Torcida do Flamengo xinga Eurico Miranda em jogo contra o Barra Mansa
Durante jogo no Maracanã, Eurico Miranda, que sugeriu tais valores dos ingressos no Carioca, teve seu nome xingado por flamenguistas.
Xingamentos a Eurico Miranda, improvisos do Maracanã, pequeno lucro comemorado pela diretoria e a certeza de que a trégua com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) ainda não se estabeleceu por completo. Foi com estes ingredientes que o Flamengo retornou ao estádio mediante ao acordo com a entidade em relação aos preços dos ingressos estabelecidos para a partida diante do Barra Mansa pelo Campeonato Carioca.
Após um breve entendimento entre as partes na última segunda-feira, onde estabeleceu-se que mil ingressos seriam disponibilizados a R$ 10 e R$ 20 (valores propostos pela Ferj), com o restante a R$ 20 e R$ 40, o Maracanã foi aberto de maneira a se adaptar nestas condições.
Somente os setores Norte, Oeste inferior e uma pequena parte do Sul, destinado aos visitantes, foram abertos. Dos quatro telões, apenas dois estavam ligados, assim como dos 60 bares, somente 16 funcionavam.
Mesmo ainda sem ter os números oficiais, o diretor executivo geral do Flamengo, Fred Luz, comemorou o fato de, segundo seus cálculos, o clube não ter tido prejuízo na noite. A partida contou com 12.933 pagantes, 14.443 presentes e uma renda de R$ 333.100.
“Esse jogo de hoje, como a Ferj flexibilizou o entendimento, já foi viável, embora isso ainda esteja longe do que achamos ideal na questão de preço. Achamos que cada clube deve ter o direito de estabelecer o seu preço como mandante. No final das contas, vamos ter um lucro entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. É quase não ter receita mas, pelo menos, não teremos prejuízo”, destacou.
Os rubro-negros que toparam os preços estabelecidos deixaram seus protestos na arquibancada e com um alvo muito bem direcionado: o presidente do Vasco, Eurico Miranda, que sugeriu tais valores e é um dos aliados da Ferj. Durante toda a partida, o dirigente teve o seu nome xingado.
O fato do Maracanã estar apenas com metade dos portões abertos gerou alguns contratempos. Do lado de fora, filas foram formadas e muitos torcedores alegaram que não conseguiram comprar ingressos. Fred Luiz, por sua vez, apresentou sua justificativa:
“Este jogo, diante de tudo o que aconteceu, foi uma operação um pouco improvisada. Na última sexta ele tinha o risco de nem acontecer. Tinha a questão da prática da meia-entrada universal, que agora a Ferj entendeu que é ilegal também. Tínhamos uma inviabilidade. O Flamengo não poderia deixar de cumprir o regulamento da Ferj e, por outro lado, o Maracanã não se sentia a vontade de vender de maneira ilegal. Isto, talvez, tenha afetado o planejamento do estádio”.
Antes da bola rolar, o consórcio que administra o estádio havia emitido um comunicado à imprensa garantindo que o local oferecia conforto e segurança mesmo com os improvisos.
“O Maracanã é um estádio moderno, que permite setorizar as áreas sem prejudicar a qualidade da visão de jogo e que, ao mesmo tempo, garante o conforto e a segurança dos torcedores. Desta forma, temos margem para buscar uma operação cada vez mais eficiente e alinhada com a realidade do espetáculo”, dizia o diretor de operações do Maracanã, Alexandre da Costa.
Embora tenha chegado a um consenso para o jogo com o Barra Mansa, o Flamengo continuará tentando implementar os preços que acredita ser o correto, variando entre R$ 40 e R$ 80. De acordo com Fred Luz, o clube está longe de se sentir satisfeito com a situação.
“O Flamengo entende que, lá na frente, vamos ter que ter um entendimento. Hoje estamos com uma visão muito distante de como as coisas têm que acontecer. Não é só a questão do ingresso, mas como os ativos do futebol são apropriados pela Ferj e distribuídos aos clubes. Flamengo e Fluminense não vão parar. Isso está muito claro no sentido de discutir estes artigos”, disse.
Uol