Valdir Bigode destaca os 4 jogos marcantes da conquista da Copinha pelo Vasco

Valdir Bigode destacou os momentos marcantes com a camisa do Vasco da Gama na conquista da Copinha de 1992.

Valdir Bigode na época de auxiliar-técnico do Vasco
Valdir Bigode na época de auxiliar-técnico do Vasco (Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco)

Em 2022, o Vasco vai comemorar 30 anos da maior conquista da história de sua base: a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1992, a Copinha. O ge, para marcar a data, conversou com um dos grandes protagonistas da conquista. Valdir Bigode, artilheiro da equipe e da competição, com sete gols, destacou os quatro confrontos mais marcantes da campanha. O clube foi campeão com 62,5% de aproveitamento, com quatro vitórias, três empates e apenas uma derrota.

O ex-atleta e treinador do Vasco despontou para o futebol na competição e citou a estreia como um dos marcos mais importantes do título. A Portuguesa-SP foi o primeiro adversário dos cariocas na Copa. A Lusa entrou em campo para defender o título que havia conquistado na edição anterior (1991). Já o sub-20 do Vasco entrou em campo como atual campeão carioca. O elenco vinha com jogadores remanescentes da conquista do Estadual de 91, último título de Edmundo, ao lado de Valdir, na base do Vasco. O confronto, que aconteceu no dia 9 de janeiro, terminou 4 a 0 para a equipe carioca. Os gols da partida foram marcados por Tinho, aos 13 e 27 minutos, Valdir, aos 32, e Denílson fechou o placar.

O segundo jogo que o camisa 9 destacou foi a derrota para o Bahia, única da equipe na competição. Se o primeiro placar foi elástico, o Vasco também levou bastante gols, um a menos do que havia marcado na partida anterior. Valdir recorda que o 3 a 0 contra o Bahia deu o tom da competição, um torneio de tiro curto, com adversários duríssimos.

– Contra o Bahia, nós tivemos todo o cuidado possível, e mesmo assim, as coisas não aconteceram como o imaginávamos. A gente teve grandes jogos, fizemos boas partidas, mas tivemos alguns tropeços feios. Esse jogo contra o Bahia foi muito complicado, muito difícil. Depois desse jogo aí, o alerta ligou geral, porque é um tiro muito curto a Copa São Paulo. A rapaziada estava bem consciente das dificuldades. Embora o primeiro resultado tenha sido muito bom, a gente sabia que teria muita dificuldade pela frente. Essa derrota foi só o começo das dificuldades que tivemos – lembra Valdir.

No jogo seguinte, o show do atacante. Contra o Atlético-MG, o Vasco retomou o caminho das vitórias. O atacante marcou os dois gols da partida, que terminou em 2 a 0 para os cariocas. A partida aconteceu no dia 14 de janeiro. Valdir relembrou o confronto e destacou o gol de letra. O primeiro gol do camisa 9 foi marcado aos 41 do primeiro tempo, e o segundo gol aos 44 da etapa final.

Ao lembrar do gol contra o Galo, que Valdir caracterizou como “bem legal”, o ex-jogador fez menção ao gol contra o São Paulo, na final da competição. Para ele, com toda certeza é o gol mais vivo na memória.

– O gol contra o São Paulo foi o mais marcante, o mais fácil de lembrar. Não tem igual. Gol na final, coloquei o time em grandes chances de ser campeão.

A partida ocorreu no dia do aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro, no Pacaembu. O Vasco saiu na frente com Valdir, aos 43 do primeiro tempo, mas o São Paulo empatou com Mona, aos 20 da etapa final. A decisão, então, foi para os pênaltis. Vitor, Tinho, Leandro Ávila, Viana e Fábio convertam para o Vasco. Mona desperdiçou a primeira cobrança para o São Paulo. Doriva, Pereira e Gilmar fizeram o gol, mas a quinta cobrança não foi necessária. O título ficou com Vasco.

Valdir relatou que para um atacante é difícil não cobrar o pênalti, declarou estar pronto para esse momento, mas que o treinador Gaúcho, que fez questão de demonstrar uma amizade, tomou a decisão certa ao escolher os batedores.

– Na época, tinha uns caras mais velhos no time, Viana bateu, Tinho bateu. Mas quem batia pênaltis no Juniores era sempre o Vitor, às vezes o Fábio também batia. O Gaúcho, meu treinador, era muito meu amigo. E eu não sou de questionar decisão de treinador, ainda mais no Juniores. O treinador escolheu, está escolhido. Mas para mim não teve problema nenhum. Ele escolheu bem, tinha uns caras que batiam bem, e no final ficou comprovado isso.

Valdir também contou que, para ele, bater o pênalti não seria nenhum problema. O atacante declarou que a situação era favorável, pois estava em grande fase, e tinha feito o gol na final. Ademais, o ex-treinador revelou que Gaúcho era muito transparente com o elenco, e que o grupo não tinha nenhum problema de relacionamento. Segundo ele, a relação de confiança do técnico com os jogadores foi determinante para a conquista. Mas detalhou que assistir às cobranças é uma mistura de emoções.

– O Gaúcho sempre foi um cara que conversava com todo mundo. O grupo não tinha nenhum tipo de problema. Por isso nós fomos campeões. Mas assistir os companheiros batendo o pênalti, é aquilo… Ficar ali, assustado, com medo, torcendo… Mas no final deu tudo certo.

A conquista da Copa São Paulo está marcada na história do Vasco, mas também na de Valdir. O ex-jogador inclui o título como um dos mais importantes de sua carreira. Segundo ele, a competição é uma grande vitrine, e o campeonato serviu como uma chave para abrir a porta de entrada no time profissional.

A geração de Valdir foi bastante vencedora. Ainda em 91, um ano antes da conquista da Copinha, o Vasco foi campeão do Carioca sub-20. A base do time era a mesma. Além de Valdir, o ataque da equipe contava com outro ídolo, Edmundo. A conquista do Estadual se deu após um empate por 1 a 1 com o Bangu, em São Januário.

Como o Vasco já havia sido campeão da Taça Guanabara, contra o mesmo adversário da final do Estadual, bastava um empate para garantir o troféu. O gol do título do primeiro turno foi marcado por Ribamar, aos 44 minutos do segundo tempo. Mas a conquista também é lembrada por um golaço de Edmundo, contra o Botafogo.

No dia 25 de agosto do mesmo ano, no Maracanã, o Vasco enfrentou o rival alvinegro em rodada dupla, com um jogo preliminar do sub-20. A partida do profissional terminou em 1 a 1. Entretanto, o jogo da base deu Vasco e com autoridade: 3 a 0. Os gols da partida foram marcados por Vitor, em cobrança de falta, aos sete minutos, Celso aos 41 e Edmundo aos 44 do 2º tempo. O gol de Edmundo foi marcante para a torcida vascaína. O atacante arrancou do meio do campo, driblou três adversários e tocou na saída do goleiro.

No ano seguinte, mesmo ano da conquista da Copinha, o Vasco voltou a vencer o Carioca sub-20. A maioria do elenco era remanescente da conquista. A decisão contra o Flamengo foi disputada em dois jogos. Sob o comando de Gaúcho, a primeira partida terminou em um empate por 3 a 3, na Gávea. No segundo confronto, o Vasco venceu o Flamengo por 3 a 0, em São Januário. Os gols da partida foram marcados por Jardel, aos 23 e 41 minutos do primeiro tempo, e aos 12 minutos da etapa final, Vitor fechou o placar de pênalti. A campanha no Estadual contou com 20 vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas. Jardel foi o artilheiro da competição com 17 gols, sendo 10 deles marcados de cabeça.

As conquistas dos estaduais e da Copinha coroam uma das melhores gerações da base do Vasco. Após esses dois anos de títulos, alguns atletas passaram a compor o elenco principal da equipe, e fizeram parte do Tricampeonato Estadual entre 92 e 94. O atacante Valdir contou que o elenco campeão, que contava com atletas nascidos em 1971 até 1975, foi se montando ao longo das categorias de base, com conquistas no Juvenil, Juniores, até chegar nos títulos com o profissional.

O ex-jogador, que também atuou como técnico do clube, revelou sua frustração ao olhar para a atual situação do Vasco da Gama. Valdir conhece bem os bastidores da administração da equipe. Com os conhecidos problemas financeiros do clube, ele acredita que a base é um caminho para sair dessa situação. Entretanto, ele reforça a necessidade de um planejamento para inserção dos garotos no elenco principal.

– Hoje estou de fora, vendo tudo que está acontecendo. Já estive lá dentro. É um momento muito complicado, financeiro principalmente. Mas tem saída. A base. É claro que não é só pegar os jogadores e jogar no time de cima. O profissional precisa estar estruturado, ter jogadores que possam apoiar a subida dessa rapaziada mais jovem. O que vem acontecendo é que alguns jogadores sobem e já têm que resolver. Na maioria das vezes isso não dá certo. Então a base pode ser uma saída, mas precisa de uma estrutura bem melhor, para oferecer um suporte para esse pessoal que está subindo – concluiu Valdir.

As informações e dados dos confrontos do Estadual Sub-20 de 91 e 92, assim como da Copa São Paulo, foram fornecidas pelo Centro de Pesquisa, Preservação de Acervos e Divulgação da História e Memória do Club de Regatas Vasco da Gama (CPAD-CRVG).

Fonte: Globo Esporte

Estamos no Google NotíciasSiga-nos!
Comente

Veja também
Lauan em campo pelo Londrina
Vasco contrata Lauan, do Londrina, para o Sub-20

O Vasco da Gama contratou o lateral-esquerdo Lauan, do Londrina, para a categoria Sub-20, por empréstimo até o final da temporada.

Josh Wander durante entrevista em visita ao Rio de Janeiro
777 Partners não dá garantias ao Vasco sobre aporte de setembro

Associativo do Vasco da Gama pediu garantias para a 777 Partners sobre o aporte do mês de setembro e empresa negou.

Puma durante jogo contra o Flamengo
Executivo do Criciúma se manifesta sobre possível interesse em Puma

Alex Brasil, executivo de futebol do Criciúma, comentou os rumores sobre o interesse no lateral-direito do Vasco da Gama, Puma Rodríguez.

De Lucca em ação pelo Vasco em jogo-treino contra o Porto Real
Vasco empresta De Lucca ao Ceará

Sem espaço no Vasco da Gama, De Lucca, de 24 anos, é o novo reforço do Ceará para a disputa da Série B 2024.

Josh Wander em São Januário
777 Partners pode vender 2 de seus clubes em breve

A 777 Partners, dona de 70% da Vasco da Gama SAF, tem participação em outros oito clubes espalhados pelo mundo.