Torcidas do Vasco saíram na frente na discussão sobre organizadas; entenda

Enquanto se discute detalhes da lei que envolve anistia, as torcidas organizadas do Vasco da Gama assinaram manual de ética em abril.

Aprovação da lei das torcidas organizadas na Alerj
Aprovação da lei das torcidas organizadas na Alerj (Foto: Divulgação / Alerj)

O Vasco e a principal organizada do clube, a Força Jovem Vascaína (FJV) saíram na frente em relação às exigências discutidas no projeto de lei das Torcidas Organizadas, aprovado nesta quarta-feira, pela Assembleia Legislativa do Rio. Em abril, a FJV e o clube assinaram um compromisso de conduta e comportamento, chamado de “Manual de Conduta Ética das Torcidas Organizadas CRVG”.

No documento, que leva a assinatura do responsável pela torcida Fabiano Marques, já há a previsão de colaboração por parte da organizada na comunicação de atos que possam ensejar punições ao clube. O texto aborda condutas nos estádios e também fora deles, inclusive nas redes sociais.

“VIII. Comprometer-se a comunicar o CRVG o conhecimento de qualquer ato que possa ensejar punições ou danos financeiros e à imagem do CRVG, indicando, quando possível, o autor do ato”, diz um dos artigos do manual.

O artigo, juntamente de outros, incentiva os integrantes da organizada a comunicar ao Departamento de Integridade e Compliance do clube qualquer situação que seja considerada inadequada. Para isso, foi criado um e-mail que pode ser enviado de forma anônima.

As punições, em caso de descumprimento, incluem o impedimento da torcida de entrar em São Januário, inclusive em dias de jogo e a proibição do uso do escudo do time por parte de seus membros.

O documento, de sete páginas, também incentiva boas práticas por parte da torcida, como doação de alimentos e participação em campanhas de solidariedade. Importante salientar que não há previsão de contrapartidas por parte do clube como doação de ingressos ou colaboração para viagens das organizadas. No entanto, o Vasco informou ao blog que trabalha numa proposta de criação de um plano de Sócio Torcedor específico para as organizadas, com preços menores do que o público comum.

Este não é o único pacto assinado entre o Vasco e suas organizadas. Em junho, as torcidas assinaram um outro documento, específico sobre conduta anti-homofobia e outras formas de discriminação.

Veja abaixo alguns dos artigos do Manual

“Art. 4º. Atribuições

1. Torcidas Organizadas: i) fomentar a adoção, por seus membros, dos princípios e práticas previstos neste Manual; ii) comunicar formalmente o Departamento de Integridade e Compliance, através do e-mail [email protected] ou via Canal de Ouvidoria, sempre que tomar conhecimento de uma possível violação aos termos deste Manual;

Art. 5º. As condutas das Torcidas Organizadas e de seus membros devem ser orientadas pelos seguintes princípios:

1. Respeito: toda conduta será permeada pelo respeito entre as pessoas e aos direitos humanos, sendo intolerável qualquer demonstração de assédio, preconceito, intimidação, ameaça ou discriminação em razão da representação da individualidade pessoal, relativos, mas não se restringindo, à cor de pele, nacionalidade, sexo, gênero, religião, posição política, naturalidade, estética e diversidade funcional, sempre em observância à legislação vigente e às políticas e normas internas;

VIII. Não violência: fomentar a cultura de não violência e respeito entre seus membros, evitando brigas, tumultos, provocações entre si e com outras torcidas ou torcedores do CRVG ou de outros clubes, inclusive em redes sociais, ou quaisquer atos que coloquem em risco a segurança e a integridade dos membros e do público

Art.6º

VIII. Comprometer-se a comunicar o CRVG o conhecimento de qualquer ato que possa ensejar punições ou danos financeiros e à imagem do CRVG, indicando, quando possível, o autor do ato.

Art. 9º. Cabe ao Departamento de Integridade monitorar a aplicação deste Manual, bem como receber manifestações, denúncias e reclamações sobre eventuais descumprimentos dos princípios e práticas previstas no Manual.

Quaisquer Colaboradores poderão apresentar manifestações, denúncias, reclamações e sugestões ao Departamento de Integridade, através do e-mail [email protected] ou por meio da Ouvidoria Cruzmaltina, inclusive de forma anônima, sendo garantida a confidencialidade e a não repressão”.

Entenda o projeto de lei

Foi aprovado nesta quarta-feira pela Assembleia Legislativa do Rio, um projeto de lei (6118/22) que modifica uma lei já existente no Rio (6615/13) que disciplina o tratamento das Torcidas Organizadas no Estado. O projeto de lei aprovado (ainda vai para sanção do governador) tem entre seus pontos a anistia às organizadas que estão banidas dos estádios por motivos que vão desde confusões no entorno dos estádios até lesões corporais graves e homicídios.

Depois de discussões em audiência pública entre autoridades de segurança, o Ministério Público, a Defensoria Pública e membros de torcidas, ficou estabelecido que a lei só poderá valer se firmado um novo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o MP e as organizadas.

Inicialmente, a proposta era que a nova lei anulasse o TAC que está vigente desde 2011 e pelo qual as organizadas estão banidas. Mas essa ideia foi modificada durante a votação do projeto e ficou estabelecido que um novo acordo será feito.

As ideias do acordo serão apresentadas em reunião que acontecerá na próxima quarta-feira. Uma das propostas, conforme adiantado pelo blog essa semana, será uma espécie de colaboração “premiada” por parte das torcidas, em troca da aprovação. Isto é, as agremiações se comprometem a identificar os integrantes que se envolverem em atos de indisciplina ou crimes para que não sejam novamente banidas.

Fonte: Globo Esporte

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