços com “mentalidade vencedora” e promete evolução.

– Nós precisamos melhorar muita coisa, reforçar. E o melhorar muito começa também por mim, pela minha comissão. O Vasco está melhorando. Recebi uma foto do campo que está sendo todo trocado. Precisamos qualificar. Faremos coisas muito diferentes, não só dentro de campo, mas na organização também. Mais disciplina. Vai ter uma cobrança firme. A exigência tem que ser do tamanho do Vasco.

Confira a entrevista:

GloboEsporte.com: Como você encontrou o Vasco?

Alberto Valentim: O Botafogo estava mais destruído emocionalmente. No Vasco, o problema é que se respira muito o medo de um novo rebaixamento. Lembro que quando eu estava no Botafogo, no Estadual, o Vasco perdia um jogo e já diziam que no Brasileiro se não abrisse o olho ia lutar para não cair. Brasileiro nem tinha começado.

Quando cheguei, a preocupação era grande. Eu dizia aos jogadores quase diariamente que não podíamos carregar esse peso de rebaixamentos anteriores. Eu brincava dizendo que ninguém ali ganhou premiação quando o Vasco ganhou a Libertadores. Não estávamos no elenco. Mas também não poderíamos carregar peso de outros anos.

Como foi a notícia de que permaneceria para 2019?

– Eu estava muito tranquilo porque tenho contrato com o Vasco até 2019. Em nenhum momento ninguém chegou até mim e comentou da chance de não ficar. Antes da minha vinda para o curso, o presidente me chamou para conversar e planejar o ano que vem.

Com a notícia de que o Martin Silva pode deixar o Vasco, qual a sua opinião sobre isso?

– Eu quero que o Martín fique, aí teremos dois goleiros de qualidade. O Jordi também tem qualidade, o terceiro. O João (Pedro), que é da base. Se falo em qualificar o elenco, começando pelo goleiro, com certeza quero que fique o Martín. Estaríamos muito bem servidos.

Como você vê a possível saída do Castan para o Corinthians?

– Não acredito que ele esteja fechado com o Corinthians. Ele tem contrato com o Vasco, e conto muito com ele. É o nosso capitão hoje. Vai nos ajudar muito dentro e fora de campo no ano que vem. É um líder positivo, uma referência. Contamos muito com ele.

E o Maxi?

– Não acredito que ele saia também. Comprou a ideia, se identificou muito com o Vasco e nos ajudou bastante. O discurso para o Castan é o mesmo para o Maxi.

Conversou com eles?

– Conversei com Castan, até por ser o capitão, sobre o que pretendemos para o ano que vem. Falamos da permanência dele, que ele será uma peça importantíssima para o que pretendemos para o ano que vem.

Agora que você vai começar uma temporada desde o início, o que pode mudar no Vasco tendo mais tempo?

– Com todas as cobranças que tivemos, com a torcida, que nos ajudou muito… Vamos fortalecer em cima do que terminamos o ano, uma equipe com padrão de jogo. Isso vai melhorar muito. A pré-temporada, mesmo que seja menor, já com boa parte do elenco. Muitos já sabem a forma de trabalhar. Vai acelerar o processo. Vai ser ano de muito mais qualidade e melhores resultados, com certeza.

Como está o planejamento dos reforços? Quantos será necessários?

– Estou participando diretamente, mesmo com as aulas no curso. Converso muito com Alexandre (Faria) e com PC (Gusmão) para fortalecermos ao máximo. Precisamos ser pontuais. A quantidade ainda vamos discutir porque precisamos ver quem sai também.

Quais são as prioridades de contratação?

São laterais… Perdemos o Ramon. Vamos precisar de lateral-direito também. Precisamos de atacantes, meias… Vamos em busca de coisas pontuais.

Qual foi sua relação com o Fabricio neste período no Vasco?

– Quando eu cheguei, não conversei só com Fabrício, mas com todos. Na primeira semana ficamos concentrados quatro dias para acelerar o processo de conhecê-los. Desde que eu treinava o Palmeiras já não via o Fabrício como lateral. Podia nos ajudar no meio, fazendo o papel de camisa 10. O que pedi a ele e aos outros foi que treinassem forte.

Não tínhamos o Giovanni Augusto, machucado, e o Thiago Galhardo não estava bem. Não via ele brilhando nos treinos, e o Fabrício estava muito bem na parte técnica e física.

Então, não inventei o Fabrício. Só pedi que fizesse o que estava fazendo nos treinos. Ele entrou bem contra o Flamengo e nos ajudou. O que pesou para ele foi a contestação pelo passado, por causa da foto que vazou, enfim… Mas eu não podia não usá-lo. Ficou um pouco mais ligado a mim.

Então por que a decisão de não contar com ele em 2019?

Seria muito desgastante. Não pelas atuações, com certeza não. Mas pelo que passou.

Qual o perfil dos reforços desejados pelo Vasco para 2019?

– O perfil vai ser de jogadores que querem vir e fazer um ano diferente, brigar pelos títulos. Vamos lutar pelo título do Carioca e da Copa do Brasil, são competições em que temos chances grandes de sermos campeões. Estamos falando de mata-mata, e, mesmo tendo equipes com elencos mais fortes, podemos conseguir surpreender.

No Brasileiro, vamos tentar a melhor classificação possível. Estamos falando de Libertadores, de chegar o mais em cima possível. Nos pontos corridos, não ter o lado financeiro mais baixo, fica mais difícil de lutar pelo título.

Mas quem vir tem que ter a mentalidade vencedora, é isso que vou cobrar nas contratações.

Em qual estágio você acredita que o Vasco estará no início do ano para disputar o Carioca?

– O Flamengo está um pouco à frente porque tem um elenco mais forte. Mas no mata-mata e com o fortalecimento da nossa equipe, nós vamos chegar perto do Flamengo, Fluminense, Botafogo… Por isso que digo que vamos brigar pelo título. Os quatro grandes saem com esse objetivo.

O que vai ficar mais nítido para a torcida de mudança positiva já no início do ano?

– Nós vamos qualificar mais e vamos começar um trabalho do zero. É mais fácil os jogadores trabalharem já sabendo como o treinador gosta de fazer as coisas, e eu já os conhecendo também. A pré-temporada sendo feita da maneira que estamos planejando é muito importante pelo lado físico, para evitar lesões, e aí vem o lado técnico e tático.

Atibaia já está definido como o loca da pré-temporada?

– A diretoria, dentro das condições do Vasco, não vai medir esforços para nos dar qualidade de trabalho, já na pré-temporada. Ainda vamos definir o lugar, mas pode ter certeza de que vai ser um local com 100% de qualidade.

A partir de quanto tempo o trabalho de um treinador começa efetivamente a aparecer?

– De verdade, acho que uns seis meses. Mas no Brasil não existe isso, nossa cultura não te dá esse tempo. Mas acho que em seis meses é possível mostrar um nível muito alto. Mas vi muitas coisas boas no pouco tempo de trabalho, e mesma coisa aconteceu no Botafogo e no Palmeiras. Tinham padrão de jogo. Se via minha forma de trabalhar. Quanto mais tempo, melhor.

Depois da experiência de brigar contra o rebaixamento, quais as principais lições?

– São emoções vividas, trabalhos que vamos acrescentando coisas. Experiência é só com o tempo, não tem jeito. Vamos melhorando aos poucos. Vejo os técnicos dizendo que estão se fortalecendo com o tempo, imagina eu que sou jovem, que estou há pouco tempo na carreira. Com certeza todas as vitórias, derrotas e dificuldades, primeiro campeão, depois o trabalho fora e depois a luta contra o rebaixamento… Com certeza isso me deixa mais forte e preparado para fazer de 2019 um grande ano.

O que você vai desejar na virada do ano para 2019?

– Só agradeceria a Deus por tudo que me deu como atleta, minha família, amigos, filho… e a oportunidade de trabalhar em um grande clube como o Vasco. Só agradecer.

Globo Esporte

Estamos no Google NotíciasSiga-nos!
Comente

Veja também
Pedrinho e Josh Wander
Saiba quanto a 777 Partners e o Vasco associativo devem à SAF

O balanço da Vasco SAF de 2023 detalha os créditos com o Clube associativo e a 777 Partners devem à empresa.

Josh Wander, sócio-fundador da 777 Partners
777 pede prazo para apresentar defesa em processo movido pela Leadenhall nos EUA

A 777 Partners pediu prazo até dia 24 de maio para apresentar defesa do processo movido pelo fundo inglês Leadenhall.

Jogadores do Vasco em treino no CT Moacyr Barbosa
Paralisação do Brasileiro pode ser benéfica para o Vasco

Com duas rodadas paralisadas, o técnico Álvaro Pacheco terá tempo para desenvolver seu trabalho no Vasco da Gama.

Reunião do Conselho Deliberativo do Vasco
Oposição cobra transparência ao Vasco após reassumir controle da SAF

Conselheiros de oposição reclamaram da falta de aviso e diálogo interno no Vasco da Gama sobre a investida na Justiça contra a 777 Partners.

Lúcio Barbosa em coletiva após a permanência do Vasco
SAF negociava antecipação de aportes da 777 antes de liminar da Justiça

Com problemas de fluxo de caixa, a SAF negociava a antecipação dos aportes junto a 777 Partners para colocar as contas em dia.