STJ suspende eleição do Vasco; candidatos se manifestam

A Justiça acatou o pedido de Mussa e suspendeu a eleição do Vasco da Gama, que está acontecendo neste sábado.

Eleição do Vasco foi suspensa
Eleição do Vasco foi suspensa (Foto: Hector Werlang)

A eleição deste sábado no Vasco, em São Januário, está suspensa. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, acatou pedido de tutela provisória feito por Faués Cherene Jassus, o Mussa, presidente da Assembleia Geral do clube.

Mesmo com a decisão judicial, a votação foi retomada 50 minutos após a interrupção, quando Mussa já havia deixado São Januário. A decisão foi tomada pelo vice-presidente da Assembleia Geral, Alcides Martins, em acordo com os outros três integrantes da mesa diretora, incluindo o presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro.

Dos cinco candidatos à presidência inscritos inicialmente, três deles discordaram da retomada e se retiraram do pleito: Alexandre Campello, Jorge Salgado e Julio Brant. Permaneceram apenas Luiz Roberto Leven Siano e Sérgio Frias.

Às 22h15, quando alguns eleitores ainda aguardavam para depositar o voto, as luzes do clube todo se apagaram, inclusive do ginásio. As urnas foram lacradas, e não houve contagem de votos. Até o apagão, Leven e os integrantes da mesa diretora queriam abrir as urnas e contar os votos.

– Nós fomos oficialmente comunicados da decisão do STJ e comunicamos à mesa diretora, que decidiu continuar até as 22h. Nós entendemos que é um descumprimento da ordem do STJ e, por conta disso, estamos nos retirando – disse o diretor jurídico do Vasco, Bruno Barata, da chapa de Campello.

Leven Siano se irritou com a desistência das três chapas e gritou na direção de Campello no ginásio de São Januário.

– Se vocês são machos, abram às urnas e contem os votos. Vocês não têm voto! Perderam feio!

No pedido feito ao STJ, Mussa alegou que o pleito deste sábado botava em risco a segurança do processo eleitoral. A solicitação foi acatada pelo presidente do tribunal, que, assim, tornou sem efeito a decisão do desembargador Camilo Ribeiro Ruliére, que na noite de sexta havia estipulado a eleição presencial neste sábado.

Marcada para as 9h deste sábado por Ruliére, a eleição começou às 9h55 e tinha previsão de fim às 22h. No momento da decisão do presidente do STJ, três urnas já estavam cheias, indo para a quarta, o que daria em torno de 2.500 votos depositados. A decisão judicial chegou ao clube pouco antes das 20h, interrompendo a votação às 20h25. Ainda havia fila fora da sede com cerca de 100 pessoas querendo votar. Houve confusão, e os portões foram fechados.

Às 21h, quando Mussa já havia ido embora, o vice-presidente da Assembleia Geral do clube, Alcides Martins, decidiu retomar a votação após conversar com os outros três integrantes da mesa diretora: o presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, o presidente do Conselho de Beneméritos, Silvio Godói, e o vice-presidente do Conselho Deliberativo, Sérgio Romay.

A votação foi reiniciada às 21h15, na urna 5, separada das quatro em que foram depositados os votos até a interrupção. Estima-se que o número de votos da urna 5 tenha ficado entre 120 e 150.

O vice-presidente jurídico do Vasco, Rogério Peres, demonstrou preocupação com a decisão de retomar a votação após a decisão judicial e pediu para Alcides Martins deixar registrada a isenção de responsabilidade do clube diante da retomada decidida pela mesa diretora.

Na última terça, a pedido de Mussa, a juíza Debora Maria Barbosa Sarmento, da 7ª Vara Cível do Rio, marcou a eleição do Vasco de forma online para o dia 14. Porém, na noite de sexta, o desembargador Camilo Ruliére acatou pedido do candidato Luiz Roberto Leven Siano e do presidente do Conselho Deliberativo do clube, Roberto Monteiro, marcando o pleito presencial para este sábado, em São Januário.

Na decisão deste sábado, o presidente do STJ, Humberto Martins, viu possíveis “efeitos nefastos” na liminar concedida por Ruliére.

“Diante dos riscos de irreversibilidade dos prejuízos que podem ocorrer, a necessidade de proteção urgente da saúde pública, bem como necessidade de obstar riscos à segurança jurídica no processo eleitoral, como medida de cautela, a concessão de tutela provisória é providência necessária para impedir efeitos nefastos que podem advir da liminar concedida em 2ª instância”, diz um trecho da decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça Ministro Humberto Martins.

“Outrossim, não se pode olvidar que os trâmites burocráticos preparatórios do pleito eleitoral precisam de tempo hábil para serem realizados, para fins de garantir uma organização preparatória que traga lisura e eficiência a todo o processo. E realizar um pleito eleitoral de forma açodada, sem uma necessária prévia organização, para ser realizada de forma eficiente, abala a credibilidade de que tem que se revestir o processo eleitoral para imprimir legitimidade ao resultado, tudo objetivando propiciar a tão relevante segurança jurídica, imprescindível em qualquer processo que se pretenda intitular de democrático”, diz outro trecho da decisão.

Quando saiu a decisão da suspensão, houve gritaria e comemoração dentro do ginásio dos apoiadores da Sempre Vasco e Mais Vasco, chapas, respectivamente, dos candidatos Julio Brant e Jorge Salgado. O presidente Alexandre Campello, que concorre à reeleição, condenou a decisão.

No momento da retomada da votação, Brant logo anunciou que não concordava, com o argumento de que era um desrespeito à Justiça, e se retirou do pleito. Pouco depois, Campello e Salgado tomaram a mesma decisão. Apenas Frias e Leven ficaram até o momento em que as luzes foram apagadas.

Alexandre Campello

– É lamentável. É um absurdo as eleições no Vasco serem decididas sempre na Justiça. Não se respeita absolutamente nada. E você vê o desrespeito com o sócio aqui às 19h45, todas as pessoas que estão aqui trabalhando para essa eleição, viraram a noite para que ocorresse. Estamos aqui desde às 7h trabalhando na eleição, o sócio veio, enfrentou fila, esperou para exercer o seu direito de voto e aí eles entram na Justiça suspendendo essa decisão, que eu acho que só atinge o sócio e o Vasco. Mas eles estão comemorando, comemoraram como se fosse um gol. É impressionante a irresponsabilidade dessa turma.

Julio Brant

– A decisão acabei de ler, vou procurar com o jurídico o que fazer, se a eleição é realmente suspensa, se ela retoma, se isso para. Não tenho informação, vou procurar me inteirar agora. Mas o fato é: eu lamento profundamente por você sócio-torcedor que esteve aqui hoje, ficou duas horas em uma fila, num sol, num calor, muitos relataram isso para mim: “Estou vindo votar em você, mas fiquei duas, três horas na fila no meio de uma pandemia”. E mais uma vez a eleição é judicializada e se encerra, ou se para, a eleição sem saber o que vai acontecer. É lamentável isso para o Vasco, para o sócio e para todos que participam do processo eleitoral do clube.

Leven Siano

– Acho que é uma vergonha, pois as pessoas em vez de aceitar participar de um pleito democrático insistem em tumultuar o Vasco dessa maneira vergonhosa, que é interferir de uma maneira antidemocrática, onde milhares de pessoas saíram de casa. Mostra que realmente essas pessoas não têm nenhuma maturidade, nenhuma capacidade nenhuma legitimidade, nenhuma condição de governar uma instituição centenária e grandiosa como o Clube de Regatas Vasco da Gama. Apenas fazem envergonhar o Vasco perante os vascaínos e à sociedade.

– De qualquer maneira os vascaínos vão continuar dando a sua resposta da nossa vitória acachapante aqui, estamos vencendo com muita vantagem sobre todos os outros candidatos e a eleição continuará até que haja intimação. Os votos continuarão sendo contados até que haja intimação, e vamos mostrar realmente quem o vascaíno quer que seja presidente. E não são essas pessoas de mentes arcaicas, obsoletas, antiquadas, que infelizmente insistem em tentar ser presidente do Vasco da Gama, embora não tenham feito absolutamente nada pelo clube nos últimos anos. São as pessoas que pediram a liminar.

Sérgio Frias

– Lamentável esse cenário. Nós temos hoje uma eleição no Vasco com cerca de três mil pessoas de gente que viajou, que saiu de longe para poder votar. É uma festa da democracia, é o voto mais seguro, que é o voto presencial. E o que nós esperamos, de fato, é que termine esse pleito, que os votos sejam contados, que se veja quem ganhou e que essa situação se resolva de uma maneira que o Vasco não fique exposto da forma como está nesses últimos dias. Com o seu associado querendo, efetivamente, que esse assunto acabe e se resolva, do que a coisa ande e fique por mais tempo atrapalhando todo o curso institucional do clube e toda a nação vascaína, completamente aborrecida com tudo que está acontecendo.

Fonte: Globo Esporte

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14 comentários
  • Responder

    Lamentável o que esses candidatos e políticos fazem com o Vasco !
    Justiça lenta e confusa !
    Marcar uma eleição sem publicação oficial e na véspera à noite é brincadeira.
    Roberto Monteiro sempre está no meio das confusões, como no golpe passado que elegeu o Campello.
    Leven siano e a mesa diretora desrespeitaram o STJ e continuaram a eleição sem fiscais, no escuro e com pizza .
    Fora Roberto Monteiro !

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    É por estas e outras, umas merdas iguais esse tal deMussa, Valentim, Monteiro, e o bosta do falecido, que o diabo o carregue Euvirus Miranda, é o que o Vasco está nessa situação, só pensam em interesses proprios, a instituição , que se dane, Aposto, que todos os conselheiros, recebem sálarios do Vasco? Por isto éssa briga toda, o Vasco que se foda-se.

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    Essa justiça brasileira é uma verdadeira piada. Enchem o saco. Um juiz decide a favor, vem outro e revoga, vem outro vota a favor, vem outro e revoga e assim sucessivamente. Uma tremenda palhaçada.. Deviam cuidar dos processos que realmente tem interesse para o povo e o Brasil. Perder tempo com esta política suja do Vasco cheio de Musses, Campellos e outros oportunista. A mamada deve ser muito boa para querer tanto chefiar um.clube totalmente falido.

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    Caralhooooooooo!!!!!!!!! Q absurdo…
    Uma segunda votação coloca mais em risco os eleitores…. q vão ter q sair de casa novamente para votar….
    ESSE PESSOAL NAO MERECE ESTAR NO VASCO DA GAMA… DEVERIAM SER EXPULSOS…. É UM ABSURDOOOO.

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    Nenhum desses candidatos, presidente do Conselho deliberativo, da Assembleia Geral estão interessados no bem do Vasco… cambada de hipócritas, raça de víboras… papelão outra vez. Vergonhoso. Querem acabar com a Instituição salafrados…

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    Até quando vamos ter que ver esses vagabundos fazer o que quiser , pelo amor de Deus vão embora , chega , a família vascaína não suporta mais vcs , Levem não desista, o Vasco precisa de vc , fé em Deus !!

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    Tá uma PUTARIA só essas eleições do Vasco. Uma hora vai ter e em outra não se decidem seus Zés BUCETAS!!!!?????

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    Esse Mussa e um câncer dentro do Vasco igual o Eurico Miranda só faz mal ao Vasco.

    • Vai virar um Bangu! Otario é quem perde tempo em acreditar que vai mudar!

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    Vergonhoso! A justiça não dá conta de seus processos! E ainda vem esses parasitas com processos nada ver! E desanimador!
    Amanhã seremos chacotas de adversários!

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    e por isso que Vasco está onde está um bando de f d o.que não o Vasco e sim.seu bolso são se fuder

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    Sempre tem que procurar a porra da justiça a vai merda

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    Esses velhacos estão acabando com a nossa história, com esse jogo político sujo e interesseiro. Só pensam no poder. Tudo tralha. A torcida vascaína não merece isso! BASTA!

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    Vai tomar cú. Vei safado conserteza vai rolar um sujeira ne eleição do vasco

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