Tudo que Edmundo falou sobre a despedida

Edmundo concedeu entrevista coletiva após a despedida oficial que ocorreu na noite desta quarta-feira em São Januário.

Extremamente emocionado e feliz, o ídolo vascaíno Edmundo concedeu entrevista coletiva após a despedida oficial que ocorreu na noite desta quarta-feira em São Januário. Surpreso com o tamanho da festa, fez muito agradecimentos ao presidente Roberto Dinamite, aos jogadores do atual elenco e, logicamente, ao torcedor cruz-maltino, que compareceu em peso e lotou a Colina. Chegou às lágrimas ao recordar a carreira e ao citar seus familiares.

A FESTA

– Foi muito gratificante. Uma emoção muito forte. Não tinha noção do que ia acontecer. Fizeram questão de me esconder. Eu estava acompanhando pelas notícias e vi que a torcida tinha comprado bastante ingresso. Nos cinco dias que treinei, os jogadores me receberam muito bem. A emoção que senti na hora de entrar em campo foi algo fora do comum. Me senti muito feliz, lisonjeado. Eu precisava disso. A última vez que joguei aqui foi uma derrota dupla. Como profissional e torcedor. Queria apagar aquilo e o Vasco me proporcionou isso. O torcedor saiu de casa pagando ingresso caro, no fim do mês…

PEDIDOS PARA CONTINUAR NO TIME

– Isso é da torcida. Torcida é paixão pura, mas não tem nem razão de acontecer. Já me despedi. Estou exercendo outra função. Graças a Deus encontrei outra função. Agradeci a todos os jogadores pessoalmente. Me receberam super bem. Sábado e terça vou ficar na torcida para que o Vasco consiga a classificação na Taça Rio e na Libertadores.

ATUAL ELENCO

– Uma coisa que não via há anos é o respeito e hierarquia aos mais velhos. Me deixou impressionado. Esses meninos Barbio, Allan… Eles têm um respeito imenso ao Juninho, Felipe, Diego Souza… Vi também muitas qualidades em alguns jogadores que, confesso, como comentarista eu não vi.

PARTICIPAÇÃO NO JOGO E DOIS GOLS

– A minha participação, depois de três anos e meio, treinando cinco dias, foi de uma forma que não esperava. O Barcelona mandou um time muito jovem e nós, com experiência, envolvemos eles. Não acreditava que pudesse me entender de novo com Juninho e Felipe só no olhar. Ainda fui premiado com dois gols. Um com a ajudinha do juiz, o outro, não (risos). Independentemente da qualidade do adversário, aquele gol sairia.

CARINHO DA TORCIDA

– Tudo que eu falar é pouco depois da festa que fizeram para mim. Foi o dia mais feliz da minha vida. Depois de tudo que passei aqui, sucessos e insucessos, eu sabia que gostavam de mim, tinham um carinho especial, mas não sabia que era assim. Na minha vida nunca fui bom com as palavras, mas se pudesse, diria “obrigado”. A vocês (imprensa) pelo espaço, a torcida, que veio e lotou São Januário em um dia de chuva… Precisava dessa energia na minha vida de novo.

TORCEDORES EMOCIONADOS

– A cada rosto que eu olhava ali eu me via porque um dia eu estive lá onde eles estão e depois, por obra do destino, fui para campo. Talvez por isso tenha sido algo a mais, extrapolado. Vieram para me trazer o carinho, respeito. Isso que me deixou lisonjeado. Cristóvão colocou o time titular, atrapalhou a semana de trabalho. Juninho, Dedé, Fagner estavam com problemas físicos e fizeram questão de jogar, participar da minha festa. Se o Roberto pedisse para escrever um roteiro, não escreveria como foi. Imaginava algo mais simples, com pouca gente, minha participação discreta. Assim como eu lembro do dia 26/02/1992, realizar o sonho de criança, esse 28/03/2012 também ficará marcado.

AMIGOS E PARENTES NA FESTA

– Gostaria que meus pais estivessem aí, mas meus filhos estavam, minhas tias, meus melhores amigos. A vida não é do jeito que queremos. Infelizmente, as pessoas nos deixam. Não sei nem o que dizer, não me sinto merecedor dessa festa que o Roberto e o Vasco me proporcionaram. Quando surgiu a ideia da partida, muitos queriam que eu jogasse o último jogo do Brasileiro do ano passado e eu não quis por saber que não poderia ajudar. Sei do sacríficio que é jogar em alto nível. Hoje chegar à concentação, ter a preleção, o lanche, coisas que fiz durante anos e achava chato, fiz amarradão. Foi um jogo bacana. Sem saudosismo, mas especialmente com a camisa do Vasco precisava terminar essa história com final feliz.

PRODUÇÃO DA FESTA

– Foi tudo muito mágico, lindo, bacana, homenagem que jamais vou esquecer, mas o que mais me marcou foi que minha trajetória com a camisa do Vasco teve momentos maravilhosos e outros ruins, como o rebaixamento. Mas, o mais legal é que esses torcedores que estiveram aqui só lembram das coisas boas e vieram aqui me dar esse carinho. O que eu recebi de energia positiva é o que tem de mais legal e prazeroso. Ter sido recebido pela minha família, receber a faixa de capitão do Juninho, as palavras do Roberto (Dinamite), o grito da torcida, os gols que foram saindo naturalmente. gols saíram com certa beleza. Poder reviver minha vida como atleta.

EURICO ESTAR PRESENTE

– Fico contente. Acho que ninguém tem dúvida da paixão, do carinho que Dr. Eurico tem pelo Vasco, mas ninguém também tem dúvidas que a entrada do Roberto foi boa. Convidei porque ele faz parte da minha história aqui. Nunca quis entrar na parte política. Minha política é o Vasco. Convidei o Pedrinho, que foi meu empresário por 15 anos, o Mário, que me descobriu, Luiz Carlos, o meu professor de judô. Queria que todas as pessoas importantes na minha vida estivessem presentes. Dia de mostrar amor e orgulho por um clube, clube que me tratou com muito carinho sempre.

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