Tenório aposta na saída de Dedé para a Europa

Final de treino na última segunda-feira, em Atibaia, interior de São Paulo, cidade sede da pré-temporada do Vasco. O atacante Carlos Tenório se aproxima tranquilamente para conversar com um grupo de jornalistas. Perguntado sobre como prefere ser chamado durante as entrevistas, responde de forma instantânea e sorrindo: “Gosto de Demolidor”.

Com um jeito autêntico e até folclórico, cada vez mais raro no futebol dos dias de hoje, Tenorio vem conquistando torcedores, companheiros, e funcionários do Vasco antes mesmo de fazer a sua estreia. A prova do trabalho vem na análise da psicóloga do clube, Maria Helena.

 “Já conversei com o Tenorio e ele está muito bem entrosado com o grupo. Parece uma coisa de muito tempo. Ele me passou aquela coisa de “cheguei e vamos conquistar tudo o que temos direito”. É o tipo de jogador que não desanima com nada. Já conversou com todos e fica fácil a adaptação. Ele sabe muito bem lidar com a língua portuguesa”, afirmou.

E o “Demolidor” mostra total empolgação com o momento vivido. Além do bom desempenho nos treinamentos, a possibilidade de jogar no Rio de Janeiro só o motiva.

“O mais importante é fazer gol no jogo, não nos treinos. Ainda não falo muito bem o português, mas para fazer gol até ajuda (risos). A verdade é que fiquei muito tempo escutando e gosto muito da língua. Gostaria de ficar aqui uns cinco, seis anos, mas para isso tenho que me preparar bem e contar com a colaboração dos companheiros. Conheço muito o Rio de Janeiro. Viajei de férias algumas vezes com a minha família e com a seleção do Equador. Sempre perdi os jogos (risos). A última vez foi 5 a 0, lamentavelmente. Mas estou aqui em um time grande com muita história e grandes companheiros”, disse, acrescentando.

“O Felipe jogou comigo quase cinco anos, o Juninho, e também conheço jogadores de outros times, o Emerson, do Corinthians, o Renato, do Flamengo, e sempre gostei muito do futebol brasileiro. Não vou ter problema algum. É como se estivesse em casa”, completou.

Por fim, se a chegada com presença empolga os torcedores, Tenorio também colocou uma dúvida na cabeça dos vascaínos. Para ele, a possibilidade de o zagueiro Dedé deixar o clube ao final da temporada é cada vez maior.

 “Respeito muito o Dedé. Ele defende bem demais. Ninguém vai ser o melhor do time sem a ajuda dos outros. Acho que o Vasco não vai tê-lo por muito tempo aqui, infelizmente. Existem vários times na Europa querendo o seu futebol. É um bom cara e importante em toda a temporada. Vamos ter uma Libertadores muito dura e precisamos levar a sério. O Vasco vai buscar ser protagonista. Não sei se seremos campeões, mas tenho a certeza de que vamos trabalhar muito para isso”, encerrou.

uol